
Neste domingo, 15 de junho de 2025, o Domingo Maior, da TV Globo, exibe um dos filmes mais impactantes e aclamados da história do cinema brasileiro: Cidade de Deus. Com direção primorosa de Fernando Meirelles e Kátia Lund, a produção transcende o gênero policial e se firma como uma narrativa poderosa sobre desigualdade, sobrevivência, violência e esperança.
Lançado em 2002, o longa conquistou o mundo ao retratar, com crueza e lirismo, a trajetória de jovens que crescem em meio ao caos da periferia carioca, em uma favela marcada por décadas de descaso social e crescimento desordenado. Baseado no livro homônimo de Paulo Lins, o filme é um retrato fiel de uma geração encurralada entre a brutalidade e o desejo de escapar.
🎥 Um olhar sensível e potente sobre a violência urbana
No centro da trama está Buscapé (interpretado com sutileza e força por Alexandre Rodrigues), um garoto negro, introspectivo, apaixonado pela fotografia e atormentado pela possibilidade de cair no mesmo destino de tantos ao seu redor. Morador da comunidade Cidade de Deus, ele narra sua própria história — e a de sua geração — com um olhar que mistura medo, curiosidade e resistência.
Enquanto tenta se manter fora do universo do crime, Buscapé observa — e fotografa — a escalada de violência que toma conta das ruas. É por meio de sua lente que o público conhece Zé Pequeno (vivido com intensidade por Leandro Firmino), figura temida que ascende ao poder no tráfico local, moldado pela violência desde a infância, quando ainda era chamado de Dadinho.
🔫 Realismo, estética e emoção: uma combinação rara
O que diferencia Cidade de Deus não é apenas a densidade de seu enredo, mas a forma como ele é contado. Com montagem ágil, fotografia vibrante e uma linguagem visual inspirada no cinema moderno, o filme cria uma atmosfera intensa que prende o espectador desde os primeiros minutos. A estética ousada e o ritmo quase documental são acompanhados por atuações memoráveis — muitas delas de jovens estreantes, moradores de comunidades reais, o que amplia ainda mais o impacto emocional da obra.
O elenco inclui nomes como Douglas Silva, Jonathan Haagensen, Phellipe Haagensen, Matheus Nachtergaele, Seu Jorge e tantos outros que, juntos, constroem um mosaico humano cheio de nuances. São crianças, adolescentes e adultos cujas histórias se entrelaçam em meio à perda da inocência, à falta de escolhas e à brutalidade que molda os caminhos de cada um.
📸 A câmera como escudo e como ponte para a liberdade
Mais do que uma narrativa sobre criminalidade, Cidade de Deus é um grito por visibilidade. É uma denúncia estética que recusa a romantização da violência, mas também uma celebração da potência da arte como possibilidade de transformação. A câmera de Buscapé funciona como arma simbólica: com ela, ele não atira — ele registra. Não destrói — ele reconstrói significados.
É por meio desse olhar sensível e questionador que o filme nos convida a enxergar além dos estigmas, propondo uma reflexão profunda sobre o Brasil que se esconde às margens dos grandes centros, mas que pulsa com vidas reais, histórias urgentes e gritos silenciados.
🌍 Reconhecimento mundial e legado duradouro
Indicado a quatro prêmios no Oscar 2004 — incluindo Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado — Cidade de Deus conquistou o respeito da crítica internacional e permanece, até hoje, como um marco do cinema global. Sua influência atravessa gerações, sendo exibido em universidades, festivais e debates sobre direitos humanos e políticas públicas.
Mais de duas décadas após seu lançamento, a obra continua atual. As problemáticas sociais que retrata ainda estão presentes nas grandes cidades brasileiras, tornando sua exibição mais do que relevante: necessária.
📺 Imperdível!
Filme: Cidade de Deus
Quando: Domingo, 15 de junho de 2025
Onde: Domingo Maior, na TV Globo
Horário: A partir das 23h10 (após o Fantástico)














