Foto: Reprodução/ Internet

No segundo capítulo da franquia, M3GAN 2.0 mostra que não foi só a androide assassina que precisou evoluir — o próprio terror aqui passa por uma reinvenção. O filme abandona o susto fácil dos jump scares para investir em algo mais instigante: o medo moderno, existencial, profundamente humano diante do avanço descontrolado da tecnologia.

Mas que fique claro: M3GAN 2.0 não tenta ser um tratado sério sobre inteligência artificial. Pelo contrário. Ele se diverte com o próprio exagero, assume sua veia cômica e entrega uma comédia de terror deliciosamente absurda, que ri de si mesma e do mundo ao redor.

Um espetáculo de horror, risos e absurdo

Fazia tempo que o cinema de terror não se permitia rir tanto — e com tanto estilo. M3GAN 2.0 é hilário, levemente surreal, assumidamente tolo e, por isso mesmo, surpreendentemente inteligente. É raro ver uma continuação que supera seu original em praticamente todos os aspectos, mas aqui o feito é alcançado com coragem e muita personalidade.

A sequência de maior destaque talvez seja a mais improvável: um grupo de M3GANs executando uma performance sincera de “This Woman’s Work”, de Kate Bush. O choque entre a música e o contexto é tão inusitado, tão incrivelmente bem coreografado, que o momento beira o sublime. É cinema trash em sua forma mais sofisticada e autoconsciente — um delírio audiovisual que arranca risos pela ousadia, não pela paródia.

Elenco afiado, roteiro esperto e comentários sociais pontuais

O elenco brilha, com atuações precisas que equilibram bem o tom entre o nonsense e o drama. Alison Williams, em especial, entrega uma performance fria, quase robótica, que encaixa perfeitamente com o clima do filme. Sua personagem é o eixo de tensão e equilíbrio entre o absurdo e a crítica — e ela domina a tela com segurança do começo ao fim.

Apesar de o roteiro apoiar-se em clichês previsíveis, isso não compromete a experiência. Pelo contrário: os lugares-comuns são usados com ironia e timing cômico impecável. E os comentários sobre regulamentação de inteligência artificial surgem aqui e ali de forma inesperadamente pertinente — quase como provocações sutis em meio ao caos cênico. É um filme que ri, mas também pensa.

Avaliação geral
Nota do crítico
Rhuan Victor
Apaixonado por cinema, sempre pronto para debater desde os clássicos até as produções mais questionáveis. Para cada história, uma nova viagem!
critica-m3gan-2-0-e-insana-hilaria-e-melhor-do-que-o-original-um-terror-que-sabe-rir-de-si-mesmoM3GAN 2.0 é entretenimento puro, mas com cérebro (e circuito) por trás. Funciona como sátira, como espetáculo visual, como delírio tecnológico e, acima de tudo, como um lembrete de que o cinema de terror pode — e deve — se reinventar com humor e irreverência. Um dos filmes mais divertidos do ano, imperdível para quem curte sangue com sarcasmo e horror com risada.

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