
Tem filmes que não querem apenas entreter — querem conversar com você. Ou melhor: te provocar com jeitinho, fazer rir enquanto você engole o choro, e te deixar pensando dias depois da sessão. Assim é Sonhar com Leões, nova tragicomédia estrelada por Denise Fraga, que foi oficialmente selecionada para a 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado (de 13 a 23 de agosto) e estreia nos cinemas no dia 11 de setembro.
Esqueça os clichês. Aqui, a morte não entra pela porta como vilã. Ela aparece como convite à reflexão, com trilha suave, absurdos poéticos e um pouco de ironia bem colocada. No centro da história está Gilda, uma mulher brasileira vivendo em Lisboa, que recebe a notícia de que tem apenas mais um ano de vida por conta de um câncer. Mas, em vez de se agarrar à esperança, ela toma outra decisão: quer partir com autonomia, lucidez e dignidade — enquanto ainda é ela mesma.
Rir do fim não é falta de respeito — é uma forma de entender a vida
Com direção e roteiro do sensível e irreverente Paolo Marinou-Blanco, Sonhar com Leões aposta num caminho raro: o equilíbrio fino entre a comédia e a dor. Não é um filme sobre morte. É um filme sobre o direito de decidir como viver até o último segundo.
E quem conduz essa travessia é ninguém menos que Denise Fraga, num dos papéis mais potentes e sutis de sua carreira.
“Tratar um tema tão delicado com humor e inteligência foi o maior desafio — e também a maior beleza desse projeto”, conta Denise. “Quando conseguimos rir, conseguimos entender. O riso abre portas para conversar com o que nos assusta.”
Gilda é daquelas personagens que parecem carregar o peso do mundo — e ainda assim, sabem sorrir na hora errada, tropeçar com charme e olhar a própria finitude com a coragem de quem já viveu demais para se contentar com pouco.
O absurdo é real — e nos ensina
Sonhar com Leões não se esconde atrás do drama. Pelo contrário: escancara o cotidiano de quem está diante do fim com situações inesperadas, personagens excêntricos e até uma pitada de surrealismo. Afinal, como lidar com o último ato da vida? Fazendo listas? Cancelando planos? Se despedindo? Ou simplesmente… seguindo até onde dá, com um pouco de vinho e muita honestidade?
A beleza do filme está justamente nessa linguagem híbrida, que une poesia, crítica, imaginação e leveza. E tudo isso costurado com um olhar carinhoso, quase cúmplice, sobre temas que costumam ser evitados — morte, autonomia, liberdade, empatia, medo e afeto.
Um filme que atravessa fronteiras — geográficas e emocionais
Coproduzido entre Brasil, Portugal e Espanha, Sonhar com Leões já passou por importantes festivais internacionais, como:
🌍 Black Nights Film Festival (Estônia)
🎬 Red Sea International Film Festival (Arábia Saudita)
🎞️ Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (México)
E agora retorna ao Brasil com pompa, sensibilidade e um público pronto para ouvir o que ele tem a dizer. Ou, melhor dizendo, sentir.
“Mais do que contar uma história, o filme é um convite a conversas sinceras sobre como desejamos viver — e, com coragem, como queremos partir”, explica Eduardo Rezende, diretor da Capuri, uma das produtoras do projeto. “Com Denise no papel de Gilda, encontramos o tom exato entre a força emocional e a delicadeza absurda que essa trama precisava.
Uma fábula urbana sobre a morte — que, no fundo, é sobre o que ainda estamos tentando aprender
Com estreia marcada para 11 de setembro, Sonhar com Leões quer mais do que emocionar. Ele quer mexer na ferida com mãos delicadas, e lembrar que a vida, mesmo quando prestes a terminar, ainda pode ser um espaço para escolher, amar, rir e se reconhecer.
















