HBO estreia minissérie brasileira sobre a epidemia de AIDS nos anos 80: solidariedade, coragem e resistência em Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente

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Foto: Reprodução/ Internet

Em tempos de incerteza, quem cuida de quem cuida? A nova minissérie nacional da HBO, Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente, estreia no dia 31 de agosto no canal e na HBO Max, trazendo à tona uma história real de coragem silenciosa, vivida longe dos holofotes — mas que salvou vidas.

Com direção geral de Marcelo Gomes (Cinema, Aspirinas e Urubus) e direção de Carol Minêm, a produção da Morena Filmes mergulha em um dos períodos mais sombrios da história recente do Brasil: a crise da AIDS nos anos 1980, quando o medo, o preconceito e o abandono estatal criaram uma tempestade perfeita contra uma geração já vulnerabilizada.

Uma rede de solidariedade contra o silêncio

Dividida em cinco episódios, a minissérie acompanha um grupo de comissários de bordo que, diante do colapso institucional e da perda de amigos e colegas, decide agir. Eles passam a contrabandear o medicamento AZT do exterior — o único com algum efeito conhecido contra o HIV naquela época — em uma operação clandestina, mas guiada por um senso de dever maior: salvar vidas, mesmo fora da lei.

Mais do que uma trama de tensão, é uma história sobre cuidado coletivo, afeto político e resistência anônima. A série levanta uma pergunta incômoda, mas necessária: quantas pessoas só estão vivas hoje porque alguém, no passado, desobedeceu?

Elenco potente, memória viva

Com um trio protagonista ainda mantido em sigilo pela produção, o elenco já confirmado traz nomes de peso da dramaturgia brasileira: Eli Ferreira, Hermila Guedes, Kika Sena, Igor Fernandez, Duda Matte, Andréia Horta e Carla Ribas, entre outros. Eles dão corpo a personagens inspirados em figuras reais, muitas vezes apagadas da memória oficial.

A proposta é clara: resgatar histórias de coragem silenciosa e escancarar o descaso do poder público diante de uma epidemia que matou — e ainda mata — milhões, especialmente em comunidades LGBTQIAPN+ e periféricas.

Reconhecimento internacional e impacto cultural

Antes mesmo da estreia, a minissérie já conquistou o olhar atento da crítica internacional. Máscaras de Oxigênio foi exibida com destaque no Festival de Berlim, onde recebeu uma Menção Honrosa da Queer Media Society, reconhecimento que ressalta o compromisso da obra com a representatividade e a verdade histórica.

Além disso, a produção foi premiada no Festival Luna de Valência como Melhor Série de TV, além de levar o prêmio do júri jovem e menções honrosas em Melhor Roteiro e Melhor Som e Trilha Sonora Original.

Uma história que continua pulsando

Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente não é apenas uma reconstituição de época. É um chamado à empatia, uma homenagem a quem lutou (e ainda luta) para que o cuidado seja um direito e não um privilégio. A série lança luz sobre uma geração marcada pela perda, mas também pela força de se levantar — mesmo quando o ar parecia faltar.

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