
Imagine que o apocalipse zumbi começou… e quem está no centro do caos não é um soldado, nem um cientista genial, muito menos um sobrevivente comum. Quem pega a linha de frente aqui é um ex-lutador de Muay Thai, pronto para meter o cotovelo na fuça de morto-vivo. Assim é “Com Unhas e Dentes”, o novo longa tailandês que chega à Netflix com a missão de entreter sem prometer mais do que pode — e cumpre isso com sangue, suor e muitos chutes na cabeça.
💥 Pancadaria sincera, do jeito que a gente gosta
Dirigido por Kulp Kaljareuk, o filme não tenta reinventar o apocalipse. Ele sabe exatamente o que está fazendo: mistura dois gêneros adorados — zumbis frenéticos e artes marciais coreografadas — e entrega tudo isso num ritmo acelerado e sem frescura. A história é simples, direta e eficaz: Singh, vivido por Prin Suparat, só quer resgatar sua esposa, Rin, presa no hospital onde o surto começou. No caminho, encontra um menino perdido, algumas centenas de infectados famintos e muitas desculpas para descer a porrada.
🧠 Profundidade? Aqui não, irmão.
Com Unhas e Dentes não está interessado em metáforas, críticas sociais ou construção filosófica do apocalipse. Ele deixa isso pros filmes cabeça. Aqui, a narrativa é um videogame em carne e osso: missão, inimigos, lutas e o bom e velho “salvar quem se ama”. O roteiro de Nut Nualpang e Vathanyu Ingkawiwat aposta no clichê com convicção — e isso é parte do charme.
🤜 Zumbi não tem vez contra chute giratório
O que realmente diferencia o longa é a ação. Nada de armas mirabolantes ou explosões genéricas. O protagonista resolve tudo com o próprio corpo como arma. As lutas são coreografadas com precisão, ritmo e impacto. Singh transforma cada corredor do hospital em ringue, com zumbis servindo de saco de pancadas. É brutal, estiloso e, em alguns momentos, até engraçado — do jeito bom.
Se você é fã de filmes como Ong-Bak, Invasão Zumbi ou até aqueles clássicos de ação dos anos 90, vai se sentir em casa. E a fotografia não decepciona: câmera nervosa, muita sombra, closes em olhos arregalados e sangue espirrando como se fosse tinta de aquarela dark.
🧒 Um trio que segura a missão
Singh, Rin e o pequeno Buddy formam o trio que conduz a trama. Não espere profundidade psicológica — mas há carisma. Singh é um herói raiz, movido pela coragem bruta. Rin cumpre bem o papel de resistência emocional. E Buddy… bom, ele é a criança em perigo que serve de motor emocional (e faz a gente lembrar que zumbi e afeto nem sempre combinam).
















