
Neste sábado, 12 de julho, o Esquadrão da Moda traz ao ar uma história que vai muito além da mudança de visual. No centro do episódio está Angela, uma professora da periferia de São Paulo que, depois de uma vida inteira dedicada aos outros, ganha a chance de se reconectar com a mulher que ficou esquecida entre as exigências do dia a dia.
Uma mulher que sempre cuidou — e que agora é cuidada
Aos 48 anos, Angela tem uma rotina marcada por doações silenciosas. Entre as paredes de uma creche no Itaim Paulista, cuida de dezenas de crianças com o mesmo zelo com que criou seus dois filhos. Viúva desde a pandemia, passou por perdas profundas, mas nunca deixou de ser o alicerce da família.
Só que, nesse processo, sua vaidade — antes vibrante e cheia de personalidade — foi sendo deixada de lado. As roupas passaram a ser o que dava para usar. Um incêndio ainda reduziu seu guarda-roupa ao essencial. O espelho parou de mostrar o que ela era. E Angela, aos poucos, parou de se olhar.
Um gesto do filho, um recado do céu
O que ela não esperava era ser surpreendida por um presente fora do comum: um passeio de helicóptero por São Paulo, dado pelo próprio filho. O que era para ser apenas uma experiência emocionante virou um divisor de águas. Lá do alto, ela vê uma cena inusitada: Dudu Bertholini e Renata Kuerten, de braços abertos, segurando uma placa com seu nome.
Era o chamado que Angela precisava. Um convite simbólico para resgatar tudo o que ficou suspenso no tempo — e que ainda pulsa dentro dela.
Mais do que estilo: identidade
Angela nunca teve medo de ousar — pelo contrário, sempre gostou de maquiagem forte, cores intensas e peças que transmitissem sua alegria. Mas o acesso a isso foi se tornando mais raro, e o que ela vestia já não dizia mais nada sobre ela.
O desafio do Esquadrão? Traduzir, em roupas, a mulher forte, sensível e cheia de personalidade que todos conhecem — menos ela mesma. Ao lado do cabeleireiro Rodrigo Cintra, ela revisita antigos dilemas: por anos, alisou o cabelo para se adaptar. Agora, quer se libertar. Pela primeira vez, a escolha é só dela.
Maquiagem que desperta memórias
Na sala de transformação com Fabi Gomes, a maquiagem não é apenas um retoque. É uma forma de lembrar quem ela é. O delineado que ela quer aprender não tem a ver com moda — tem a ver com marcar presença, voltar a ocupar espaço, a dizer: “Eu estou aqui”.
Um reflexo que finalmente acolhe
Ao final da jornada, Angela não enxerga apenas uma nova imagem. Ela se reencontra com uma versão de si mesma que foi deixada em silêncio. O programa entrega mais do que um novo estilo. Entrega autonomia, escuta e pertencimento.
O episódio de hoje é sobre escolhas que foram adiadas, mas não esquecidas. E sobre o poder de alguém estender a mão e dizer: agora é a sua vez.
















