Foto: Reprodução/ Internet

A partir desta sexta-feira, 18 de julho, às 19h30, o Canal Brasil dá início à exibição da série documental “Nação Zumbi – No Movimento das Marés”, que convida o público a revisitar — e sentir — a trajetória da banda que transformou a lama do mangue em movimento cultural, som e poesia urbana.

Dirigida por Aquiles Lopes e Leo Crivellare, a produção é dividida em quatro episódios de 25 minutos e entrelaça memórias, imagens de arquivo, bastidores e depoimentos sinceros de quem viveu cada fase da banda. Com passagens por Recife, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo, a série não apenas narra uma história musical, mas também o nascimento de uma linguagem que uniu maracatu, rock, crítica social e identidade nordestina com originalidade feroz.

Ecos do Manguebeat, vozes de gerações

Mais do que um relato biográfico, “No Movimento das Marés” é uma escuta atenta da Nação Zumbi por meio de muitas vozes. Os atuais integrantes — Jorge Du Peixe, Dengue, Toca Ogan, Marcos Matias, Da Lua, Tom Rocha e Neilton Carvalho — se juntam a ex-membros, músicos parceiros e nomes importantes da crítica musical para reconstruir os caminhos trilhados pela banda.

Marcelo D2, Frejat, Charles Gavin, Edgard Scandurra, Lorena Calábria e Arthur Dapieve compartilham suas visões sobre a força inovadora do grupo e seu impacto na música brasileira. As falas são íntimas, afetivas, e revelam como a Nação segue pulsando — com os pés no barro e os olhos no mundo.

Do início revolucionário à reinvenção constante

No episódio de estreia, intitulado “Hoje, Amanhã e Depois”, a série costura passado e presente: mostra a turnê pela Europa em 2017, o dia histórico no estúdio Abbey Road, em Londres, e retorna ao início de tudo — o Manifesto Manguebeat, os primeiros shows, o contrato com a gravadora, e o estouro nacional que colocou Recife no mapa sonoro do país. É também nesse capítulo que os integrantes relembram a perda do visionário Chico Science, morto precocemente em 1997, e o vazio que se abriu a partir dali.

Já no segundo episódio, “Um Sonho”, a narrativa foca na reconstrução. A banda seguiu viva, criativa, e lançou álbuns como “Futura”, “Fome de Tudo”, “NZ” e “Radiola NZ”. Com o tempo, os integrantes passaram a explorar com mais liberdade suas individualidades musicais, criando um som plural, com assinatura própria.

Ritmos, raízes e reinterpretações

O terceiro capítulo, “Foi de Amor”, mergulha no processo de composição, nas influências regionais e na diversidade de parcerias que ampliaram o alcance sonoro da Nação. Também ganha destaque o projeto Los Sebosos Postizos, formado por integrantes da banda, que homenageia a obra de Jorge Ben Jor em releituras suingadas e cheias de afeto.

Por fim, no quarto episódio, a série retorna à origem pessoal: cada integrante fala sobre como a música entrou em sua vida e o momento em que ela se tornou profissão. É uma reflexão não só sobre carreira, mas sobre vocação, resistência e identidade. Com a ajuda de músicos, críticos e pesquisadores, o episódio traça um retrato do estilo único da Nação Zumbi, que sempre escapou de rótulos fáceis.

Esdras Ribeiro
Além de fundador e editor-chefe do Almanaque Geek, Esdras também atua como administrador da agência de marketing digital Almanaque SEO. É graduado em Publicidade pela Estácio e possui formação técnica em Design Gráfico e Webdesign, reunindo experiência nas áreas de comunicação, criação visual e estratégias digitais.

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