Companhia Certa desta quarta (16): Alberto Bial fala sobre o futuro do esporte, etarismo e laços familiares em entrevista a Ronnie Von

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Foto: Reprodução/ Internet

Na madrugada desta quarta-feira (16), o programa Companhia Certa, apresentado por Ronnie Von, recebe um convidado que representa mais do que uma trajetória vencedora nas quadras: Alberto Bial, ex-jogador, técnico e referência no basquete nacional, compartilha suas reflexões sobre o futuro do esporte no Brasil, os desafios da longevidade profissional e a relação afetuosa com o irmão, o jornalista Pedro Bial.

Com 73 anos e mais de quatro décadas dedicadas ao esporte, Alberto segue ativo como coordenador técnico do Fortaleza Basquete Cearense, mas não esconde a inquietação com os rumos do cenário esportivo brasileiro. Durante a conversa, ele levanta um alerta importante: a dependência crescente de políticas públicas para manter projetos em andamento. “Com o passar do tempo, as leis de incentivo se tornaram a única ‘mola mestra’ do esporte. […] As leis estaduais funcionam, mas elas têm que alcançar a todos”, observa, num apelo para que a estrutura esportiva nacional seja mais ampla, inclusiva e sustentável.

Além do compromisso com o esporte, Bial traz ao centro do debate uma questão ainda pouco discutida nos bastidores do alto rendimento: o etarismo. Ele revela como o envelhecimento passou a impactar diretamente sua presença no mercado. “Estou muito bem no Fortaleza […] Mas tem uma coisa que luto muito: o etarismo. Aos 73 anos, com os cabelos brancos, os convites para comandar equipes de alto rendimento diminuem drasticamente. É uma discriminação por conta da idade”, desabafa, com serenidade, mas sem deixar de transmitir a frustração de quem ainda tem muito a oferecer — e nem sempre é enxergado por isso.

Alberto Bial não apenas abriu portas no basquete brasileiro; ele formou gerações, construiu legados e segue atuando como um elo entre o passado e o futuro do esporte. E sua história também carrega um traço curioso e afetivo: o parentesco com Pedro Bial, um dos jornalistas e apresentadores mais conhecidos do país. O técnico relembra com bom humor as vezes em que foi confundido com o irmão mais novo. “Onde chego, o pessoal fala: ‘É o Pedro se escondendo, fingindo que não é ele’ ou ‘tá brincando comigo’. Já me passei por Pedro muitas vezes”, conta, aos risos. A semelhança física, segundo ele, só aumentou com o tempo.

Mas, mais do que confusões engraçadas, a relação entre os dois irmãos é marcada por respeito e admiração mútua. “Sempre inteligente com as questões que ele coloca, fico muito orgulhoso, é meu melhor amigo”, diz Alberto, emocionando o apresentador e quem acompanha a entrevista.

No estúdio, entre lembranças, críticas construtivas e momentos de ternura, Alberto Bial demonstra que sua história vai além das quadras. É a história de um homem que nunca parou de acreditar no poder transformador do esporte, que enfrenta as barreiras impostas pela idade com coragem e dignidade, e que carrega nas palavras e no olhar uma paixão genuína pela vida.

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