Drama britânico Adolescência se torna a série mais vista da Netflix em 2025 e conquista 13 indicações ao Emmy

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Em um ano marcado por grandes estreias e o retorno de franquias globais, ninguém esperava que o título mais assistido da Netflix em 2025 viesse de uma produção britânica enxuta, intimista e devastadora. Mas foi exatamente isso que aconteceu com “Adolescência”, minissérie criada por Jack Thorne e dirigida por Philip Barantini, que alcançou 144,8 milhões de visualizações em apenas três meses — superando gigantes como Round 6, Bridgerton e The Witcher. As informações são do site Omelete.

Lançada em 13 de março, a série apresenta a história dos Miller, uma família comum que se vê tragada por uma tragédia brutal: Jamie, o filho de 13 anos, é acusado de assassinar uma colega da escola. A partir desse momento, a narrativa mergulha em um turbilhão de emoções, revelações e tensões sociais, onde a verdade não é clara — e a culpa é um peso insuportável.

Stephen Graham, um dos grandes nomes do drama britânico contemporâneo, interpreta Eddie, o pai que luta contra o colapso emocional e a desintegração de sua própria identidade diante da suspeita que recai sobre o filho. Ao lado dele estão Owen Cooper, revelação do ano no papel de Jamie, e Erin Doherty, como a psicóloga Briony Ariston, encarregada de decifrar o que há por trás do silêncio do menino. Completando o elenco, Ashley Walters dá vida ao implacável inspetor Luke Bascombe, que conduz uma investigação imersa em pressão política e comoção popular.

Da tensão doméstica ao fenômeno global

O que torna Adolescência tão singular não é apenas seu enredo — mas a forma como ele é contado. Filmada com câmeras próximas, cortes secos e um realismo que lembra o cinema social de Ken Loach, a série evita o espetáculo e aposta na densidade emocional. Cada episódio é um soco no estômago, expondo as fragilidades de um sistema de justiça que ainda tenta entender a juventude que pretende julgar.

Não à toa, a série conquistou 13 indicações ao Emmy 2025, incluindo Melhor Série Limitada, Melhor Ator (Stephen Graham), Melhor Atriz Coadjuvante (Erin Doherty), Melhor Roteiro e Melhor Direção. Críticos ao redor do mundo aclamaram a obra como “um novo padrão para dramas sobre crime e família”, e o jornal britânico The Guardian chamou a produção de “o drama mais corajoso e desconcertante da década”.

Superando “Round 6” e outros gigantes

Segundo o novo relatório da própria Netflix, que adota como métrica a divisão do tempo total assistido pelo tempo de duração da série, Adolescência lidera com 144,8 milhões de visualizações. A segunda temporada de Round 6 ficou em 117,3 milhões, enquanto a terceira temporada — lançada apenas quatro dias antes do fechamento do semestre — já acumulava 71,5 milhões, mostrando a força contínua do fenômeno coreano.

Ainda assim, o que surpreende é a curva ascendente de Adolescência, que começou com divulgação discreta, mas conquistou o público pelo boca a boca, pelas redes sociais e pelas resenhas apaixonadas da crítica. Em fóruns internacionais e no TikTok, cenas específicas da série viralizaram — especialmente os confrontos entre Eddie e Jamie, que colocam em xeque o amor paternal diante da dúvida moral.

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