
Neste domingo, 20 de julho de 2025, os espectadores da Record TV terão um encontro marcado com a tensão, a adrenalina e a vingança no ar. O “Cine Maior” exibe o eletrizante A Profissional (The Protégé), filme dirigido por Martin Campbell (007 – Cassino Royale) e estrelado por um trio de peso: Maggie Q, Samuel L. Jackson e Michael Keaton. Com uma trama que mistura ação afiada, drama pessoal e jogos mentais, o longa mergulha fundo no universo dos assassinos profissionais e da busca por justiça pessoal.
Mas A Profissional é mais do que apenas balas cruzando o ar: é também uma história sobre vínculos improváveis, traumas de infância, sobrevivência e o preço de viver à margem da humanidade. O filme, lançado originalmente em 2021, conquistou fãs do gênero e agora ganha uma nova chance de impactar o público brasileiro em rede nacional, ao alcance do controle remoto.
Anna: a assassina que aprendeu a viver nas sombras
De acordo com a sinopse do AdoroCinema, no centro da narrativa está Anna (Maggie Q), uma matadora de aluguel fria, inteligente e letal, que foi resgatada ainda criança no Vietnã pelo lendário assassino Moody (Samuel L. Jackson). Moody não apenas salvou sua vida — ele moldou seu destino, tornando-se seu mentor e a única figura paterna que ela conheceu. A relação entre os dois, embora permeada por uma rotina de violência, é de profunda cumplicidade e afeto. Eles compartilham segredos, memórias e um modo de viver à margem, onde a confiança é uma moeda rara.
Quando Moody é brutalmente assassinado, Anna vê seu mundo ruir. A dor da perda se transforma em fúria e determinação. Ela parte então em uma jornada de vingança que a coloca no caminho de Michael Rembrandt (Michael Keaton), um enigmático e perigoso homem de negócios que guarda mais segredos do que aparenta. Entre os dois nasce uma estranha conexão — um jogo de sedução e ameaça, de igual para igual, que desafia suas convicções e os empurra para uma espiral cada vez mais perigosa.
A mente por trás da câmera: Martin Campbell
Martin Campbell é um nome conhecido entre os amantes da ação. Neozelandês de nascimento e britânico por formação, Campbell foi o responsável por revitalizar a franquia James Bond em duas ocasiões: com GoldenEye (1995) e Cassino Royale (2006). Sua assinatura está nos enquadramentos elegantes, nas coreografias de luta realistas e na construção de heróis que sangram, falham e se reinventam.
Em A Profissional, Campbell abandona o glamour dos espiões e mergulha em um submundo sujo, onde a moral é cinzenta e a violência tem um peso emocional. O diretor opta por cenas de ação menos estilizadas e mais cruas, dando ao filme uma atmosfera mais sombria, quase melancólica. Não é à toa: em seu cerne, o longa fala sobre orfandade, luto e identidades forjadas sob extrema violência.
Protagonismo feminino em um gênero masculino
Maggie Q, nascida Margaret Denise Quigley, é uma atriz que tem no currículo papéis marcantes em produções como Missão: Impossível 3, Divergente e na série Nikita. Em A Profissional, ela entrega sua performance mais complexa até então, equilibrando a frieza letal de uma assassina com momentos de fragilidade emocional intensos. Anna não é uma heroína no sentido clássico — ela é uma sobrevivente. E Maggie Q domina cada nuance dessa condição, seja nas lutas corpo a corpo meticulosamente coreografadas ou nos silêncios onde o olhar diz mais do que qualquer linha de diálogo.
O protagonismo feminino em filmes de ação ainda é um terreno em disputa. Embora nomes como Charlize Theron (Atômica), Uma Thurman (Kill Bill) e Angelina Jolie (Salt) tenham consolidado personagens memoráveis, o espaço ainda é dominado por homens. Anna se junta a esse seleto grupo com mérito e personalidade própria, sem apelar para estereótipos nem romantizações.
Samuel L. Jackson: o mentor que se tornou lenda
Figura onipresente no cinema americano das últimas décadas, Samuel L. Jackson interpreta Moody com seu já conhecido carisma — mas também com uma inesperada ternura. Moody é duro, sim, mas vê em Anna algo que ele mesmo perdeu: uma chance de redenção, de deixar um legado que não seja apenas morte. Sua morte prematura na trama é o catalisador de toda a jornada de Anna, mas sua presença paira sobre o filme inteiro. É como se ele fosse o fantasma que orienta seus passos — ou que cobra sua promessa.
Michael Keaton: vilão ou vítima?
Michael Keaton entrega uma de suas performances mais ambíguas como Rembrandt, um antagonista que nunca é completamente definido como vilão. Ele é tão letal quanto Anna, mas também fascinantemente eloquente, inteligente e… sedutor. A química entre os dois personagens é estranha, tensa e carregada de subtexto. Em vários momentos, o espectador é levado a se perguntar: eles se desejam? Se odeiam? Se entendem? Ou tudo isso ao mesmo tempo?
Essa complexidade é mérito do roteiro de Richard Wenk (O Protetor, Os Mercenários 2), que foge do maniqueísmo e constrói diálogos carregados de ironia, cinismo e dilemas morais. Rembrandt não é um simples vilão de filme de ação — ele é um espelho de Anna, um “e se” de sua própria trajetória.
Bastidores e filmagens: de Bucareste ao Vietnã
As filmagens de A Profissional começaram em janeiro de 2020 e percorreram locações em Bucareste, Londres e Da Nang, no Vietnã. O cenário internacional reforça o caráter global da trama, com suas tramas de conspiração e operações secretas. A direção de fotografia aposta em tons escuros, ambientes urbanos sufocantes e cenários minimalistas, dando ao filme uma estética noir moderna.
Durante a produção, o filme passou por mudanças de título: inicialmente chamado Ana, depois The Asset, até ser lançado como The Protégé. Essas mudanças refletem as diferentes camadas da narrativa, que é tanto uma história de vingança quanto de identidade.
Recepção crítica: entre elogios e ressalvas
Na época de seu lançamento, The Protégé recebeu críticas mistas. Enquanto parte da imprensa especializada elogiou a performance de Maggie Q e a direção eficiente de Campbell, outros apontaram que a trama não traz grandes inovações ao gênero. Ainda assim, o filme conquistou um público fiel — especialmente entre os amantes de thrillers com protagonistas femininas fortes.
O consenso entre os críticos foi que o filme é competente, bem dirigido, com cenas de ação sólidas e atuações acima da média. Seu desempenho modesto nas bilheteiras (US$ 8 milhões arrecadados) pode ser atribuído à concorrência acirrada na época e ao cenário ainda afetado pela pandemia.
Impacto e legado: um novo clássico cult?
Desde então, A Profissional tem sido redescoberto por meio das plataformas de streaming como Telecine, Paramount+ e Prime Video. Sua exibição pela Record TV marca uma nova fase de popularização do filme no Brasil — especialmente entre os espectadores que buscam filmes de ação mais densos e bem construídos.
O longa também entrou na pauta de discussões sobre representatividade asiática em Hollywood, já que Maggie Q é uma das poucas atrizes de ascendência vietnamita a protagonizar uma grande produção de ação nos Estados Unidos. Sua performance é frequentemente citada como uma das mais subestimadas do gênero na década.
Cine Maior: ação com propósito na TV aberta
O “Cine Maior” da Record TV vem se destacando por trazer títulos de ação que não apenas entretêm, mas também provocam o público. Em um cenário onde o streaming domina a atenção, a TV aberta ainda desempenha um papel crucial ao democratizar o acesso a produções de alto nível. Filmes como A Profissional ganham uma nova vida ao atingir públicos diversos, muitos dos quais podem estar vendo Maggie Q ou Michael Keaton pela primeira vez.
















