Na “Sessão da Tarde” desta terça (22/07), TV Globo exibe o filme Dolittle, estrelado por Robert Downey Jr.

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Foto: Reprodução/ Internet

Em tempos de telas aceleradas, algoritmos que moldam gostos e narrativas que competem por atenção, ainda há espaço para histórias que aquecem o coração de todas as idades. É nesse espírito que a TV Globo reapresenta nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, na tradicional Sessão da Tarde, o filme “Dolittle”, estrelado por Robert Downey Jr. — uma jornada visualmente encantadora sobre escuta, cura e reconexão com o mundo.

Um clássico repaginado para encantar novas gerações

Lançado em 2020, o longa é uma nova leitura das aventuras do Dr. Dolittle, personagem criado pelo autor britânico Hugh Lofting em 1920. A história atravessou gerações, mas foi repaginada para dialogar com os tempos atuais — não apenas por seus efeitos modernos e trilha sonora envolvente, mas também por trazer mensagens sensíveis sobre luto, empatia e amizade verdadeira.

Nesta versão, conhecemos um Dr. John Dolittle recluso, ainda marcado pela morte da esposa, vivendo isolado em sua mansão ao lado de animais exóticos que são, literalmente, seus únicos interlocutores. O dom de falar com os bichos o tornou uma lenda, mas também um homem desconectado dos humanos — até que a doença misteriosa da Rainha Vitória o obriga a sair da toca.

Uma missão que é também um reencontro consigo mesmo

O chamado da Rainha chega por meio da jovem Lady Rose, que convence Dolittle a embarcar em uma jornada para encontrar uma fruta lendária capaz de curá-la. Mas a missão, claro, vai além da busca por um antídoto: trata-se também da busca pela cura interior do próprio médico.

A aventura leva Dolittle e seus fiéis companheiros pelos oceanos, florestas e ilhas encantadas. Cada etapa é uma metáfora das emoções que ele precisa enfrentar: medo, raiva, negação, saudade. E cada animal ao seu lado simboliza partes de sua psique — do gorila ansioso à arara sensata, passando por um urso-polar medroso e um avestruz pessimista. Juntos, formam um retrato emocional e divertido da alma humana.

Um elenco completo

Robert Downey Jr., mundialmente conhecido por interpretar o Homem de Ferro, mergulha aqui em um personagem completamente diferente. Sua performance sensível, com trejeitos teatrais e sotaque excêntrico, dividiu opiniões, mas é inegavelmente corajosa.

Ao seu redor, um elenco digno de tirar o chapéu: Antonio Banderas (A Máscara do Zorro, A Pele que Habito) interpreta o Rei Rassouli, Michael Sheen (Frost/Nixon, The Queen) vive o vilão Dr. Müdfly, e Harry Collett (Dunkirk) traz frescor e carisma como o jovem aprendiz Tommy Stubbins. A presença de Jessie Buckley (Estou Pensando em Acabar com Tudo, Wild Rose), Jim Broadbent (As Horas, Harry Potter e o Enigma do Príncipe) e Kasia Smutniak (Lembranças de um Amor Eterno, Perfect Strangers) complementa o time com elegância.

Na dublagem original, o show é dos astros: Emma Thompson (Razão e Sensibilidade, Nanny McPhee), Rami Malek (Bohemian Rhapsody, Mr. Robot), John Cena (O Esquadrão Suicida, Velozes & Furiosos 9), Octavia Spencer (Histórias Cruzadas, Ma), Tom Holland (Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, O Diabo de Cada Dia), Selena Gomez (Os Feiticeiros de Waverly Place, Only Murders in the Building), Craig Robinson (The Office, É o Fim), Marion Cotillard (Piaf – Um Hino ao Amor, A Origem), Ralph Fiennes (O Paciente Inglês, O Grande Hotel Budapeste) e Jason Mantzoukas (Brooklyn Nine-Nine, Big Mouth) dão voz aos animais com humor e personalidade.

Dublagem brasileira

A versão exibida pela Globo, dublada em português, mantém a excelência com vozes consagradas como Guilherme Briggs, Alexandre Moreno, Marco Ribeiro, Marize Motta, entre outros. A tradução criativa, com adaptações culturais bem aplicadas, torna o humor mais acessível e o conteúdo ainda mais envolvente para o público brasileiro.

A dublagem nacional — há décadas aclamada por fãs de animações e blockbusters — transforma Dolittle em um verdadeiro presente para as famílias que acompanham a Sessão da Tarde.

Bastidores do longa

Dirigido por Stephen Gaghan, conhecido por dramas sérios como Traffic, o filme foi um desafio à parte. Filmado em locações do Reino Unido, como o Great Windsor Park e as montanhas do norte do País de Gales, a produção mescla cenários reais e efeitos digitais de ponta para criar um universo mágico.

Com um orçamento estimado em 175 milhões de dólares, Dolittle enfrentou atrasos, refilmagens e reestruturação de roteiro durante a pós-produção. As críticas na estreia foram mistas, mas a resposta do público — especialmente famílias — garantiu ao filme uma bilheteria mundial superior a 250 milhões de dólares.

Sessão da Tarde: o ritual de gerações

A escolha da Globo por exibir o clássico repaginado na Sessão da Tarde não é aleatória. O espaço, que há mais de 50 anos exibe filmes que formam memórias afetivas em milhões de brasileiros, mantém sua relevância justamente por unir diferentes gerações.

Pais que cresceram assistindo aos filmes de Eddie Murphy como Dr. Dolittle nos anos 90 agora se sentam ao lado dos filhos para ver a nova versão. Avós que liam as fábulas originais reconhecem na ambientação vitoriana um pedaço de seu imaginário. Crianças de hoje se encantam com um cinema que ainda acredita no poder da fantasia.

O legado de Dolittle

Apesar das críticas iniciais, Dolittle conquistou seu espaço como uma obra que não precisa ser perfeita para ser significativa. Sua mensagem — de que ouvir o outro pode ser o primeiro passo para curar a si mesmo — reverbera em um mundo onde a escuta se tornou rara.

O filme continua sendo exibido em plataformas de streaming e nas grades de canais abertos, provando que seu apelo familiar e sua estética encantadora seguem conquistando novos públicos.

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