Terror psicológico Keeper, do diretor de O Macaco, ganha trailer e promete suspense intenso

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Foto: Reprodução/ Internet

Em um mundo em que o terror muitas vezes se traduz em gritos, sangue e sustos fáceis, há uma vertente mais silenciosa – porém não menos perturbadora – que vem conquistando espaço entre cinéfilos e críticos: o terror psicológico. E é exatamente nesse território que o aguardado Keeper fincou suas raízes. Com estreia confirmada para 14 de novembro de 2025 nos Estados Unidos, o novo filme dirigido por Osgood Perkins (O Macaco, Longlegs) promete uma experiência angustiante, claustrofóbica e emocionalmente carregada.

Estrelado por Tatiana Maslany – aclamada por sua atuação multifacetada em Orphan Black – e Rossif Sutherland, o longa teve seu primeiro trailer divulgado recentemente. A prévia, marcada por imagens densas, trilha inquietante e um clima de crescente tensão, já deixa claro que Keeper não pretende seguir fórmulas prontas. Ao invés disso, convida o público a mergulhar em um abismo emocional junto de sua protagonista.

Solidão, desconfiança e um mal invisível

A sinopse oficial é direta, mas carregada de possibilidades perturbadoras. o longa-metragem acompanha um casal, Liz (Tatiana Maslany) e Malcolm (Rossif Sutherland), que decide passar um fim de semana em uma cabana remota – uma escapada romântica, aparentemente inofensiva. Mas logo após a chegada, Malcolm precisa retornar à cidade de forma inesperada, deixando Liz sozinha. É nesse isolamento que as coisas começam a se desestruturar. As informações são do AdoroCinema.

Liz passa a sentir que algo não está certo na casa. Sons sem explicação, mudanças sutis no ambiente, sensações que não sabe se são reais ou fruto de sua mente. À medida que os dias se arrastam, ela começa a descobrir segredos horripilantes ligados ao local – e, talvez, ao próprio relacionamento que achava conhecer tão bem.

Trata-se de um enredo que parte de uma situação cotidiana para mergulhar em um horror íntimo, com fortes camadas emocionais e psicológicas. A cabana não é apenas um cenário, mas um reflexo da psique da protagonista – um espaço onde o medo, a solidão e a dúvida assumem formas concretas.

Tatiana Maslany: entrega e intensidade

O papel de Liz exige uma performance intensa, contida e sensível – características que Tatiana Maslany já demonstrou dominar em trabalhos anteriores. A atriz, vencedora do Emmy por Orphan Black, volta a explorar os limites da psique humana em um papel que depende quase exclusivamente de sua presença em tela.

Liz é uma mulher cercada por incertezas. Ela está sozinha, em um lugar desconhecido, com pistas sutis de que talvez esteja sendo observada. Maslany interpreta esse desconforto com olhar atento e gestos contidos, transmitindo a angústia crescente que se instala ao redor – e dentro – da personagem.

Ao escolher Maslany como protagonista, a produção aposta em um talento reconhecido por sua capacidade de nuance, e isso pode ser o grande trunfo emocional do filme. Liz não é apenas uma vítima do ambiente: ela é, ao mesmo tempo, sobrevivente, cúmplice e guardiã dos próprios traumas.

Osgood Perkins e o horror da sugestão

Filho de Anthony Perkins (o icônico Norman Bates de Psicose), Osgood Perkins vem desenvolvendo uma assinatura própria como diretor e roteirista. Seus filmes anteriores, como The Blackcoat’s Daughter e Longlegs, apostam em um terror de construção lenta, marcado por atmosferas densas, silêncio opressivo e simbolismos visuais.

Em Keeper, Perkins une esses elementos a um roteiro escrito por Nick Lepard, em sua estreia no cinema, para entregar uma obra que pretende incomodar mais do que chocar. Não espere gritos estridentes ou cenas explícitas: o verdadeiro horror aqui parece vir do que não se vê, do que se pressente – e do que se carrega internamente.

O diretor já declarou em entrevistas anteriores que está mais interessado em explorar o “desconforto constante” do que a adrenalina passageira. Com Keeper, ele busca criar uma experiência que continue reverberando na mente do espectador muito depois dos créditos finais.

Fotografia e som: aliados do suspense

Com direção de fotografia de Jeremy Cox, Keeper aposta em uma estética minimalista e opressiva. Ambientes frios, iluminação natural e sombras bem posicionadas criam uma sensação constante de vulnerabilidade. A cabana em que Liz se encontra sozinha não é apenas um lugar físico – ela se torna um personagem, uma entidade que parece observar e interagir com a protagonista.

A trilha sonora, mantida sob sigilo até o momento, também promete ser crucial. Se seguir o padrão dos filmes anteriores de Perkins, será marcada por sons ambientes distorcidos, silêncios incômodos e composições que mais sugerem do que descrevem. Tudo em Keeper parece ser pensado para criar uma sensação de desconforto prolongado, um mergulho lento em uma paranoia crescente.

Distribuição e expectativa global

Keeper foi apresentado ao mercado internacional durante o Festival de Cannes 2024, mais precisamente no Marché du Film, onde chamou atenção de distribuidores pelo mundo. A Neon, responsável por títulos como Titane e Memória, adquiriu os direitos para os Estados Unidos e também os direitos internacionais, apostando alto no potencial do longa. No Canadá, a distribuição ficará a cargo da Elevation Pictures.

Originalmente previsto para outubro, o lançamento foi adiado para novembro – uma decisão estratégica para posicionar o filme no outono americano, época em que produções mais artísticas e introspectivas costumam ter mais espaço e atenção.

No Brasil, a estreia ainda não foi confirmada, mas espera-se que, com a força da Neon no circuito internacional, Keeper chegue aos cinemas nacionais ou, ao menos, às principais plataformas de streaming em data próxima à estreia americana.


O terror do cotidiano

Há algo de universal e atemporal em histórias que tratam do isolamento. E Keeper parece explorar esse sentimento de forma simbólica e emocional. Em um mundo hiperconectado, a solidão ainda é um dos medos mais profundos – talvez mais que fantasmas ou monstros. Liz, deixada sozinha em um ambiente hostil e silencioso, vive a materialização desse pavor.

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