“Conversa com Bial” presta homenagem a Preta Gil nesta segunda (21/07), celebrando sua trajetória de coragem, arte e afeto

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Nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025, o Conversa com Bial exibe uma edição especial que é, ao mesmo tempo, tributo e abraço: uma homenagem afetuosa a Preta Gil, que nos deixou no último domingo (20), aos 50 anos. A cantora, atriz, apresentadora e empresária será lembrada não com silêncio, mas com memória viva — daquelas que não se apagam.

A atração vai ao ar em horário especial, antes do Jornal da Globo, e resgata dois momentos marcantes da artista no programa. Em vez de uma despedida formal, o episódio é um reencontro com a essência vibrante de uma mulher que transformava sua história em palco e sua dor em ponte com o outro.

Uma homenagem feita de memórias, música e emoção

Preta Gil estará presente através de imagens, risos, confidências e canções. O programa revisita sua participação em 2017, quando dividiu o palco com Gal Costa, em um encontro entre duas forças femininas da música brasileira. E também revive a entrevista de 2024, quando, já em tratamento contra o câncer, lançou sua autobiografia e tocou o país com sua lucidez, sinceridade e coragem.

Era Preta em estado puro: inteira, frágil e forte. Numa conversa com Pedro Bial que foi mais confissão do que entrevista, ela falou abertamente sobre o diagnóstico, o término de um casamento público e doloroso, e os novos caminhos que surgiram a partir da dor. Dividir essas vivências não foi um ato de vaidade — foi de generosidade.

Preta Gil: a mulher que transformava a vida em poesia

Ao refletir sobre o livro Preta Gil: Os Primeiros 50, ela falou sobre reencontros consigo mesma, os limites do corpo e a urgência da alma. “Eu precisei quase morrer para me reencontrar com a vida”, disse, com a doçura firme de quem aprendeu a sobreviver sem perder a ternura.

Essa era Preta: sem filtros, sem concessões, com uma paixão por viver que transbordava. Em sua trajetória, não se limitou a um único rótulo. Foi artista em muitas frentes, e em todas elas deixou marcas profundas. Foi também filha de Gilberto Gil, neta de Wangry Gadelha, e dona de uma luz própria que não se apagava nem nas horas mais difíceis.

Um legado de alegria, liberdade e resistência

Desde a juventude, Preta desafiou expectativas. Começou nos bastidores, dirigindo videoclipes. Depois, encarou os palcos, a TV, os microfones e as redes sociais com a mesma intensidade. Sucessos como “Sou Como Sou” e “Sinais de Fogo” expressaram sua identidade sem amarras — e abriram caminhos para outras tantas vozes.

O Bloco da Preta, que arrasta multidões no carnaval do Rio, virou símbolo dessa potência alegre e política. No trio elétrico, ela era festa e manifesto. E fora dele, representatividade viva para mulheres gordas, pretas, bissexuais, mães, artistas. Falava sobre tudo: do corpo ao amor, da fé à maternidade, da política ao prazer.

Preta não apenas ocupava espaço. Ela recriava o espaço. Provocava e acolhia. Desafiava e cuidava. Denunciava injustiças com o mesmo fervor com que celebrava encontros.

Um adeus que é também um “obrigada”

A homenagem no Conversa com Bial é atravessada pela emoção de quem conheceu, admirou ou apenas se sentiu tocado por ela. Pedro Bial, visivelmente emocionado, costura o episódio com lembranças e reflexões. “Preta era luz em tempos nublados. Ela nos ensinou que vulnerabilidade não é fraqueza — é força em estado puro”, diz, em uma das passagens mais tocantes da edição.

O programa desta noite convida à reflexão, mas também à gratidão. Ao celebrar a vida de Preta, resgata a importância de sermos verdadeiros, mesmo — ou principalmente — quando isso nos expõe. Ela provou que é possível amar com intensidade, se mostrar com coragem e viver com poesia, mesmo quando tudo parece ruir.

A ausência que deixa presença

O Brasil ainda tenta digerir a partida precoce de uma artista que foi além da arte. Mas sua voz permanece. Permanece na música, nos vídeos, nas palavras, nos corpos que ela inspirou a amar a si mesmos. Preta se foi fisicamente — mas ficou onde sempre quis estar: no coração do povo, na avenida, na TV, no som alto, no choro libertador, no riso sem culpa.

Como ela mesma dizia, “a vida tem que ser celebrada, mesmo com dor”. E ninguém celebrou a vida com tanta entrega, cor, humor e coragem como ela.

Um legado que ecoa

Nesta noite, ao assistirmos Preta Gil no Conversa com Bial, não estaremos apenas relembrando uma artista. Estaremos sendo convidados a viver um pouco mais como ela viveu: com verdade, com intensidade, com coragem de ser.

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