Prequela de Outlander, Blood of My Blood chega ao Disney+ e promete emocionar fãs no Brasil

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Foto: Reprodução/ Internet

Quando Claire Beauchamp atravessou as pedras pela primeira vez e encontrou Jamie Fraser nas Highlands escocesas, algo se acendeu não apenas na ficção, mas no coração de milhões de espectadores ao redor do mundo. Foi ali que nasceu Outlander, uma saga que uniu paixão, história, fé e resistência numa narrativa que viaja no tempo — e, mais do que isso, atravessa gerações. Agora, esse universo ganha um novo e promissor capítulo com Outlander: Blood of My Blood, prequela que promete contar não apenas o que veio antes, mas por que tudo aconteceu como aconteceu.

E a boa notícia é que os brasileiros não vão ficar de fora. A série será lançada oficialmente no Disney+, conforme acordos internacionais de distribuição firmados pela Sony Pictures Television. Ainda sem data confirmada por aqui, a estreia nos Estados Unidos já tem dia marcado: 8 de agosto. Por enquanto, fãs brasileiros se equilibram entre ansiedade e expectativa.

Mas o que exatamente podemos esperar dessa nova história que olha para o passado com o mesmo cuidado com que a série original nos fez sonhar com o futuro?

Antes de Claire. Antes de Jamie. Existiam Ellen e Brian. Julia e Henry.

A premissa de Blood of My Blood é tão simples quanto poderosa: contar as histórias de amor que antecederam Claire e Jamie. Voltar no tempo para entender quem eram os pais deles, como viveram, o que amaram, do que fugiram e como tudo isso moldou os protagonistas que conhecemos tão bem.

Na Escócia do século XVIII, conheceremos Ellen MacKenzie (vivida por Harriet Slater) e Brian Fraser (interpretado por Jamie Roy), pais de Jamie. Um casal forjado em meio a clãs, tradições e conflitos internos, que desafiou costumes rígidos para construir sua história. Ellen não é apenas uma jovem apaixonada — ela é uma mulher que ousa sonhar por si mesma, ainda que isso custe alianças políticas e a paz entre famílias poderosas. Brian, por sua vez, vive entre o desejo de honrar seu sangue e a vontade de viver um amor sincero.

Na outra ponta do tempo, durante a Primeira Guerra Mundial, encontraremos Julia Moriston (Hermione Corfield) e Henry Beauchamp (Jeremy Irvine), pais de Claire. Ela, uma funcionária no Departamento de Guerra; ele, um soldado em meio ao inferno das trincheiras. A série promete tratar esse amor com a mesma delicadeza e dor com que a guerra tratava a juventude daquele tempo: com intensidade, perda e escolhas difíceis.

É sobre isso que Blood of My Blood se debruça — sobre como dois casais muito diferentes, em épocas distintas, construíram os alicerces emocionais de uma das histórias de amor mais intensas da TV contemporânea.

Foto: Reprodução/ Internet

Novos rostos, velhas dores

Uma das grandes surpresas da prequela é seu elenco. Enquanto Caitriona Balfe e Sam Heughan ainda pairam como sombra brilhante sobre a série original, os intérpretes de Blood of My Blood chegam com a missão — e o privilégio — de criar algo novo, mesmo dentro de um universo já tão amado.

Harriet Slater, que vive Ellen, tem a chance de explorar uma personagem que mistura coragem e doçura, uma figura materna que já nasce marcante. Jamie Roy encara o desafio de ser Fraser — nome de peso — e trazer camadas de humanidade ao pai de um dos maiores heróis da televisão.

No arco da Primeira Guerra, Hermione Corfield e Jeremy Irvine têm a missão delicada de viver personagens que talvez sejam mais misteriosos para o público. Afinal, os pais de Claire sempre foram figuras quase ausentes na série original, pouco retratados, mas agora ganham luz, textura, profundidade.

E ainda temos nomes veteranos e familiares ao universo Outlander, como Tony Curran (o temido Lorde Lovat), Rory Alexander (vivendo Murtagh na juventude) e Peter Mullan (como o Laird Jacob MacKenzie). Personagens que ajudarão a preencher não só lacunas narrativas, mas emocionais — um exercício de arqueologia afetiva que deve encantar os fãs.

Sangue, terra, honra e tempo

Há algo quase poético na escolha do título Blood of My Blood (“Sangue do meu sangue”). Em Outlander, essa expressão é parte de um voto profundo entre Claire e Jamie. Aqui, ela ganha novo significado, literal e simbólico. Estamos prestes a conhecer o sangue que correu antes do voto. As decisões que abriram caminhos. As feridas que viraram herança emocional.

A série mantém a tradição de ambientar as histórias em paisagens que são, por si só, personagens vivos. As terras escocesas voltam a ganhar destaque com suas paisagens melancólicas, seus castelos cheios de segredos e a névoa quase mística que acompanha os dilemas humanos dos MacKenzie e Fraser. Já na Inglaterra da guerra, o cinza das fábricas, a pressa das mensagens codificadas, o cheiro de pólvora e a solidão dos corredores hospitalares darão vida ao mundo de Julia e Henry.

É através desse contraste entre campo e cidade, clã e exército, espada e telegrama, que a série constrói sua tensão central: o que há de comum no amor entre duas pessoas quando tudo em volta diz que não vai dar certo?

Os fãs: entre nostalgia e expectativa

É impossível falar dessa prequela sem considerar o peso emocional que ela carrega para quem acompanhou Outlander desde o início. Há quem esteja com o coração aberto, pronto para reencontrar os nomes e clãs que tanto amou. Há também quem tema perder a magia do casal central, substituído por dois novos pares. É um equilíbrio difícil.

Mas talvez a força de Blood of My Blood esteja justamente em sua proposta de não tentar ser a mesma coisa. A nova série quer caminhar com as próprias pernas — e por linhas do tempo bem diferentes. Ao evitar fórmulas repetidas e mergulhar fundo nas camadas dos personagens secundários, ela expande o universo Outlander sem depender exclusivamente de seus protagonistas originais.

E isso pode ser uma boa surpresa.

Uma nova casa digital

A chegada da série ao Disney+ marca também uma mudança estratégica no cenário de streaming. Ainda que Outlander esteja, no Brasil, atrelada a outros serviços, o lançamento da prequela pelo Disney+ pode sinalizar uma reconfiguração futura do catálogo. Talvez estejamos diante do início de uma centralização — e da chance de maratonar a saga completa, incluindo prequelas e, quem sabe, novos spin-offs.

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