Di Paullo & Paulino e Henrique & Diego emocionam o público no “Viver Sertanejo” deste domingo (27/07)

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Foto: Reprodução/ Internet

Neste domingo, dia 27 de julho de 2025, a música sertaneja ocupará seu lugar de honra na programação da TV aberta com um episódio especial do Viver Sertanejo, apresentado por Daniel, logo após o Globo Rural. No centro do palco, duas duplas que representam diferentes eras e vertentes do gênero: Di Paullo & Paulino, veteranos da raiz sertaneja com mais de 40 anos de trajetória, e Henrique & Diego, representantes do romantismo moderno que conquistaram o público jovem com letras envolventes e melodias dançantes.

O programa desta semana vai muito além de performances musicais. Ele mergulha em histórias de vida, superações, memórias e afetos que ajudam a entender por que o sertanejo segue como um dos gêneros mais amados do país. E, sobretudo, promove um tributo emocionante à eterna Marília Mendonça, que completaria 30 anos neste mês de julho e cuja presença é sentida em cada acorde, em cada silêncio reverente, em cada verso cantado com alma.

Duas histórias, um mesmo sentimento

De um lado, os irmãos Di Paullo & Paulino chegam com sua trajetória moldada na terra, no rádio AM, nos circos e nas festas do interior de Minas Gerais. De outro, Henrique & Diego, amigos de infância que saíram de Cuiabá e atravessaram os palcos do Brasil com hits que marcaram os anos 2010. Embora suas rotas pareçam opostas — raiz e pop, estrada e streaming, viola e beats —, há um elo invisível e poderoso entre eles: a fidelidade à emoção e à verdade que carregam em suas canções.

O encontro não é só musical, mas simbólico. É o sertanejo se olhando no espelho da própria história e se reconhecendo múltiplo, vivo, em constante renovação. Ao longo do programa, o público é presenteado com performances, conversas íntimas e muitas surpresas que fazem desta edição uma das mais marcantes da temporada.

Di Paullo & Paulino: da infância mineira aos palcos do Brasil

Quem vê Di Paullo & Paulino hoje, com suas camisas xadrez impecáveis, chapéus de feltro e vozes afinadas pelo tempo, talvez não imagine que tudo começou de forma modesta. Naturais de Martinho Campos, Minas Gerais, os irmãos Elias e Geraldo começaram a cantar ainda crianças, influenciados pelo pai, que tocava violão e incentivava a musicalidade dos filhos.

“Nosso pai colocava discos do Tonico & Tinoco pra tocar enquanto cuidava da lavoura”, relembra Paulino, no palco do Viver Sertanejo. “A gente ia pegando no ouvido, treinava escondido. Quando ele viu, já tinha dupla formada.”

A infância simples e o ambiente rural forjaram não só o repertório da dupla, mas também seu modo de ver a música. Cada canção de Di Paullo & Paulino carrega uma melodia quase ancestral, como se cada nota viesse carregada de pó da estrada, cheiro de fogão a lenha e lembranças de amores antigos.

No programa, eles cantam sucessos como “Amor de Primavera”, “Cama Triste” e a clássica “Passarinho do Sertão”, relembrando ainda histórias saborosas dos bastidores dos anos 1980 e 1990. Em um dos trechos mais curiosos da conversa com Daniel, Paulino conta que afinou a viola de Leandro & Leonardo antes de um importante festival em Goiânia. “Eles ganharam aquele dia. Depois disso, quando lancei nosso primeiro disco, fui pedir ajuda pra entrar na gravadora. Eles abriram portas pra gente. É por isso que digo: no sertanejo, gratidão é uma estrada de mão dupla.”

Henrique & Diego: entre o samba, o pagode e o sertanejo pop

Se a trajetória dos veteranos começa em plantações e rádios de pilha, a de Henrique & Diego tem tons mais urbanos e contemporâneos. Nascidos e criados em Cuiabá, ambos tiveram contato com a música em contextos diferentes. Diego veio da escola de samba, onde cantava puxando enredos com apenas 11 anos. Henrique, por sua vez, começou como roadie e depois como backing vocal em bandas locais.

O reencontro dos dois, após uma breve pausa na carreira de Diego para se dedicar aos estudos, foi decisivo. “Eu já tinha desistido. Mas o Henrique me chamou de volta. Disse que via futuro na gente. A partir dali, nunca mais parei”, diz Diego, emocionado.

A dupla fez de tudo no início: tocou em barzinho, em casamentos, em festas universitárias. O sucesso veio em 2011 com “Top do Verão”, mas foi com “Suíte 14”, parceria com MC Guimê, que eles estouraram de vez, alcançando as paradas do Brasil inteiro.

No Viver Sertanejo, eles revisitam esses momentos com leveza e bom humor. Cantam seus maiores hits e falam sobre a importância de manter os pés no chão. “A gente vem do pagode, mas encontrou no sertanejo o jeito mais sincero de se expressar”, diz Henrique. “Aqui a gente fala de amor, de perda, de esperança. É isso que toca as pessoas.”

Marília Mendonça: uma estrela que segue brilhando

O ápice emocional do episódio acontece quando as duas duplas se unem para cantar “Estrelinha”, canção lançada em 2018 por Di Paullo & Paulino com participação de Marília Mendonça. A música, que ganhou enorme projeção após a trágica morte da artista em 2021, virou um hino silencioso da saudade.

No estúdio, as luzes se apagam suavemente. As primeiras notas da viola ecoam como uma oração. Paulino entra com a voz tremendo, Henrique segura a emoção. A plateia se cala. Cada verso é um sopro de memória. Quando Diego entoa o refrão, há lágrimas. Muitas. Em Daniel, nos músicos, nos olhos discretos das câmeras. É mais que uma performance: é um ritual coletivo de saudade, amor e reverência.

Marília completaria 30 anos nesta semana. E, como lembra Daniel, “não há como falar do sertanejo atual sem lembrar da revolução que ela causou.” Jovem, talentosa, combativa e generosa, Marília Mendonça abriu caminhos para mulheres, para compositores, para a emoção crua. Sua ausência é sentida, mas sua presença é constante.

Um programa que respira Brasil

O sucesso do Viver Sertanejo não é acidental. Criado com a missão de resgatar e celebrar a essência da música sertaneja, o programa tem direção artística de Gian Carlo Bellotti, produção executiva de Anelise Franco e produção de Nathália Pinha, sob a direção de gênero de Monica Almeida. A apresentação de Daniel — ele próprio um ícone do gênero — garante não só credibilidade, mas acolhimento, emoção e afeto.

Daniel conduz as conversas com naturalidade, fazendo perguntas certeiras e emocionando-se junto aos convidados. É evidente que ali há troca verdadeira, não apenas roteiro. O cenário intimista, a luz quente e a plateia pequena criam um clima de encontro, e não de espetáculo.

O sertanejo como espelho de um Brasil que sente

Mais do que músicas de sucesso, o episódio deste domingo entrega ao público um mergulho na alma do sertanejo. Um gênero muitas vezes simplificado pelos estereótipos, mas que, na verdade, é complexo, emocional e profundamente ligado às raízes culturais do Brasil.

Ao reunir Di Paullo & Paulino e Henrique & Diego, o programa cria pontes entre o ontem e o hoje. Entre o campo e a cidade. Entre o modão que embala o amanhecer na fazenda e o hit que toca nos fones de ouvido nas metrópoles. E mostra que, mesmo com linguagens diferentes, o que importa é a verdade emocional.

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