

Nesta segunda-feira, 4 de agosto, a TV Globo exibe um dos dramas mais emocionantes dos últimos anos na Sessão da Tarde: Paternidade (Fatherhood), estrelado por Kevin Hart, em um papel que foge totalmente da comédia escrachada que costuma marcar sua carreira. O filme, dirigido por Paul Weitz, mergulha fundo nos desafios da paternidade solo e no luto, e promete arrancar lágrimas e sorrisos do público brasileiro.
Baseado em uma história real, o longa traz à tona a jornada de Matthew Logelin, interpretado por Hart, um homem comum que se vê diante da missão extraordinária de criar sua filha recém-nascida sozinho, após a morte súbita de sua esposa — que falece um dia depois do parto. A narrativa é adaptada do livro de memórias “Two Kisses for Maddy: A Memoir of Loss and Love”, escrito pelo próprio Logelin, e traz uma perspectiva honesta, dolorosa e ao mesmo tempo reconfortante sobre como é perder tudo e, ainda assim, encontrar motivos para seguir em frente.
Drama com alma e coração
Engana-se quem pensa que Kevin Hart só sabe fazer rir. Em Paternidade, o ator mostra uma faceta mais contida, vulnerável e, acima de tudo, humana. Seu personagem não é um super-herói, nem um pai perfeito. Matthew é um homem que chora escondido no banheiro, que tropeça em fraldas, que se perde na rotina e que sente medo de não ser suficiente. E é exatamente por isso que o filme funciona tão bem: ele retrata o cotidiano de um pai real, falho, mas incrivelmente dedicado.
Ao lado de Hart, o elenco conta com Melody Hurd, no papel da pequena Maddy Logelin, que brilha em tela com uma presença encantadora e natural. Alfre Woodard, como a sogra Marian, adiciona uma camada de conflito e afeto, representando o lado da família que não confia totalmente na capacidade de Matthew como pai solo. Lil Rel Howery, DeWanda Wise, Paul Reiser e Anthony Carrigan completam o time, equilibrando momentos de leveza com toques de reflexão.
Dublagem brasileira ajuda a dar ainda mais emoção
Para o público que acompanhará o longa, a versão dublada promete reforçar ainda mais o impacto emocional da história. As vozes de Marcelo Garcia, Carina Eiras, Rodrigo Oliveira, Telma da Costa, Mário Cardoso e Manuela Mota emprestam carisma e emoção aos personagens, mantendo a essência da performance original sem perder a fluidez que os brasileiros já esperam das produções dubladas da TV Globo.

Nesta terça, 5 de agosto, a sua tarde traz uma comédia romântica cheia de emoção, conflitos familiares e representatividade latina. A Globo exibe o filme “O Pai da Noiva” (Father of the Bride, 2022), uma releitura moderna do clássico de mesmo nome, estrelado agora por Andy García e Gloria Estefan. Dirigido por Gaz Alazraki, o longa foi originalmente lançado pela HBO Max e é a terceira adaptação cinematográfica do romance de Edward Streeter — sim, aquela história que atravessa gerações.
Diferente das versões anteriores, esta nova edição abraça a diversidade cultural ao retratar uma família cubano-americana de Miami enfrentando as típicas turbulências emocionais que um casamento pode provocar — principalmente quando envolve tradições diferentes, segredos familiares e pais com dificuldade de deixar os filhos alçarem voo.
Um casamento, dois pais e muitas confusões
A trama gira em torno de Billy Herrera (Andy García), um renomado arquiteto que vê seu mundo desmoronar quando a esposa Ingrid (Gloria Estefan) anuncia que quer o divórcio. O casamento está por um fio, mas antes que o casal possa contar a novidade às filhas, a mais velha, Sofia (Adria Arjona), chega com uma bomba ainda maior: está noiva e quer se casar em apenas um mês.
Para evitar atritos durante os preparativos, Billy e Ingrid decidem esconder o pedido de divórcio. Mas a situação vai ficando cada vez mais tensa quando Billy descobre que a cerimônia não será nada tradicional. Sofia e o noivo Adan (Diego Boneta) querem um casamento simples, longe dos padrões luxuosos que Billy sonhava — e pior: querem se mudar para o México para trabalhar em uma ONG. O conservador pai da noiva não gosta da ideia, tampouco do genro, e tenta controlar tudo como sempre fez.
Como se não bastasse, entra em cena Hernan (Pedro Damián), o milionário e extravagante pai de Adan. Disposto a bancar a festa, Hernan irrita Billy ao tentar “comprar” o controle do casamento. Os dois pais travam um duelo silencioso — com direito a festas em iates, mansões em ilhas e muito ego ferido no caminho.
Amor, crise e reconciliação
Entre desentendimentos, vestidos sob medida e tradições confrontadas, a história vai ganhando profundidade. Sofia tenta conciliar os desejos de todos, enquanto a irmã mais nova, Cora (Isabela Merced), luta para se firmar como estilista e deixar sua marca no grande dia. Há espaço também para reconciliações, como a de Billy com sua própria vulnerabilidade e o reencontro emocional com Ingrid, sua companheira de tantos anos.
A tempestade literal que atinge a cidade na véspera do casamento funciona como metáfora dos conflitos familiares — e também como gatilho para uma união mais sincera entre os Herrera e os Castillo. Quando a ponte que leva ao local da cerimônia desmorona, todos precisam trabalhar juntos para salvar o grande dia, que acaba sendo celebrado de forma improvisada e cheia de carinho na casa da família.
Elenco afinado e diversidade em foco
O elenco é um dos grandes trunfos da produção. Andy García entrega um pai orgulhoso, cabeça-dura, mas cheio de camadas. Gloria Estefan, em uma rara atuação dramática, dá vida a uma mulher cansada das imposições do marido, mas ainda aberta ao recomeço. Adria Arjona, Isabela Merced e Diego Boneta completam o time com atuações carismáticas, representando uma nova geração que desafia os moldes tradicionais sem abrir mão da empatia e do respeito.
Com direção do mexicano Gaz Alazraki (Club de Cuervos), o filme aposta no humor leve, no calor humano e na representatividade latina. A ambientação em Miami, os diálogos bilíngues e os conflitos geracionais dão um frescor ao enredo já conhecido — e mostram que, mesmo depois de tantas versões, a história de um pai aprendendo a deixar a filha partir ainda encontra eco em muitas famílias.

Na quarta (6), a TV aberta traz um respiro de leveza com Imagine Só! (2009), uma comédia familiar recheada de fantasia, ternura e boas risadas. Estrelado por Eddie Murphy, o longa acompanha um pai workaholic que redescobre o valor da imaginação — e da paternidade — ao lado da filha de 8 anos.
Murphy interpreta Evan Danielson, um executivo do mercado financeiro que está em plena crise profissional e pessoal. Divorciado e desconectado da própria filha, ele vive pressionado por resultados e à sombra do rival excêntrico Johnny Pena Branca (Thomas Haden Church). É então que sua filha Olivia (vivida pela jovem Yara Shahidi, que mais tarde se tornaria estrela da série Black-ish) o convida para entrar em seu universo secreto, onde princesas imaginárias e um cobertor mágico chamado “betoa” guiam decisões importantes.
Entre um toque de ternura e outro de nonsense, Evan passa a ouvir os conselhos do mundo encantado da filha — e, para surpresa geral, começa a se dar muito bem no trabalho. Mas o que começa como uma estratégia desesperada logo se transforma numa reconexão verdadeira entre pai e filha.
Bastidores curiosos e trilha sonora nostálgica
Imagine That (título original) é uma coprodução entre a Paramount Pictures e a Nickelodeon Movies, e marca uma fase em que Eddie Murphy buscava se reinventar em comédias voltadas ao público infantil. Dirigido por Karey Kirkpatrick, o filme também conta com participações de Martin Sheen, Nicole Ari Parker e aparições dos jogadores da NBA Allen Iverson e Carmelo Anthony.
Apesar do carisma do elenco, o longa não teve boa performance nas bilheteiras: arrecadou pouco mais de 22 milhões de dólares no mundo todo, bem abaixo das expectativas. No Brasil, ele nem chegou aos cinemas — foi lançado diretamente em DVD com o título Imagine Só! (antes disso, chegou a ser anunciado como Minha Filha é um Sonho).
A trilha sonora é outro destaque: assinada por Mark Mancina, inclui releituras de clássicos dos Beatles, como “Here Comes the Sun”, “Nowhere Man” e “All You Need Is Love” — que, aliás, não poderia combinar melhor com a mensagem do filme.

A quinta-feira, 7, promete altas doses de adrenalina com Tomb Raider: A Origem (2018), filme que marca o retorno da icônica heroína dos games às telonas — agora em uma versão mais realista e pé no chão, estrelada por Alicia Vikander. O longa é um reboot da franquia e acompanha os primeiros passos de Lara Croft, antes de se tornar a lendária caçadora de tesouros.
Na trama, Lara é uma jovem independente que ganha a vida fazendo entregas de bicicleta pelas ruas de Londres. Seu passado está marcado pelo desaparecimento do pai, o milionário e arqueólogo Lord Richard Croft (vivido por Dominic West). Quando descobre pistas sobre o último paradeiro dele, Lara decide ir até uma ilha misteriosa no mar do Japão — e o que começa como uma tentativa de reencontro familiar se transforma numa missão de sobrevivência cheia de armadilhas, inimigos sombrios e segredos milenares.
O vilão da vez é Mathias Vogel (interpretado por Walton Goggins), membro de uma organização secreta chamada Trinity, que está na ilha com seus próprios objetivos. Lara, ao lado do capitão de barco Lu Ren (Daniel Wu), precisa correr contra o tempo para impedir que algo perigoso seja libertado.
Uma Lara Croft menos “super-heroína”, mais humana
Diferente da versão explosiva interpretada por Angelina Jolie nos anos 2000, esta nova Lara é mais vulnerável e cheia de falhas — e é justamente isso que a torna interessante. Alicia Vikander, vencedora do Oscar, entrega uma personagem determinada, atlética, mas sem perder a humanidade. Ao longo do filme, ela apanha, cai, sangra e, ainda assim, se levanta.
O filme é inspirado diretamente no game homônimo lançado em 2013, que também foi um reboot da franquia original, atualizando a personagem para um público mais exigente e contemporâneo. A direção é de Roar Uthaug, cineasta norueguês com experiência em filmes de ação e desastre.
Bastidores e recepção
O filme foi filmado em locações diversas, como a Cidade do Cabo, na África do Sul, e o interior da Inglaterra, trazendo visuais que reforçam o clima de aventura. Lançado em 2018, o filme arrecadou cerca de US$ 273 milhões no mundo todo, superando o segundo longa da era Angelina Jolie. A crítica, porém, foi dividida: enquanto alguns elogiaram o realismo e a performance de Vikander, outros apontaram problemas no ritmo e no desenvolvimento da trama.

Na sexta, 8 de agosto, a emissora reapresenta um dos maiores sucessos do cinema nacional na Sessão da Tarde: 2 Filhos de Francisco. Muito mais do que um drama musical ou uma biografia de uma das duplas sertanejas mais famosas do país, o filme é uma poderosa ode à persistência familiar, à fé inabalável de um pai e ao Brasil profundo que ainda pulsa em cada esquina do sertão.
Com direção sensível de Breno Silveira (1964–2022), o longa foi lançado em 2005 e conquistou plateias por todo o país, tornando-se um marco não apenas na bilheteria — ultrapassando 5 milhões de espectadores — mas também no imaginário emocional do povo brasileiro.
Na pequena Capela do Rio do Peixe, interior de Goiás, começa a jornada de Francisco Camargo, vivido com imensa sensibilidade por Ângelo Antônio. Lavrador humilde, Francisco carrega no peito uma certeza teimosa: de que dois de seus nove filhos se tornarão músicos famosos. Não é só ambição — é a convicção de que a arte pode ser o caminho da salvação.
É nesse chão vermelho, marcado por dificuldades e um cotidiano simples, que nasce o primeiro embrião da dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Antes de serem nomes conhecidos nos palcos e rádios, eram apenas Mirosmar e Emival, dois garotos com um acordeão, um violão e uma esperança costurada pelo olhar insistente do pai.
A trajetória da dupla infantil ganha impulso com o apoio do empresário Miranda (interpretado por José Dumont), até que um acidente trágico interrompe abruptamente os planos: Emival morre, e Mirosmar mergulha no luto.
Esse é um dos momentos mais comoventes do longa — não apenas pela dor real retratada, mas pela maneira com que o filme respeita o silêncio do trauma, sem precisar de melodrama excessivo. A ausência do irmão vira cicatriz, mas também combustível.
Depois da perda, Mirosmar (interpretado por Márcio Kieling e depois por Dáblio Moreira, na infância) tenta, falha, insiste. Casado, pai de duas meninas e às voltas com dificuldades financeiras, ele vê sua carreira estagnar — até surgir Welson, o irmão mais novo, futuro Luciano (interpretado por Thiago Mendonça e Wigor Lima na infância). É com ele que finalmente nasce a dupla que conquistaria o Brasil.
Amor de pai, fé que move montanhas
Muito antes de estarem em capas de revistas ou em palcos iluminados, Zezé e Luciano foram dois garotos carregados pelo amor obstinado de um homem simples, que não media esforços para ver os filhos brilharem.
O retrato de Francisco — com sua dureza às vezes ríspida, mas sempre amorosa — foi tão marcante que rendeu a Ângelo Antônio o prêmio de Melhor Ator no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Dira Paes, como a mãe, Helena, também oferece um contraponto de sensibilidade e acolhimento, vencendo como Melhor Atriz Coadjuvante. Thiago Mendonça, no papel de Luciano adulto, também foi premiado por sua atuação.
















