
Às 13h22 do dia 9 de agosto de 2024, o céu azul de um bairro tranquilo foi rompido por um som surdo, seco e definitivo. Em segundos, o que era silêncio virou caos. O avião da Voepass Linhas Aéreas, que seguia de Cascavel (PR) para São Paulo, caiu em parafuso sobre o condomínio Recanto Florido, levando consigo 62 vidas — entre elas médicos, professores, crianças, famílias inteiras.
Nesta semana em que a tragédia completa um ano, o Domingo Espetacular, da Record TV, apresenta uma reportagem especial que não se limita a rever o desastre. O programa mergulha fundo nas histórias humanas que ficaram enterradas sob os escombros, nas dúvidas que ainda pairam sobre a causa do acidente e nas dores que seguem vivas, dia após dia, para quem ficou. As informações são da Record TV.
O voo que não voltou
O ATR-72, matrícula PS-VPB, parecia mais uma aeronave rotineira da malha regional brasileira. O embarque, no aeroporto de Cascavel, começou por volta das 11h30. Passageiros com destino a reuniões, consultas médicas, eventos acadêmicos e reencontros familiares tomavam seus lugares. Nada anunciava o desfecho.
Mas 1 hora e 24 minutos depois da decolagem, o avião caiu em queda vertical. Especialistas chamam de “parafuso chato” — uma perda total de controle que faz a aeronave girar sobre si mesma até o impacto.
Testemunhas viram o avião em espiral no céu. Moradores ouviram o som da turbina cessando repentinamente antes do impacto, seguido de uma explosão. O que restou foi uma cratera, destroços carbonizados e uma dor que se espalhou por todo o país.
“Eu vi meu filho embarcar. Nunca pensei que seria a última vez”
No especial, o Domingo Espetacular traz relatos inéditos de familiares que, até hoje, tentam reconstruir suas rotinas em meio à ausência. A professora aposentada Ivone Bernardes, mãe de Gustavo, um dos oncologistas que embarcaram para um congresso em São Paulo, segura uma foto do filho durante a entrevista.
“Ele era meu único filho. O sonho dele era salvar vidas. E a vida dele foi levada por algo que ninguém explica direito até hoje.”
Na sala da casa dela, os quadros continuam nos mesmos lugares. A xícara do café, o porta-retratos, o jaleco no armário. Tudo ali. O tempo não passou. Ele apenas parou.
Imagens que congelam o tempo
O especial também revela vídeos feitos por passageiros minutos antes da decolagem. Um menino de quatro anos ri ao lado da irmã, segurando um ursinho de pelúcia. Um grupo de médicos tira uma selfie. Um casal celebra o aniversário de casamento. Momentos banais, íntimos e preciosos — que hoje se tornaram relíquias.
As imagens inéditas, obtidas com exclusividade pelo programa, são um soco no estômago e uma lembrança cruel de que por trás de estatísticas há sempre histórias, laços, afetos. Gente.
O que aconteceu com a aeronave?
Embora o relatório final do CENIPA ainda não tenha sido publicado, o que se sabe é que a queda foi repentina e catastrófica. Investigações iniciais apontaram para possível acúmulo de gelo nas asas, um problema conhecido na aviação com esse tipo de aeronave — o ATR-72. Mas o que preocupa especialistas é que alertas sobre manutenção precária e procedimentos operacionais inseguros já vinham sendo feitos nos bastidores da empresa.
Um ano depois, e ainda sem respostas
O avião caiu em agosto de 2024. Estamos em agosto de 2025. E o Brasil ainda não conhece o laudo final das causas do acidente. A Força Aérea Brasileira prometeu concluir os trabalhos até o fim do ano, mas para as famílias, o atraso é doloroso.
A Comissão Externa da Câmara dos Deputados, criada para acompanhar o caso, realizou apenas duas audiências públicas em um ano. Nenhum representante da Voepass prestou depoimento formal. O Ministério Público Federal abriu procedimento investigativo, mas os avanços são lentos.
Enquanto isso, a empresa continua operando voos — inclusive na mesma rota de Cascavel para São Paulo.
Quando e que horas vai passar?
A matéria completa vai ao ar neste domingo, 3 de agosto, às 20h30, na Record TV. A reportagem mergulha na dimensão mais profunda da tragédia: a humana. Porque um acidente não termina quando as sirenes param. Ele continua — nas vidas de quem ficou.













