
Na noite do último domingo, 3 de agosto, o público do Programa Silvio Santos com Patrícia Abravanel foi pego de surpresa — e não só pelas clássicas Câmeras Escondidas, mas por um crossover inusitado entre a televisão brasileira e o cinema de terror americano. Em parceria com a Warner Bros. Pictures Brasil, o SBT lançou uma nova pegadinha inspirada no filme A Hora do Mal, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 7.
Mas antes de qualquer susto, teve convite especial: Zach Cregger, diretor e roteirista do longa, apareceu em vídeo direto dos Estados Unidos para cumprimentar a audiência e convidar os brasileiros a conferirem seu novo filme nas telonas. O gesto mostra não só o respeito pela cultura pop brasileira, mas também o poder que a audiência do SBT ainda tem, principalmente quando se trata das câmeras escondidas mais tradicionais da TV nacional.
No centro da pegadinha, a atriz Camila Porfiro conduz “vítimas” para um suposto teste cognitivo em uma sala aparentemente comum. A tensão começa quando, sozinhos, os participantes assistem a um trecho do novo longa-metragem — e é aí que o terror ganha vida. Um garoto sinistro, interpretado pelo ator mirim Gui Rodrigues, surge literalmente da tela, rompendo a barreira entre ficção e realidade.
As reações são intensas: tem grito, correria, tropeço e até gente implorando para sair. O medo toma conta e o caos se instala, gerando não só susto, mas também risos inevitáveis para quem assiste de fora. É a velha receita da pegadinha do SBT, agora com uma pitada cinematográfica.
O filme é um dos lançamentos mais aguardados do gênero em 2025. Dirigido por Zach Cregger – o mesmo que conquistou o público e a crítica com o elogiado Noites Brutais (Barbarian, 2022) – o longa mergulha em uma trama sombria e inquietante, centrada no desaparecimento misterioso de crianças.
Agora imagine: você acorda no meio da madrugada e percebe que seu filho simplesmente sumiu. E não só ele – quase toda a turma da escola também desapareceu, ao mesmo tempo, sem deixar rastro. É exatamente assim que começa A Hora do Mal, um suspense que mexe com o psicológico. De uma hora pra outra, 17 crianças de uma mesma classe saem de casa sozinhas, como se estivessem sendo guiadas por alguma força invisível. Nenhum sinal de invasão, nenhum grito, nenhum alarde. Apenas o vazio. Uma única aluna permanece, mas está tão abalada quanto os pais desesperados e as autoridades em choque. Com a cidade inteira virando do avesso em busca de respostas, só uma coisa parece clara: o que quer que esteja por trás desse mistério vai muito além do que qualquer um pode imaginar.
Uma campanha que conversa com o público brasileiro
A escolha do SBT para promover o filme não foi ao acaso. As “Câmeras Escondidas” já viralizaram internacionalmente diversas vezes, principalmente quando envolvem temas sobrenaturais — vide as pegadinhas de Annabelle, Chucky e A Freira, que somam centenas de milhões de visualizações no YouTube. Há um histórico bem-sucedido entre a emissora e os estúdios de Hollywood, e isso mostra como a linguagem do humor, mesmo quando recheada de sustos, pode aproximar universos tão distintos.
Dessa vez, com A Hora do Mal, a fórmula é repetida com frescor e precisão. O timing é certeiro: a pegadinha vai ao ar poucos dias antes da estreia do filme, criando o chamado “buzz” nas redes sociais e nas conversas de segunda-feira. É marketing com cara de entretenimento — e o público adora.
O filme conta com um elenco de respeito: Josh Brolin (de Sicario e Vingadores: Guerra Infinita), Julia Garner (Ozark), Alden Ehrenreich (Han Solo), Benedict Wong (Doutor Estranho), Austin Abrams, June Diane Raphael e Amy Madigan. A produção começou em Atlanta, em junho de 2024, e a estreia nos Estados Unidos está marcada para 8 de agosto, um dia depois da estreia no Brasil e em Portugal.
Um detalhe curioso é que Pedro Pascal estava originalmente escalado para o papel principal, mas precisou abandonar o projeto por conta das filmagens de Quarteto Fantástico (2025). Quem assumiu seu lugar foi Brolin, garantindo uma nova pegada ao personagem central.
Outro destaque é a influência de Magnólia (1999), filme de Paul Thomas Anderson, na construção narrativa de Weapons. A ideia de tramas paralelas que se entrelaçam aos poucos — e que podem ou não ter relação direta — é um dos pilares estruturais do roteiro de Cregger. Isso significa que o filme não entrega tudo de bandeja: exige atenção, interpretação e, claro, coragem.
















