Paulistar deste sábado (09/08) destaca a história da Calçada do Samba e o legado da família Mina no Jardim Almanara

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No próximo sábado, 9 de agosto de 2025, o programa Paulistar convida o público para mergulhar em uma das histórias mais inspiradoras da Zona Norte de São Paulo: a da Calçada do Samba, no Jardim Almanara, Brasilândia. Em uma edição carregada de emoção, música e afeto, a apresentadora Valéria conduz uma verdadeira viagem pelo coração cultural e comunitário da região, revelando como a família Mina transformou sua casa e calçada em um ponto de encontro onde o samba é mais que música — é resistência, identidade e cura coletiva.

O samba que nasceu da porta de casa

A abertura do programa já dá o tom do episódio. Ao som de “Alguém Me Avisou”, de Dona Ivone Lara, interpretada por Luiz Mina, o espectador é transportado para o clima caloroso da Brasilândia. As imagens mostram crianças brincando na rua, vizinhos conversando nas calçadas e tambores sendo afinados, enquanto a voz de Luiz embala memórias e sentimentos.

No centro dessa história estão Dona Ivani e Seu Luiz, casados há 68 anos, protagonistas de um amor que atravessou décadas e crises, sempre com o samba como pano de fundo. Entre sorrisos e olhares cúmplices, eles relembram como chegaram ao bairro e como, pouco a pouco, sua casa se tornou um farol de cultura e convivência.

— “O samba sempre esteve com a gente. Não é só música, é como a gente aprendeu a resistir e a se alegrar, mesmo nas dificuldades”, diz Dona Ivani, com a voz embargada.

Seus cinco filhos cresceram embalados por rodas de samba improvisadas na sala, no quintal e, mais tarde, na própria calçada. Assim nasceu, há dez anos, a Calçada do Samba, um movimento espontâneo que hoje é patrimônio afetivo da comunidade.

Do quintal para o bairro: a força da união

O Jardim Almanara, como muitos bairros da periferia paulistana, é feito de histórias de superação. O programa mostra como a família Mina soube transformar a simplicidade da vida cotidiana em um legado cultural. A cada encontro na Calçada do Samba, vizinhos e amigos encontram não só música, mas também um espaço seguro para compartilhar, rir e lembrar.

O episódio traz depoimentos emocionantes de moradores que viram no samba uma forma de superar perdas, enfrentar crises e celebrar conquistas. Há relatos de quem conheceu o espaço em um momento difícil e encontrou ali acolhimento e incentivo para seguir.

— “Eu vinha aqui só para ouvir, depois comecei a cantar. Foi assim que voltei a acreditar em mim”, conta uma moradora, com lágrimas nos olhos.

A força empreendedora do bairro

O Paulistar também abre espaço para mostrar como o espírito comunitário do Jardim Almanara vai além da música. Valéria visita um restaurante que se tornou referência local, comandado por Flávio, morador e empreendedor nascido e criado na região. Ele relembra as ruas da infância e revela como decidiu investir no próprio bairro, transformando memórias em oportunidade.

— “Aqui é minha raiz. Quis criar um negócio que valorizasse o que temos de melhor e que trouxesse movimento para a nossa comunidade”, afirma Flávio. Seus planos de expansão prometem gerar empregos e fomentar ainda mais a economia local.

A Igreja de Zinco e a fé que une

Outro ponto de destaque no episódio é a Igreja Santo Apóstolos, carinhosamente apelidada de Igreja de Zinco. Sua arquitetura chama atenção: o teto em formato de Bíblia é símbolo da persistência e da criatividade dos moradores.

Carlos e Vânia, dois dos filhos de Dona Ivani e Seu Luiz, contam histórias vividas no templo e refletem sobre como a diversidade religiosa sempre foi respeitada na família. Católicos, evangélicos e umbandistas convivem lado a lado, reforçando a ideia de que, no Jardim Almanara, a fé é mais ponte do que muro.

— “A gente aprendeu cedo que respeito é a base de tudo. Aqui, ninguém precisa deixar de ser quem é para fazer parte da roda”, diz Vânia.

Cultura viva na Casa de Cultura da Brasilândia

O roteiro do programa também passa pela Casa de Cultura da Brasilândia, espaço que ganhou nova vida após reformas e hoje pulsa com atividades culturais. Valéria participa de aulas de samba rock e cavaquinho, e conhece o trabalho das trancistas locais, que transformam cada penteado em uma afirmação de identidade e orgulho da beleza negra.

A visita evidencia como a arte, a moda e a música se entrelaçam na preservação da memória e no fortalecimento da autoestima comunitária.

A grande roda: 10 anos de Calçada do Samba

O clímax do episódio chega com a roda de samba especial em homenagem aos dez anos da Calçada. O encontro reúne gerações da família Mina, vizinhos e amigos, todos unidos em um círculo onde a música dita o compasso do afeto.

Carlos abre cantando “Foram Me Chamar”, enquanto olhares e aplausos aquecem a noite. Em seguida, Vânia faz um discurso emocionado, relembrando momentos em que o samba foi cura para tristezas profundas.

O encerramento fica por conta de uma convidada especial: Eliana de Lima, que interpreta seu clássico “Desejo de Amar”. Sua presença sela a importância da Calçada como símbolo da força cultural periférica, reconhecida além dos limites do bairro.

— “A periferia é um celeiro de talento, e espaços como este são fundamentais para manter nossa história viva”, declara Eliana.

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