
Quando pensamos em uma comédia romântica, é comum imaginar aquela fórmula previsível: dois personagens se encontram, têm desentendimentos engraçados, e no final se apaixonam para sempre. Mas, de vez em quando, surge um filme que desafia essas expectativas e traz uma narrativa que bate fundo no coração, sem perder o leve toque de humor e a magia do amor. É o que acontece com Meu Ano em Oxford, lançado em agosto de 2025 pela Netflix.
Dirigido por Iain Morris e baseado no livro de Julia Whelan, o filme convida a gente a acompanhar Anna De La Vega, uma jovem americana cheia de sonhos, que parte para a Inglaterra para estudar literatura na lendária Universidade de Oxford. Mas, como na vida real, nem tudo sai como planejado. Entre provas, livros antigos e paisagens de tirar o fôlego, Anna se vê envolvida em um romance inesperado com Jamie Davenport, seu professor, cuja história carrega segredos difíceis e um peso que vai muito além da sala de aula.
Um começo despretensioso que logo vira coração acelerado
Logo no primeiro dia, Anna tem um encontro um tanto atrapalhado com Jamie — ele quase a atropela com o carro! O que poderia ser um momento constrangedor vira a faísca que acende uma química difícil de ignorar. A princípio, eles se provocam, trocam palavras afiadas e promessas de manter as coisas superficiais. Mas uma noite juntos no típico pub inglês muda tudo: risadas, dança, confidências, e um desejo que cresce silencioso.
É impossível não se identificar com a insegurança e o medo que Anna sente, misturados à vontade de se jogar nesse sentimento novo, mesmo quando sabe que não deveria. Essa vulnerabilidade é o que torna a personagem tão humana — ela é a jovem adulta de todos nós, aprendendo que nem tudo na vida é preto no branco.

Amor e luta — um casal diante da adversidade
O que diferencia o longa de outros romances é a coragem com que o filme aborda as dificuldades reais por trás do amor. Jamie não é apenas o professor charmoso e misterioso — ele carrega um segredo devastador: um câncer genético que ameaça seu futuro e seu relacionamento com o pai.
É tocante ver a maneira delicada como o filme expõe essa luta sem cair no sentimentalismo fácil. Jamie é forte, mas também frágil. Ele se afasta, tem medo de se entregar, mas encontra em Anna uma luz que o faz querer enfrentar o impossível.
Esse conflito traz uma profundidade rara, um convite para refletirmos sobre o valor do amor quando tudo parece incerto. E como às vezes amar é, antes de tudo, ter coragem para estar presente na dor do outro.
A beleza de Oxford como cenário de sonhos e desafios
Outro ponto que merece destaque é como o filme usa os cenários reais da Universidade de Oxford para contar sua história. A Biblioteca Bodleiana, os colleges antigos, as ruas de pedra e o clima acadêmico carregam uma nostalgia e um charme que fazem qualquer um querer embarcar nessa aventura.
Mas não é só um cartão-postal: esses locais representam o mundo novo e desafiador no qual Anna se insere. Um ambiente que é tanto encantador quanto exigente, um palco para seu crescimento pessoal e para as escolhas difíceis que terá de fazer.
Atuação que emociona e faz refletir
Sofia Carson entrega uma atuação cheia de nuances, mostrando a transformação de Anna com uma naturalidade encantadora. Corey Mylchreest, por sua vez, dá vida a Jamie com uma mistura perfeita de charme, mistério e vulnerabilidade.
O casal principal tem uma química palpável, que torna cada momento juntos — dos risos aos conflitos — genuinamente tocantes. É daquelas histórias que a gente torce para que dê certo, mesmo sabendo que o caminho pode ser doloroso.
Vale a pena assistir?
Se você busca uma comédia romântica leve, o filme pode surpreender pelo toque dramático e pela profundidade emocional que carrega. Se prefere romances que não fogem das realidades duras da vida, encontrará aqui uma história que abraça o amor em todas as suas formas — incluindo as mais difíceis.
É um filme para assistir com o coração aberto, para rir, se emocionar e, quem sabe, se identificar com os altos e baixos da vida e do amor. Afinal, como Anna e Jamie nos lembram, o verdadeiro romance está em aceitar o outro por inteiro, com suas luzes e sombras.
















