Globo Repórter desta sexta (15/08) realiza viagem pelo universo boiadeiro e a cultura caipira do Brasil

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Foto: Reprodução/ Internet

Nesta sexta, 15 de agosto de 2025, o Globo Repórter convida o público a uma viagem pelo interior do Brasil, para conhecer de perto a vida no campo e o universo boiadeiro. Em uma edição especial, o programa mostra não apenas o trabalho diário de peões e peoas, mas também a tradição que se mantém viva há décadas, entrelaçando história, música, moda e gastronomia rural. A coprodução com a EPTV, afiliada da Globo, leva o telespectador a um mergulho no cotidiano sertanejo, destacando o orgulho de quem nasceu e cresceu em meio à roça e aos rodeios. As reportagens, assinadas por Dirceu Martins e Paulo Gonçalves, capturam os detalhes que tornam essa cultura tão rica e autêntica.

A cultura caipira vai muito além da estética: está no sotaque carregado, nas expressões típicas, nas vestimentas e no jeito de viver. Mesmo com a modernização, essas tradições permanecem como pilares do estilo de vida rural, adaptando-se ao tempo sem perder a essência. No interior de São Paulo, por exemplo, o “r” puxado é uma marca registrada, assim como o apego à vida no campo e o cuidado com os animais.

José Maria, conhecido como ‘Seu Zelão’, de 73 anos, é um exemplo vivo dessa tradição. Casado há 54 anos com Dona Lúcia, que trabalha na produção de queijos desde os 12 anos, ele mantém em seu sítio 60 cabeças de gado e 28 vacas leiteiras, cada uma com nome próprio. “Sou caipira do pé rachado mesmo! Daqueles que vivem e gostam da roça”, conta. Para ele, nomear as vacas não é apenas sentimental: ajuda a organizar a ordenha de cada animal, mesmo que o processo hoje seja mecanizado. “Gostoso é levantar de manhã e ouvir o galo cantando, o mugido das vacas. Eu gosto da cidade, mas meu lugar é aqui”, diz Zelão com orgulho.

O universo das festas de peão

Em 2025, a famosa Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos completa 70 anos. Muito além das competições de montaria, esses eventos movimentam a economia, o turismo e consolidam a cultura sertaneja no país. São mais de 1.100 festas de peão realizadas anualmente no Brasil, sendo 180 integradas ao Circuito Mundial de Rodeios, que garante vagas em competições internacionais.

O programa mostra, nos bastidores, a dedicação de cada participante. Entre eles, o papel das mulheres se destaca. Ana Claudia Garcia, pioneira na função de “madrinheira”, percorre o país acompanhando os principais rodeios. As madrinheiras são essenciais: ajudam na preparação dos animais, orientam os peões e garantem que os animais retornem com segurança aos currais. “Ser madrinheira é mais do que acompanhar os peões. É cuidar dos animais e garantir que tudo aconteça da melhor forma possível. É uma responsabilidade enorme, mas o amor pelo rodeio supera tudo”, afirma Ana Claudia.

Moda sertaneja: tradição e inovação

O Globo Repórter também mostra como a moda sertaneja evoluiu ao longo dos anos. Dirceu Martins explica que o estilo cowboy conquistou as ruas, se modernizou e virou referência nacional. Jeans, botas, chapéus e couro se reinventam com bordados, brilhos e novas tecnologias. Designers estudam tendências e criam peças que unem tradição e contemporaneidade, tornando a moda sertaneja um fenômeno de criatividade e mercado.

“É impressionante acompanhar como a moda do mundo sertanejo evoluiu. A criatividade nas botas e nas calças jeans é incrível. Fiquei surpreso com a quantidade de bordados e brilhos que a indústria sertaneja está usando e com o impacto que isso tem no mercado”, comenta Dirceu Martins. A moda, assim como a música e as festas, serve como expressão de identidade. Cada detalhe do vestuário transmite orgulho e pertencimento, reforçando a ligação entre o peão, o campo e a tradição.

Música raiz e a Orquestra de Viola de Piracicaba

No interior de São Paulo, a música caipira é outro ponto alto da cultura. A Orquestra de Viola de Piracicaba resgata, há 20 anos, o que há de mais genuíno na música raiz. A região é berço de importantes sucessos sertanejos, e os músicos preservam essa herança, mostrando como a música se conecta com a família e o dia a dia do interior.

“A música sertaneja é uma linguagem do coração. Ela fala de amor, de trabalho, de dor e alegria, mas sempre com um pé na roça e outro na história das famílias”, comenta um dos músicos da orquestra. No programa, eles mostram a importância de manter viva a essência da viola, instrumento símbolo do universo caipira.

Peão moderno x peão raiz

A reportagem também evidencia a diferença entre o peão moderno e o peão raiz. Enquanto o primeiro busca modernidade e tecnologias para otimizar o trabalho, o segundo mantém hábitos tradicionais, valorizando o contato direto com os animais e a rotina rural. No entanto, ambos compartilham a mesma paixão pelo rodeio, o cuidado com os animais e o orgulho de representar a cultura caipira.

Paulo Gonçalves, repórter que também mergulhou nesse universo, relata: “Eu sou do interior, de Marília, e me considero um repórter caipira também. Foi uma experiência enriquecedora visitar propriedades rurais e sentir a receptividade das pessoas, um povo que gosta de uma boa prosa”. Ele enfatiza como o contato humano e o respeito pelas tradições são fundamentais para compreender a essência da vida no interior.

Economia, turismo e identidade cultural

As festas de peão e o universo sertanejo vão além da tradição e da diversão. Elas têm impacto direto na economia local e no turismo, gerando empregos e atraindo visitantes de todo o país. Hotéis, restaurantes, lojas de artigos sertanejos e produtores rurais se beneficiam do movimento desses eventos, que também promovem intercâmbio cultural e preservação de costumes regionais.

Além disso, essas festas reforçam a identidade cultural brasileira. Cada montaria, cada apresentação musical e cada peça de roupa contam uma parte da trajetória do povo sertanejo, mantendo viva a memória coletiva e fortalecendo os laços entre gerações.

Histórias de vida e amor pelo campo

O programa dedica parte da reportagem a histórias de vida que refletem o amor pelo campo. Dona Lúcia mantém técnicas tradicionais de produção de queijos, transmitindo seu conhecimento à família e à comunidade. Seu Zelão, além de cuidar do gado, compartilha memórias que atravessam décadas, mostrando que a vida no campo é marcada por disciplina, paciência e respeito pela natureza.

O cotidiano rural vai além do trabalho: é também lazer, cultura e convivência. Reuniões familiares, almoços aos domingos, celebrações e música compõem um mosaico que torna a vida no interior única. “A roça ensina o valor do tempo e da dedicação. Cada dia é uma lição de paciência, amor e respeito”, reflete Zelão.

O programa também aborda a educação no campo. Escolas rurais e projetos comunitários buscam conciliar o ensino formal com a valorização da cultura local, garantindo que crianças cresçam conectadas às suas raízes. Atividades como ordenha, cuidado com animais e cultivo de hortas complementam o aprendizado acadêmico, fortalecendo a identidade caipira e incentivando práticas sustentáveis.

O futuro da cultura sertaneja

Mesmo com modernização e urbanização, a cultura sertaneja segue viva, adaptando-se às novas gerações sem perder a essência. Festas de peão, música, moda e vida rural se reinventam, mantendo jovens e adultos conectados às tradições.

O Globo Repórter mostra que a cultura caipira é mais do que um estilo de vida: é um patrimônio vivo, que envolve história, arte, economia e emoção. Ao mergulhar nesse universo, o programa não apenas informa, mas emociona, transmitindo o orgulho de um povo que preserva suas raízes e as compartilha com o Brasil e o mundo.

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