
Nesta sexta-feira, 15 de agosto, a Sessão da Tarde da TV Globo traz aos telespectadores um verdadeiro marco do cinema de ação dos anos 90: Velocidade Máxima (Speed). Lançado em 1994, o filme não apenas consolidou Keanu Reeves e Sandra Bullock como protagonistas de ação, mas também elevou os padrões de tensão, efeitos especiais e narrativa cinematográfica em Hollywood. Com uma trama eletrizante, personagens cativantes e cenas que desafiam os limites da gravidade, Velocidade Máxima continua sendo uma experiência envolvente, mesmo décadas após seu lançamento.
Dirigido por Jan de Bont, que fazia sua estreia na direção de longas-metragens após uma carreira consolidada como diretor de fotografia, o filme conta a história do policial Jack Traven (Keanu Reeves), que precisa impedir um desastre iminente: um ônibus urbano carregado de passageiros equipado com uma bomba, que explode caso sua velocidade caia abaixo de 80 km/h. Ao lado de Jack, surge Annie Porter (Sandra Bullock), uma passageira corajosa que assume o volante após o motorista ser ferido, transformando-se em co-protagonista em uma jornada repleta de suspense e heroísmo.
Uma história que prende o espectador
O grande diferencial do filme é a forma como constrói a tensão. Cada segundo importa: desacelerar significa risco de morte instantâneo, e a ameaça do terrorista Howard Payne (Dennis Hopper) se faz sentir em cada curva e reta da cidade de Los Angeles. A narrativa combina a ação vertiginosa dentro do ônibus com a estratégia policial externa, liderada pelo tenente Mac McMahon (Jeff Daniels), criando um ritmo ininterrupto que mantém o espectador atento do início ao fim.
O filme também equilibra ação e humanidade. Jack não é apenas um policial habilidoso, mas um personagem com sensibilidade, empatia e capacidade de improviso. Annie, por sua vez, representa a coragem do cidadão comum diante do perigo, mostrando que heroísmo nem sempre está ligado a uniformes ou treinamento especializado. Essa dinâmica entre protagonistas cria uma conexão emocional com o público, tornando as sequências de tensão ainda mais impactantes.

Personagens e atuações memoráveis
O sucesso do filme também se deve ao talento do elenco. Keanu Reeves entrega um Jack Traven convincente, que combina agilidade física, raciocínio rápido e presença emocional, permitindo ao público torcer por ele a cada desafio. Sandra Bullock, como Annie, não é apenas uma coadjuvante: ela se destaca em uma performance que equilibra coragem, vulnerabilidade e humor sutil, tornando suas cenas com Jack ainda mais memoráveis.
Dennis Hopper, no papel de Howard Payne, é outro destaque. Sua interpretação de um terrorista calculista, frio e imprevisível confere ao filme a tensão necessária para que cada ameaça pareça real. Com olhares ameaçadores, gestos minuciosos e uma presença intimidadora, Hopper transforma Payne em um vilão inesquecível, que é tão inteligente quanto perigoso.
O restante do elenco, incluindo Joe Morton, Alan Ruck e Jeff Daniels, complementa a trama com personagens secundários sólidos, que ajudam a criar um ambiente mais verossímil e envolvente. No Brasil, a dublagem realizada por Márcio Simões, Manolo Rey e Sheila Dorfman contribuiu para tornar a narrativa acessível e emocionante para o público nacional, sem perder nuances da interpretação original.
Efeitos visuais e técnicos que marcaram época
Mesmo passadas quase três décadas, Velocidade Máxima mantém seu impacto visual. Jan de Bont trouxe para a direção uma expertise em fotografia que se traduz em sequências de ação impecáveis, incluindo perseguições de ônibus e saltos arriscados sobre rodovias interrompidas. As cenas foram planejadas com precisão e muitas vezes envolviam efeitos práticos, garantindo realismo e tensão contínua.
A trilha sonora pulsante e a mixagem de som, premiadas com Oscars, também desempenham papel fundamental na experiência do espectador. Cada ronco de motor, explosão ou freada em falso é amplificado de forma a aumentar a sensação de perigo iminente, tornando impossível desviar o olhar da tela. Esses elementos técnicos não só impressionaram a crítica na época, mas continuam a influenciar produções modernas de ação e suspense.
Sucesso comercial e legado
Quando estreou, o filme arrecadou US$ 350,4 milhões mundialmente, um feito notável considerando o orçamento de apenas US$ 30 milhões. O filme também conquistou dois Oscars, em categorias técnicas, consolidando sua importância no cinema e garantindo que fosse lembrado não apenas pelo público, mas também pela indústria cinematográfica.
O sucesso do filme gerou uma sequência, Speed 2: Cruise Control, lançada em 1997. Apesar de trazer de volta Sandra Bullock, a continuação não alcançou a mesma aclamação crítica ou comercial, sendo amplamente criticada por perder a tensão e o dinamismo do original. Ainda assim, o longa-metragem permanece como referência obrigatória para filmes de ação, especialmente aqueles que exploram tensão em ambientes confinados.
Momentos icônicos que marcaram o cinema
Algumas cenas do filme se tornaram emblemáticas e permanecem na memória do público:
O ônibus que não pode reduzir a velocidade: O conceito de uma bomba que explode se o veículo desacelera tornou a narrativa imediatamente envolvente e inovadora para a época.
Annie ao volante: A decisão de uma passageira assumir o ônibus adicionou uma dimensão emocional e heróica à trama, mostrando coragem e protagonismo feminino.
O salto sobre a estrada interrompida: Um dos momentos mais memoráveis do cinema de ação, combinando planejamento meticuloso e execução arriscada.
Confronto final no trem do metrô: A sequência culminante onde Jack e Annie enfrentam Howard Payne, demonstrando criatividade, coragem e tensão máxima.
















