
Neste sábado, 16 de agosto, às 14h, a Globo não exibe apenas um filme na Sessão de Sábado. Ela oferece ao público a oportunidade de revisitar uma parte essencial da história do cinema, com um clássico que continua atual, emocionante e envolvente. “Indiana Jones e o Templo da Perdição” é mais do que uma aventura. É um retrato da ousadia de dois cineastas visionários, uma história que mescla fantasia e realidade, e um lembrete de que heróis podem ser falhos, mas ainda assim inspiradores.
Prepare a pipoca, reúna a família e embarque mais uma vez nessa jornada com o arqueólogo mais querido do cinema. Porque certas aventuras, como essa, nunca envelhecem.
Logo após a exibição de um Edição Especial, o público terá a oportunidade de revisitar (ou conhecer pela primeira vez) uma história que marcou época e ajudou a consolidar o gênero de ação e aventura no cinema mundial. Mas por que, mesmo quatro décadas depois, esse filme ainda causa tanto fascínio? Para entender, é preciso mergulhar na narrativa, nos bastidores, nas polêmicas e no legado que “O Templo da Perdição” deixou não apenas para o cinema, mas também para a cultura pop.
Uma trama que mistura misticismo, perigo e ação
Ao contrário do que muitos pensam, o longa não é uma continuação direta de “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981), mas sim uma prequela. Os acontecimentos narrados se passam um ano antes do primeiro filme, situando o público em uma fase diferente da trajetória de Indiana.
A história começa em Xangai, em um clima glamoroso, com um número musical memorável estrelado por Kate Capshaw, no papel da cantora Willie Scott. Logo de início, Spielberg já entrega ao público um espetáculo visual que mistura humor, música e ação em uma das aberturas mais marcantes da franquia.
Em seguida, após uma fuga eletrizante em um avião, Indy, Willie e o jovem órfão Short Round (Jonathan Ke Quan) acabam caindo de paraquedas em uma aldeia indiana. É ali que a trama ganha contornos mais sombrios: a comunidade pede ajuda para recuperar uma pedra sagrada roubada, que trouxe desgraça e miséria para a região. A partir daí, o arqueólogo e seus companheiros embarcam em uma jornada repleta de perigos, confrontando o culto dos Thuggee, liderado pelo vilão Mola Ram (Amrish Puri), que pratica rituais de magia negra e mantém crianças escravizadas.
O resultado é uma narrativa que mistura aventura, misticismo e momentos de tensão, mas que não abre mão do humor característico da franquia.
Personagens marcantes e atuações inesquecíveis
Um dos grandes pontos fortes do filme é o elenco, que conseguiu entregar personagens memoráveis.
Harrison Ford reafirma por que Indiana Jones se tornou um ícone. Seu equilíbrio entre coragem, carisma e fragilidade humana dá profundidade ao herói, tornando-o mais do que apenas um aventureiro destemido.
Kate Capshaw, como Willie Scott, traz frescor e leveza. Embora inicialmente vista como uma personagem “frágil”, ao longo da narrativa ela conquista espaço, enfrentando seus próprios medos e provando que também é parte essencial da aventura.
Jonathan Ke Quan, no papel de Short Round, é a verdadeira surpresa do filme. O pequeno ajudante conquista o público com sua inteligência, coragem e lealdade a Indy. A química entre os dois é um dos pontos altos da trama.
Amrish Puri, como Mola Ram, entrega um dos vilões mais marcantes da franquia. Sua imponência e o tom ameaçador de seus rituais criam um antagonista assustador, que ainda hoje é lembrado como um dos grandes vilões da história do cinema.
Bastidores e desafios de produção
O filme foi um desafio para Spielberg e Lucas. O objetivo era criar algo diferente de “Os Caçadores da Arca Perdida”, evitando repetir fórmulas. Para isso, a dupla apostou em um tom mais sombrio. O resultado foi um filme com mais cenas de violência, rituais macabros e até momentos que beiravam o terror, algo pouco comum em produções de aventura da época.
As filmagens também tiveram seus desafios. A Índia, inicialmente escolhida como cenário principal, não autorizou todas as gravações devido a divergências sobre a forma como a cultura local seria representada. Isso obrigou a equipe a se mudar para o Sri Lanka, além de gravar muitas cenas em estúdios na Inglaterra.
Outro ponto curioso é que Harrison Ford sofreu uma grave lesão nas costas durante as filmagens, o que exigiu ajustes na agenda e o uso de dublês em algumas cenas mais intensas. Mesmo assim, o ator insistiu em realizar várias sequências de ação, garantindo autenticidade ao personagem.
Além disso, Spielberg conheceu durante as filmagens a atriz Kate Capshaw, que anos mais tarde se tornaria sua esposa. Esse detalhe pessoal adiciona ainda mais valor histórico e afetivo à produção.
Efeitos especiais e inovações
A franquia Indiana Jones sempre foi reconhecida por sua capacidade de entregar efeitos especiais inovadores, e o longa não foi diferente. A equipe da Industrial Light & Magic (ILM) trabalhou em cenas desafiadoras, como a perseguição de carrinhos de mina, que misturava miniaturas, dublês e efeitos de stop-motion.
Os sons também tiveram papel fundamental: Ben Burtt, especialista em efeitos sonoros, criou ambientes auditivos únicos, que ajudaram a dar intensidade às cenas de ação. Cada detalhe, do barulho das pedras caindo aos gritos nos rituais, foi cuidadosamente planejado.
Polêmicas e impacto cultural
Apesar do sucesso de bilheteria — arrecadando quase US$ 333 milhões em todo o mundo —, o filme enfrentou críticas. Muitos apontaram representações estereotipadas da cultura indiana e as cenas de violência como excessivamente perturbadoras para um público mais jovem.
Essas polêmicas, inclusive, foram determinantes para a criação da classificação indicativa PG-13 nos Estados Unidos, um marco importante na história do cinema. A nova categoria surgiu justamente para indicar filmes que poderiam ser inadequados para crianças, sem necessariamente merecer a classificação “R” (restrita).
Com o tempo, porém, “O Templo da Perdição” foi ressignificado. Hoje, críticos e fãs reconhecem a ousadia da produção e a contribuição que ela trouxe para a evolução do gênero aventura.
Legado e curiosidades
O impacto do filme vai além das bilheterias. Ele inspirou quadrinhos, videogames, brinquedos e até montanhas-russas em parques temáticos da Disney. Muitas gerações conheceram Indiana Jones não apenas no cinema, mas também através desses produtos derivados. Algumas curiosidades chamam a atenção:
Harrison Ford insistiu em fazer a famosa cena da ponte, suspensa a dezenas de metros de altura, mesmo com sua lesão.
Kate Capshaw precisou aprender mandarim e sapateado para a cena inicial em Xangai.
O banquete bizarro no palácio, que inclui pratos inusitados como “cérebro de macaco gelado”, foi pensado para chocar e se tornou uma das sequências mais comentadas da franquia.
Reconhecimento e premiações
“O Templo da Perdição” não passou despercebido pela crítica especializada. O longa venceu o Oscar de Melhores Efeitos Visuais em 1985 e recebeu indicação para Melhor Trilha Sonora, assinada pelo lendário John Williams, que mais uma vez conseguiu traduzir em música toda a grandiosidade e emoção da aventura.

O Supercine deste sábado, dia 16 de agosto de 2025, promete emocionar e divertir o público com uma produção brasileira que mistura música, comédia, romance e aventura: o longa Alice & Só, dirigido por Daniel Lieff. Mais do que apenas um filme, a obra é um convite para viajar pelas estradas do Brasil e do Paraguai acompanhando dois jovens em busca de seus sonhos, descobrindo não apenas novos cenários, mas também verdades sobre si mesmos.
Com Bruna Linzmeyer e Johnny Massaro nos papéis principais, o filme conta a história de Alice e Sócrates — ou simplesmente “Só” —, melhores amigos que decidem colocar o pé na estrada rumo ao maior festival de covers do mundo. No caminho, eles vivem encontros inesperados, enfrentam dilemas pessoais e descobrem que a música mais importante é aquela que nasce do coração e das experiências compartilhadas.
Uma amizade que ultrapassa barreiras
Alice é uma jovem cheia de energia, sonhadora e apaixonada pela música. Desde pequena, ela nutre a vontade de transformar seu talento em carreira, acreditando que cantar e compor é mais do que um hobby: é sua forma de existir no mundo. Ao seu lado está Sócrates, o “Só”, um amigo leal, divertido e igualmente apaixonado pela arte. Se Alice representa a coragem e o impulso de seguir em frente, Só simboliza a sensibilidade e as inseguranças que fazem parte da vida de qualquer jovem artista.
A relação entre os dois vai além da música: eles compartilham confidências, sonhos e medos. Juntos, decidem embarcar em uma road trip que mudará suas vidas para sempre. O objetivo é ousado: chegar ao Paraguai para participar de um festival que reúne bandas covers de todo o mundo. Mas, como toda boa jornada, o caminho reserva muito mais do que o simples destino.
A estrada como metáfora de crescimento
O longa é construído em torno de uma viagem que percorre estradas brasileiras e paraguaias, transformando o cenário em parte fundamental da narrativa. As locações não são apenas pano de fundo: tornam-se quase um terceiro personagem, refletindo os altos e baixos da trajetória dos protagonistas.
Filmado em 2016, o filme traz cenas em locais emblemáticos, como o centro comercial de Cidade do Leste, o shopping Paris, a região central de Presidente Franco e, no Brasil, pontos icônicos de Foz do Iguaçu, incluindo as impressionantes Cataratas do Iguaçu e a movimentada BR-277. Cada cenário contribui para reforçar a autenticidade da road trip e aproximar o público da realidade vivida por Alice e Só.
O espectador é levado a sentir o calor da estrada, o frio na barriga diante de novos desafios e a emoção de descobrir que cada parada guarda uma lição. Ao mesmo tempo em que viajam para se apresentarem em um festival, os jovens acabam vivendo uma jornada de autoconhecimento.
A presença de Tinho: mentor improvável
Durante a viagem, Alice e Só conhecem Tinho (Felipe Camargo), um ex-roqueiro que cruza seus caminhos e, de forma inesperada, se torna um guia. Tinho carrega consigo a experiência de quem já viveu os altos e baixos da fama e da estrada. Ele provoca reflexões, desafia os jovens a questionarem seus objetivos e oferece lições que só quem já trilhou caminhos tortuosos consegue transmitir.
A interação entre o trio garante momentos de humor, tensão e emoção, equilibrando leveza e profundidade. Enquanto Alice e Só representam a juventude em busca de sonhos, Tinho simboliza o olhar maduro de quem já precisou lidar com as consequências de suas escolhas. Essa troca entre gerações enriquece a narrativa e dá ao filme um tom de universalidade.
Um elenco diverso e talentoso
O filme não se sustenta apenas na força de seus protagonistas. Além de Bruna Linzmeyer e Johnny Massaro, que entregam atuações sensíveis e cativantes, o elenco reúne nomes de peso:
Felipe Camargo como Tinho, o ex-roqueiro que funciona como mentor;
Nanda Costa como Catalina, trazendo charme e complexidade à trama;
Eduardo Sterblitch, Guilherme Weber, Guta Stresser, Stephan Nercessian e Javier Enciso, que completam a narrativa com personagens que transitam entre humor e drama, tornando o universo de Alice e Só ainda mais rico. Cada personagem, por menor que seja sua participação, ajuda a construir a atmosfera de uma história que fala sobre amizade, música e coragem.
Da ideia ao cinema
O roteiro do longa, assinado por Álvaro Campos e Matheus Souza, passou por diferentes versões antes de chegar ao formato final. Inicialmente, o projeto tinha os títulos provisórios Partiu Paraguai e Bamo Nessa, até evoluir para o nome atual, que valoriza a conexão entre os protagonistas e reforça o caráter musical da narrativa.
A produção ficou a cargo da Coqueirão Pictures, em parceria com a 20th Century Fox, e marca a estreia de Daniel Lieff na direção de longas-metragens. Conhecido por seu olhar sensível e pela habilidade em retratar histórias humanas, Lieff conseguiu transformar uma simples road trip em uma jornada emocionante sobre autodescoberta.
A música como fio condutor
Se há um elemento que permeia todo o filme, esse elemento é a música. Alice e Só não estão apenas viajando para se divertir: eles buscam realizar um sonho. A cada parada, a cada apresentação, o público é lembrado de como a música funciona como linguagem universal, capaz de unir pessoas diferentes em torno de uma mesma emoção.
As apresentações da dupla não são apenas performances; são momentos de entrega, de vulnerabilidade e de conexão com o público. O filme mostra que a música tem o poder de atravessar fronteiras, seja de idioma, seja de cultura, aproximando gerações e construindo memórias.
A presença de Tinho reforça ainda mais essa dimensão, mostrando a ponte entre o passado glorioso do rock e a paixão renovada da juventude. É como se cada canção ecoasse uma mensagem: a de que a arte sobrevive, mesmo quando os caminhos parecem incertos.
Mais do que um filme musical
Embora a música seja o fio condutor, o filme não se limita a ser um filme sobre shows e festivais. Sua verdadeira essência está nos temas universais que aborda:
Amizade: a relação entre Alice e Só é o coração da história, mostrando que o apoio mútuo pode ser o diferencial para seguir em frente.
Superação: os personagens enfrentam inseguranças, dilemas e obstáculos, aprendendo que cada queda é também uma oportunidade de recomeço.
Autodescoberta: a viagem simboliza o processo de amadurecimento, no qual os jovens descobrem não apenas quem são, mas também o que querem para o futuro.
Amor e lealdade: mesmo sem se apoiar exclusivamente no romance, o filme mostra que toda relação verdadeira envolve confiança e entrega.
Esses elementos fazem com que a trama dialogue não apenas com jovens, mas também com adultos que já viveram ou ainda sonham em viver aventuras transformadoras.
Um convite à reflexão
Ao assistir o filme, o espectador é convidado a refletir sobre seus próprios sonhos e escolhas. Quem nunca pensou em largar tudo e pegar a estrada em busca de uma paixão? Quem nunca teve medo de fracassar, mas mesmo assim decidiu tentar?
O longa se conecta com essas questões de forma leve, mas profunda, mostrando que o mais importante não é o destino final, mas sim o caminho percorrido. Cada música tocada, cada amizade fortalecida, cada desafio superado se transforma em parte essencial da jornada.
O impacto cultural
Produções como Alice & Só têm um papel fundamental no cinema brasileiro. Ao unir estrada, música e juventude, o filme dialoga com a cultura pop e, ao mesmo tempo, valoriza cenários nacionais e latino-americanos. É uma obra que celebra a pluralidade, mostrando que nossas histórias também podem alcançar públicos amplos e deixar marcas duradouras.
















