
Neste sábado, 23 de agosto de 2025, o Supercine traz para a tela da Globo um encontro raro e curioso: Morgan Freeman, Tommy Lee Jones e Rene Russo em uma comédia de ação que mistura rivalidade, segredos do passado e um resort de luxo como pano de fundo. O filme é Apenas o Começo (Just Getting Started), produção americana lançada em 2017, que marca a volta do diretor Ron Shelton ao cinema após mais de uma década afastado.
Embora tenha sido recebido com críticas duras e desempenho tímido nas bilheteiras, o longa carrega um charme próprio: é leve, despretensioso e aposta no carisma de seus veteranos para conduzir uma trama que gira em torno de amizade, segredos e uma boa dose de confusão.

A história por trás do riso
O enredo nos apresenta Duke Diver (Morgan Freeman), um ex-advogado que vive sob identidade falsa em um resort de luxo chamado Villa Capri. Duke é a alma do lugar: carismático, popular entre os hóspedes e sempre cercado de mulheres.
Sua vida confortável, no entanto, é abalada com a chegada de Leo McKay (Tommy Lee Jones), um ex-agente do FBI. Leo é mais sério, pragmático e não se deixa impressionar facilmente pelo jeito expansivo de Duke. O que começa como uma rivalidade divertida – recheada de provocações, competições bobas e disputas por atenção – logo se transforma em algo mais complexo.
O passado turbulento de Duke, ligado à máfia, ressurge, trazendo inimigos determinados a acertar contas. É nesse momento que ele e Leo precisam abandonar as diferenças e trabalhar lado a lado. A trama então mistura comédia e ação, mostrando que, às vezes, até os maiores rivais podem se tornar aliados improváveis.
Um trio de peso em cena
Se o roteiro é simples, a força de Apenas o Começo está em seu elenco. Afinal, ver Morgan Freeman e Tommy Lee Jones dividindo a tela já seria um atrativo por si só. Com a inclusão de Rene Russo, o trio entrega momentos que, mesmo sem grandes reviravoltas, chamam atenção pelo carisma.
Freeman dá vida a Duke com sua habitual leveza, construindo um personagem simpático, vaidoso e cheio de tiradas. Tommy Lee Jones, por sua vez, mantém o estilo durão que o consagrou, mas com uma pitada de humor que surpreende em alguns momentos. Já Rene Russo interpreta Suzie Quinces, a administradora do resort, que acaba se envolvendo nesse duelo de egos, equilibrando a tensão com charme e sensibilidade.
Além deles, nomes como Elizabeth Ashley, Glenne Headly e até Johnny Mathis – que aparece interpretando a si mesmo – completam o elenco e reforçam a atmosfera descontraída da produção.
O retorno de Ron Shelton
Outro detalhe que chama atenção é a presença de Ron Shelton na direção. Shelton construiu sua carreira em filmes de comédia com pitadas de esporte e romance, como Homens Brancos Não Sabem Enterrar (1992). Porém, ficou mais de dez anos afastado do cinema, desde Hollywood Homicide (2003).
Seu retorno com Apenas o Começo foi recebido com expectativa, mas Shelton deixou claro que o objetivo não era criar um filme grandioso ou cheio de pretensões. Ele queria algo leve, quase como uma comédia de férias, em que os personagens e suas interações fossem o centro da narrativa.
E foi isso que entregou: uma produção simples, voltada para o riso descompromissado e para a química entre seus atores veteranos.
Um fracasso de bilheteira, mas não de encontros
Lançado em dezembro de 2017, o filme custou cerca de 22 milhões de dólares e arrecadou apenas 7 milhões mundialmente, tornando-se um fracasso de bilheteira. Sua estreia nos cinemas americanos coincidiu com a expansão de The Disaster Artist e, pouco depois, com o fenômeno Star Wars: Os Últimos Jedi, o que deixou a produção em segundo plano.
Apesar disso, o maior valor do filme não está em sua arrecadação, mas no encontro de estrelas veteranas que dividem a tela com humor e cumplicidade. Para os fãs, ver Freeman e Jones em disputa já é uma experiência única, ainda mais quando o roteiro cria situações absurdas que forçam a união dos dois.
O cenário como personagem
Filmado no Novo México, o resort Villa Capri se torna quase um personagem dentro da trama. O local transmite a ideia de paraíso, com sol constante, festas e campos de golfe. É nesse espaço aparentemente tranquilo que se desenrolam rivalidades, perseguições e até confrontos com mafiosos.
O contraste entre a atmosfera relaxante do resort e os perigos da trama reforça o tom de comédia, já que situações sérias acontecem em cenários que remetem a férias e descanso. Essa ambientação é essencial para dar ao filme sua identidade descontraída.
















