Domingo Maior exibe hoje (24/08) o aclamado drama histórico Argentina, 1985

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Na noite de hoje, 24 de agosto, o Domingo Maior, da TV Globo, apresenta ao público o impactante drama histórico Argentina, 1985, um filme que revisita um dos períodos mais sombrios da história argentina e celebra a coragem de dois promotores que enfrentaram a ditadura militar mais violenta do país. A produção traz à tela não apenas uma narrativa de suspense e justiça, mas também uma reflexão profunda sobre memória, ética e cidadania.

A história por trás do filme

Inspirado em fatos reais, Argentina, 1985 narra a trajetória de Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, promotores determinados a responsabilizar os líderes da ditadura militar argentina. Durante anos de repressão, milhares de pessoas foram presas, desaparecidas ou assassinadas. Mesmo diante de ameaças constantes e de um ambiente político hostil, Strassera e Ocampo decidiram processar os responsáveis pelos crimes e levar adiante o Julgamento das Juntas Militares, um marco histórico que representou o primeiro tribunal civil no mundo a julgar ex-comandantes militares pelo abuso de poder.

O filme acompanha o período de 1985, quando os promotores reuniram uma equipe de advogados para investigar, organizar provas e ouvir testemunhas, enfrentando pressões políticas e militares para garantir que a justiça fosse cumprida. Cada decisão tomada pelos protagonistas é apresentada de maneira tensa e dramática, mostrando a complexidade de enfrentar um regime autoritário e o impacto emocional que o processo teve sobre todos os envolvidos.

Contexto histórico

O Julgamento das Juntas teve início em 22 de abril de 1985 e se estendeu até agosto do mesmo ano. Sob a presidência de Raúl Alfonsín, foi assinado o decreto que permitia o início do processo judicial, criando também a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (CONADEP), responsável por documentar os crimes cometidos durante a ditadura.

O tribunal ouviu 839 testemunhas, totalizando cerca de 530 horas de audiência. Entre os réus estavam os principais líderes militares da ditadura, como Jorge Rafael Videla, Emilio Massera, Orlando Ramón Agosti, Roberto Eduardo Viola e Armando Lambruschini, que receberam penas que variaram da prisão perpétua a alguns anos de detenção. O julgamento se tornou símbolo de justiça e representou um marco na história latino-americana, mostrando que nenhum regime está acima da lei.

Elenco e direção

O longa é dirigido e coescrito por Santiago Mitre, cineasta argentino conhecido por abordar com sensibilidade temas políticos e sociais. O elenco é estrelado por Ricardo Darín, considerado um dos maiores atores da Argentina, que interpreta Julio Strassera, e Peter Lanzani, que dá vida a Luis Moreno Ocampo. Também compõem o elenco Alejandra Flechner, Paula Ransenberg e Gabriel Fernández, todos entregando atuações intensas e realistas.

Para o público brasileiro, a dublagem é assinada por Amazyles Almeida, Cecilia Lemes, Gabriel Noya, Leonardo Camillo e Carlos Campanile, garantindo que a narrativa seja acessível e emocionante para todos. A produção é uma coprodução entre Argentina, Estados Unidos e Reino Unido, refletindo a relevância internacional da obra e sua recepção global.

Reconhecimento internacional

Argentina, 1985 estreou mundialmente na 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, competindo na seção oficial pelo Leão de Ouro, prêmio mais prestigioso do evento. O filme recebeu elogios da crítica internacional pelo roteiro sólido, direção precisa e atuações intensas, consolidando-se como uma das produções mais importantes da década sobre direitos humanos e justiça histórica.

Por que assistir

O filme não é apenas um relato histórico, mas uma aula de cidadania e ética. Ele mostra que a perseverança, o conhecimento jurídico e a coragem podem confrontar regimes opressivos. Ao contar a história de Strassera e Ocampo, o longa reforça a importância da memória, da verdade e da justiça para sociedades que sofreram regimes autoritários. Além disso, emociona ao revelar os desafios pessoais e profissionais enfrentados pelos protagonistas, tornando o drama humano tão relevante quanto o histórico.

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