Conversa com Bial desta segunda (01) recebe Sérgio Machado e Josélia Aguiar em noite dedicada à Bahia e sua força cultural

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Foto: Reprodução/ Internet

Na noite desta segunda-feira (1º), o programa Conversa com Bial mergulha no universo da cultura baiana ao receber dois convidados que carregam em suas trajetórias o amor pela arte e pela memória: o cineasta Sérgio Machado e a escritora e historiadora Josélia Aguiar. Eles chegam ao palco para falar sobre o filme “3 Obás de Xangô”, uma produção que vai além do registro documental e se transforma em celebração.

O longa, dirigido por Machado com roteiro assinado em parceria com Aguiar, resgata a amizade e a sintonia criativa entre três nomes que marcaram a história cultural do Brasil: o escritor Jorge Amado, o músico Dorival Caymmi e o artista plástico Carybé. Mais do que trajetórias individuais, o filme coloca em evidência a comunhão desses gigantes, que, ao lado do candomblé, da literatura e da música, ajudaram a construir uma identidade brasileira que atravessou fronteiras.

Sérgio Machado: a Bahia em imagens

Nascido em Salvador, em 1968, Sérgio é um dos diretores brasileiros de maior reconhecimento internacional. Sua carreira ganhou projeção mundial com o longa Cidade Baixa (2005), exibido no Festival de Cannes, e desde então o cineasta tem consolidado uma filmografia marcada pela sensibilidade e pelo olhar atento às contradições e potências do Brasil.

Para Machado, “3 Obás de Xangô” é também um retorno às origens. Ao revisitar a trajetória de Jorge Amado, Caymmi e Carybé, ele reconstrói não apenas a memória de três amigos, mas também a atmosfera de uma Bahia que respira música, religiosidade e literatura em cada esquina.

Josélia Aguiar: memória, palavra e pesquisa

Também soteropolitana, Josélia, nascida em 1978, construiu uma carreira sólida unindo jornalismo, literatura e história. Foi curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2017 e 2018 e hoje ocupa a direção da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.

Seu trabalho como biógrafa é referência: em 2018, lançou “Jorge Amado: uma biografia” (Editora Todavia), fruto de sete anos de investigação em arquivos e documentos pessoais. O livro venceu o Prêmio Jabuti de 2019, firmando-se como obra essencial para compreender a dimensão de Jorge Amado não apenas como escritor, mas como figura central da cultura brasileira.

O filme e sua importância

“3 Obás de Xangô” propõe uma viagem afetiva. Ao reunir imagens, registros históricos e depoimentos, a obra mostra como Jorge Amado, Caymmi e Carybé transformaram a amizade em combustível criativo. Unidos pelo afeto e pela espiritualidade, os três se tornaram guardiões de uma Bahia que, por meio da arte, simboliza resistência, alegria e diversidade cultural.

Mais do que um retrato biográfico, o longa convida o espectador a refletir sobre o papel da memória e da tradição como elementos que sustentam a identidade de um povo. É nesse ponto que o trabalho de Sérgio Machado e Josélia Aguiar se encontra: cinema e literatura como ferramentas de preservação e reinvenção da história.

O valor do encontro

No Conversa com Bial, a conversa entre os dois criadores vai além do filme. Machado e Aguiar discutem como a Bahia, terra de misturas e ancestralidades, se tornou símbolo de brasilidade. O diálogo evidencia a urgência de resgatar a memória cultural em tempos de transformações rápidas, reafirmando que Jorge Amado, Caymmi e Carybé deixaram mais do que obras: deixaram lições de amizade, generosidade e compromisso com a arte.

Entre passado e futuro

O programa desta segunda não apenas apresenta um filme, mas convida o público a refletir sobre a força da cultura brasileira e seu poder de atravessar gerações. “3 Obás de Xangô” mostra que a arte pode ser ponte: entre passado e presente, entre o local e o universal, entre a palavra e a imagem.

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