
O longa Demon Slayer: Castelo Infinito já pode ser considerado um marco na história do cinema mundial. Com arrecadação global superior a US$ 279 milhões, a produção ultrapassou nomes consagrados da animação japonesa, incluindo A Viagem de Chihiro, e consolidou-se como uma das maiores bilheterias do gênero em todos os tempos. Mais do que um simples sucesso comercial, o filme reafirma o impacto da franquia Kimetsu no Yaiba no cenário cultural e cinematográfico contemporâneo.
Recordes no Japão e sucesso imediato no Brasil
No Japão, o feito foi ainda mais expressivo: em apenas 52 dias de exibição, o longa ultrapassou a marca de 30 bilhões de ienes (cerca de US$ 204 milhões), tornando-se o filme mais rápido da história do país a alcançar tal patamar, superando recordes que antes pertenciam a obras consagradas do estúdio Ghibli. O desempenho meteórico não se restringiu ao território japonês — no Brasil, a estreia foi igualmente grandiosa. Apenas no primeiro dia de exibição, Castelo Infinito vendeu cerca de 320 mil ingressos, garantindo a terceira maior abertura do ano de 2025 nas salas nacionais e demonstrando a enorme expectativa do público brasileiro.

O início da batalha final
A história conduz os espectadores ao clímax da jornada de Tanjiro Kamado, jovem que ingressa no Esquadrão de Exterminadores de Demônios após ver sua irmã Nezuko transformada em uma dessas criaturas. O filme se inicia em meio ao Treinamento dos Hashira, um programa coletivo criado para fortalecer os caçadores e prepará-los para o confronto inevitável contra Muzan Kibutsuji, o maior inimigo da humanidade.
O ponto de ruptura ocorre quando Muzan invade a Mansão Ubuyashiki, quartel-general da corporação. Em meio ao caos, Tanjiro e os Hashira são lançados pelo vilão para dentro do enigmático Castelo Infinito — um espaço distorcido, labiríntico e repleto de armadilhas, que se torna o cenário definitivo para o combate entre os exterminadores e as forças demoníacas. A atmosfera claustrofóbica e sombria do castelo não apenas intensifica a tensão dramática, como simboliza a descida literal e metafórica dos personagens ao coração das trevas.
Uma adaptação pensada para o cinema
Diferente dos arcos anteriores adaptados em formato de compilação para os cinemas (Vilarejo dos Ferreiros e Treinamento dos Hashira), Castelo Infinito foi desenvolvido desde o início como um longa-metragem independente. Essa escolha se deve ao peso dramático e narrativo da história, que exigia mais espaço para ser explorada na tela grande, semelhante ao que ocorreu com o sucesso de Mugen Train.
Anunciado oficialmente em junho de 2024, logo após o encerramento da quarta temporada da série, Castelo Infinito é a primeira parte de uma trilogia cinematográfica que adaptará integralmente o desfecho do mangá. A decisão da Ufotable de apostar no formato de longa reflete não apenas a confiança na grandiosidade do arco final, mas também a certeza de que o público mundial estaria disposto a acompanhar esse clímax nas salas de cinema.

Entenda o fenômeno
Mais do que números impressionantes, o sucesso de Castelo Infinito confirma o status de Demon Slayer como fenômeno cultural global. A franquia transcendeu a barreira do nicho otaku e conquistou públicos diversos, consolidando a animação japonesa como força dominante no cinema internacional contemporâneo. Ao lado de produções como Your Name e Mugen Train, a obra mostra que os animes não apenas atraem multidões, mas também são capazes de disputar espaço com grandes blockbusters de Hollywood em termos de relevância e arrecadação.
O impacto vai além das bilheteiras: fãs ao redor do mundo lotam salas de exibição, engajam em redes sociais e transformam cada lançamento em um evento global. No Brasil, por exemplo, a recepção calorosa e os recordes de estreia reforçam a conexão emocional do público com os personagens e a história, que combinam emoção, ação intensa e um universo esteticamente único.





