Polícia Militar é acionada em sessão de Demon Slayer: Castelo Infinito após crianças tentarem assistir ao filme em São Paulo

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Uma situação inusitada chamou a atenção dos frequentadores de uma sala de cinema da rede Cinemark em São Paulo no último sábado (13). Segundo relatos de testemunhas, a sessão de Demon Slayer: Castelo Infinito, longa de animação japonesa com classificação indicativa para maiores de 18 anos, precisou ser interrompida após uma mãe levar seus dois filhos menores para assistir ao filme. A confusão terminou com a intervenção da Polícia Militar.

De acordo com informações compartilhadas nas redes sociais por espectadores presentes, funcionários da rede solicitaram que todas as crianças deixassem a sala, em respeito à classificação indicativa. No entanto, uma das famílias se recusou a cumprir a orientação, alegando que os menores estavam acompanhados de um responsável. A resistência provocou tensão e a exibição do filme foi suspensa por cerca de uma hora. Durante esse período, quatro policiais militares foram chamados para garantir que a lei fosse cumprida, enquanto outros espectadores pressionavam para que a família saísse da sala.

A Cinemark emitiu uma nota oficial destacando a importância de respeitar a classificação indicativa. “Nosso compromisso é com a segurança e o bem-estar de todos os clientes. Lamentamos qualquer transtorno, mas é fundamental que as normas sejam seguidas. Filmes classificados para maiores de 18 anos não podem ser assistidos por menores, mesmo acompanhados de responsáveis”, afirmou a rede.

Um fenômeno da animação japonesa

Demon Slayer: Castelo Infinito é o mais recente longa da franquia japonesa Kimetsu no Yaiba, criada por Koyoharu Gotouge e publicada originalmente entre 2016 e 2020. A obra mistura ação intensa, fantasia sombria e uma narrativa repleta de elementos emocionais. Este filme adapta o arco “Castelo Infinito”, dando continuidade direta à quarta temporada do anime, e representa a quarta adaptação cinematográfica da série. Antes dele, os fãs tiveram acesso a Mugen Ressha-hen (2020), To the Swordsmith Village (2023) e Hashira Training (2024).

Dirigido por Haruo Sotozaki e produzido pelo estúdio Ufotable, o longa mantém o alto padrão visual e narrativo que tornou a série popular mundialmente. Diferente de Swordsmith Village e Hashira Training, que são compilações de episódios, Castelo Infinito foi desenvolvido como um longa-metragem completo, explorando o ritmo dramático do arco e ampliando o impacto das cenas de ação, de maneira similar ao sucesso de Mugen Train (2020).

A trama do filme

A narrativa acompanha Tanjiro Kamado, um jovem determinado que se junta ao Demon Slayer Corps – a corporação dedicada a caçar demônios – após sua irmã Nezuko ser transformada em uma dessas criaturas. Ao longo da série, Tanjiro enfrenta desafios crescentes, aprimorando suas habilidades enquanto constrói laços profundos com os Hashira, os caçadores de elite do grupo.

Em Castelo Infinito, os personagens participam de um programa coletivo de fortalecimento conhecido como Treinamento dos Hashira, preparando-se para o confronto final contra os demônios. A situação se complica quando Muzan Kibutsuji, o antagonista principal da série, invade a Mansão Ubuyashiki, sede do Demon Slayer Corps, colocando o líder da organização em perigo. Tanjiro e os Hashira são então lançados em uma descida vertiginosa rumo a um espaço desconhecido: o Castelo Infinito, reduto dos demônios e palco do confronto final.

O longa explora batalhas intensas, desafios estratégicos e dilemas morais, mantendo o público em constante tensão. Além da ação, a narrativa valoriza temas de amizade, coragem e sacrifício, elementos que conquistam tanto fãs jovens quanto adultos.

Repercussão e debate sobre classificação indicativa

O episódio em São Paulo reacendeu discussões sobre a responsabilidade dos pais e a importância da classificação indicativa. Especialistas em mídia e psicologia infantil afirmam que filmes destinados a maiores de 18 anos podem conter cenas de violência extrema, terror psicológico e conteúdo sensível, inadequados para crianças. O cumprimento da classificação indicativa, portanto, é essencial para garantir a segurança emocional dos menores.

Nas redes sociais, o incidente gerou opiniões divergentes. Alguns internautas criticaram a atitude da família, destacando que a lei existe para proteger crianças, enquanto outros questionaram a rigidez das regras em casos excepcionais. Entre os espectadores presentes, havia indignação com o fato de que a sessão foi interrompida e uma expectativa frustrada de assistir ao filme, mas a maioria reconheceu a necessidade de respeitar a legislação.

Legislação e papel da Polícia Militar

No Brasil, a classificação indicativa é regulamentada pelo Ministério da Justiça e tem caráter educativo, orientando pais e responsáveis sobre o conteúdo de filmes, séries e jogos. Filmes com classificação para maiores de 18 anos não podem ser assistidos por menores de idade, independentemente da presença de adultos, pois podem apresentar cenas de violência explícita, consumo de drogas, conteúdo sexual ou linguagem imprópria.

A Polícia Militar, ao ser acionada, cumpriu seu papel de garantir o respeito à lei e assegurar que a sessão pudesse ser retomada de maneira segura. O episódio ilustra a importância de conscientização tanto dos responsáveis quanto das redes de cinema sobre os limites estabelecidos pela classificação indicativa.

Sucesso internacional da franquia

Apesar do incidente em São Paulo, Demon Slayer: Castelo Infinito segue conquistando fãs em todo o mundo. A franquia se consolidou como um fenômeno global da animação japonesa, com público engajado e apaixonado. O filme já registra sessões lotadas, discussões em fóruns e redes sociais e uma crescente presença em rankings de bilheteria, reforçando a força cultural da obra.

O impacto vai além da animação. Cosplays, fanarts e eventos temáticos têm movimentado comunidades de fãs, tornando Demon Slayer não apenas uma história de entretenimento, mas um fenômeno cultural que conecta pessoas de diferentes idades e nacionalidades.

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