
Na noite desta sexta-feira, 19 de setembro, o Globo Repórter convida o público para uma viagem de esperança e emoção. Em tempos marcados por crises sociais e incertezas, o programa, conduzido por Sandra Annenberg, volta seu olhar para o que há de mais humano: a capacidade de transformação que nasce quando alguém acredita em uma criança. A edição percorre diferentes estados brasileiros e mostra como a arte, o esporte, a leitura e a educação têm sido pontes para o futuro de jovens que, antes, só viam barreiras à sua frente.
O episódio é, ao mesmo tempo, reportagem e testemunho de vidas que mudaram porque alguém acreditou que valia a pena investir em sonhos. Mais do que mostrar estatísticas, o programa traz histórias pessoais que revelam como cada gesto de solidariedade tem o poder de reverberar por gerações. Jonathan, Raíssa, Renata, Rafaela, Raquel e Jackson são alguns dos nomes que ganham destaque na tela, mas representam milhares de meninos e meninas que carregam dentro de si a mesma chama da superação.
Jonathan Azevedo: da Cruzada São Sebastião para a televisão
A primeira parada do programa é no Rio de Janeiro, onde o ator Jonathan Azevedo revisita a Cruzada São Sebastião, comunidade na Zona Sul que foi o ponto de partida de sua jornada. Entre becos e lembranças, ele fala sobre como a leitura foi decisiva em sua vida. Os livros, que chegaram de forma quase casual, abriram portas para outros mundos e plantaram nele o desejo de ser mais do que o contexto permitia.
Na conversa com Sandra Annenberg, Jonathan deixa transparecer um orgulho profundo ao afirmar que se tornou um “Criança Esperança ambulante”. Para ele, cada conquista de sua carreira é resultado direto das oportunidades que recebeu em projetos sociais. Um dos mais importantes foi a Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia, apoiada pelo Criança Esperança. Criada por Gringo Cardia e Marisa Orth, a escola se tornou referência em capacitar jovens para profissões ligadas à arte e à cultura.
Durante sua passagem pela Spectaculu, Jonathan recebeu o apadrinhamento da atriz Camila Pitanga, que o incentivou a acreditar em si mesmo e a trilhar um caminho de profissionalismo. Ele lembra que, sem essa rede de apoio, talvez jamais tivesse chegado aos palcos e à televisão. Sua história simboliza como projetos sociais podem mudar não apenas carreiras, mas identidades, transformando jovens em multiplicadores de esperança.

Fortaleza: a dança e a educação como ferramentas de inclusão
De lá, o Globo Repórter segue para Fortaleza (CE), onde a Escola de Desenvolvimento e Integração Social para Crianças e Adolescentes é exemplo de como educação e arte podem andar de mãos dadas na construção de novas perspectivas.
A ex-aluna Raíssa é uma das vozes que emocionam. Ela descobriu na dança a disciplina, a liberdade e a confiança para seguir além dos limites da comunidade onde nasceu. Hoje, tornou-se bailarina, professora e universitária, levando para outras meninas e meninos a mesma inspiração que um dia recebeu.
Outro nome que reforça a importância da instituição é o de Renata Saldanha, campeã do BBB25, que começou sua trajetória artística ali. Renata recorda que, naquela escola, aprendeu inglês, explorou talentos como dança e teatro e construiu uma base sólida para enfrentar a vida profissional. Sua vitória no reality show trouxe visibilidade, mas ela nunca esquece que foi naquele espaço que aprendeu o valor da disciplina e da coletividade.
A mensagem que brota dessas histórias é clara: quando a educação se alia à arte, ela deixa de ser apenas transmissão de conhecimento e se transforma em um ambiente de autoestima, pertencimento e empoderamento.
O judô como disciplina de vida: o legado do Instituto Reação
O esporte também ocupa lugar central na edição. O programa mostra o trabalho do Instituto Reação, fundado pelo ex-judoca Flávio Canto, que transformou o judô em ferramenta de cidadania.
Foi lá que as irmãs Rafaela e Raquel Silva descobriram um novo horizonte. Para Rafaela, que se consagrou como campeã olímpica, o judô não foi apenas um esporte, mas uma forma de ressignificar sua própria história. Ela conta que o apoio do Criança Esperança foi essencial para possibilitar viagens, treinos e competições que exigiam recursos inacessíveis para sua família.
Raquel também trilhou o caminho do tatame, e juntas, as irmãs mostram que as medalhas mais importantes vão além das conquistadas em campeonatos: estão na disciplina, na confiança e na transformação que o esporte gera em milhares de jovens. No Instituto Reação, o judô não é apenas técnica — é filosofia de vida, é o aprendizado de que o respeito e a superação caminham lado a lado.

Valinhos: inclusão pela arte e pela sensibilidade
A última parada da reportagem é no interior paulista, em Valinhos (SP), onde a ACESA Capuava atua na promoção da inclusão de crianças e jovens com deficiência. Com uma abordagem que integra educação, saúde, cultura e assistência social, a instituição oferece muito mais do que acolhimento: abre portas para que cada indivíduo descubra seus talentos e sua autonomia.
Entre os rostos que ganham destaque está o de Jackson, jovem apaixonado por moda e desenho. Seu talento foi reconhecido nacionalmente quando criou o vestido usado por Sandra Annenberg na premiação dos Melhores do Ano de 2018. Hoje, ele segue desenvolvendo sua arte e provando que, quando se oferece oportunidade, talentos florescem em qualquer terreno.
A história de Jackson é símbolo do impacto que a ACESA tem na vida de famílias inteiras, que muitas vezes se sentem invisíveis diante da sociedade. O trabalho da instituição quebra estigmas, mostrando que deficiência não é limitação, mas apenas uma característica dentro de uma infinidade de possibilidades humanas.
O elo invisível: Criança Esperança
O que une todas essas trajetórias é o Criança Esperança, projeto social da TV Globo em parceria com a UNESCO, criado em 1986. Ao longo de quase quatro décadas, a iniciativa já beneficiou milhões de crianças em todo o Brasil, apoiando escolas, ONGs e instituições que acreditam no poder da transformação social.
O mérito do Criança Esperança não está apenas no financiamento, mas na visibilidade que oferece. Projetos como a Spectaculu, a Escola de Desenvolvimento e Integração Social, o Instituto Reação e a ACESA Capuava ganham alcance nacional, permitindo que suas histórias inspirem mais doadores, voluntários e apoiadores. Para jovens como Jonathan, Rafaela ou Jackson, carregar o título de “Criança Esperança” é, acima de tudo, carregar o orgulho de ter vencido batalhas que pareciam impossíveis.
















