
Nesta sexta-feira, 19 de setembro, a partir das 23h, o público acompanha no Quilos Mortais mais um episódio repleto de emoção, desafios e superação. A atração, exibida pelo canal Discovery Home & Health e também disponível em plataformas de streaming, traz a trajetória marcante de Ashley, uma jovem mulher que chegou a pesar 289 quilos após viver uma sucessão de traumas desde a infância. Sua história é dura, mas também inspiradora, porque expõe as cicatrizes invisíveis deixadas pelo abandono, pela solidão e pelo estigma social, ao mesmo tempo em que mostra a coragem de quem decide mudar para dar às filhas um futuro melhor.
Desde muito cedo, Ashley enfrentou situações que moldaram sua relação com a comida e com o próprio corpo. Sofreu abusos emocionais e abandonos afetivos que a deixaram em constante estado de vulnerabilidade. Ao se tornar mãe, em vez de encontrar apoio, viu-se sozinha em duas gestações. O peso das responsabilidades somado ao abandono dos parceiros fez com que buscasse conforto na única coisa que parecia estar sempre ao seu alcance: a comida.
Com o tempo, essa relação compulsiva se transformou em aprisionamento. O alimento, que servia como refúgio emocional, acabou se tornando também seu maior inimigo. Quando o episódio começa, Ashley já ultrapassava os 289 quilos, com sérias limitações de mobilidade, dores constantes e o risco iminente de complicações de saúde graves.
A difícil realidade dentro de casa
Por conta da obesidade extrema, Ashley já não conseguia manter uma rotina autônoma. Ela voltou a morar na casa dos pais, onde vive com suas duas filhas. A cena familiar é comovente e, ao mesmo tempo, perturbadora: sua filha mais velha, Anaya, de apenas 11 anos, precisou assumir responsabilidades que não deveriam estar sobre seus ombros. Ainda criança, Anaya ajuda a cuidar da irmã mais nova, já que a mãe enfrenta dificuldades até mesmo para se locomover dentro de casa.
Esse cenário mostra como a obesidade de Ashley não impacta apenas sua vida, mas também a de toda a família. Em situações assim, o ciclo da vulnerabilidade se perpetua: a mãe sobrecarregada encontra-se incapacitada de exercer plenamente seu papel, enquanto a filha mais velha é obrigada a amadurecer antes do tempo.
O encontro com o Dr. Now
Decidida a romper esse ciclo, Ashley procura ajuda médica especializada e se torna paciente do famoso Dr. Nowzaradan, conhecido por sua abordagem firme e direta no programa. A esperança dela é clara: recuperar a saúde e reconquistar uma vida em que possa brincar com as filhas, cuidar delas sem depender de terceiros e voltar a se sentir dona de si mesma.
O Dr. Now avalia sua condição e traça um plano rigoroso de perda de peso. Para Ashley, cada etapa do processo é desafiadora, pois não se trata apenas de mudar hábitos alimentares, mas de enfrentar traumas profundos que a levaram a usar a comida como válvula de escape.
Recaídas e frustrações
O episódio mostra que a jornada não é linear. Em meio a tentativas de adaptação, Ashley enfrenta recaídas emocionais e acaba ganhando ainda mais peso: 16 quilos a mais durante o tratamento inicial. O retrocesso gera frustração não apenas nela, mas também na equipe médica e em sua família.
O momento mais doloroso vem quando o Dr. Now informa que, devido à falta de progresso, a cirurgia bariátrica tão aguardada será adiada. A decisão é difícil, mas necessária, já que o procedimento envolve riscos sérios quando não há uma perda de peso inicial que demonstre comprometimento da paciente.
Para Ashley, essa notícia é devastadora, mas também serve como ponto de virada. Ela se vê obrigada a refletir sobre seus erros, seus limites e sua responsabilidade diante do futuro das filhas.
Entre superações e dúvidas
Ao longo do episódio, o público acompanha de perto o drama de sentimentos que marcam a trajetória de Ashley: momentos de esperança, recaídas dolorosas, pequenas vitórias e grandes obstáculos. O dilema central, que mantém a tensão até o fim, é simples e profundo: será que ela vai conseguir vencer a luta contra a obesidade?
Mais do que apenas uma transformação estética, sua batalha representa o direito de voltar a viver com dignidade. Cada quilo perdido é também um passo rumo à liberdade, à autonomia e à chance de oferecer às filhas uma infância menos marcada por responsabilidades precoces.
O peso invisível
A história de Ashley é um lembrete de que a obesidade mórbida não pode ser reduzida a números na balança. Por trás do excesso de peso, existem camadas de sofrimento emocional, histórico de traumas e falta de suporte adequado. O episódio mostra como, em muitos casos, a comida se torna um mecanismo de defesa contra dores profundas, mas acaba aprisionando o indivíduo em um ciclo difícil de romper. Também revela como o julgamento social agrava ainda mais a situação. Pessoas como Ashley não enfrentam apenas os desafios físicos da obesidade, mas também o estigma constante — olhares, preconceito, exclusão. Tudo isso aumenta a sensação de isolamento e reforça comportamentos destrutivos.





