O Aparecida Debate desta terça-feira, 23 de setembro, às 22h, traz uma entrevista exclusiva com a ministra Marina Silva, conduzida pela jornalista Camila Morais em Brasília. Durante o encontro, Marina abordou temas centrais da agenda ambiental do país, incluindo a preservação da Amazônia, a proteção dos povos indígenas, o combate ao desmatamento e as políticas públicas para enfrentar a crise climática, além de refletir sobre os desafios de sua trajetória política e os caminhos necessários para que suas propostas sejam ouvidas.
Defesa da Amazônia e políticas ambientais
No programa, a ministra detalhou os esforços do governo para zerar o desmatamento ilegal até 2030, destacando que a medida é fundamental não apenas para o Brasil, mas para o equilíbrio ambiental global. Ela também comentou sobre o Projeto de Lei da Licença Ambiental, atualmente em debate no Congresso Nacional, e enfatizou a importância de decisões rápidas e eficazes para conter a devastação ambiental.
“Não podemos mais adiar ações concretas. Preservar a Amazônia é proteger o futuro do planeta. É uma responsabilidade que exige comprometimento, fiscalização rigorosa e engajamento de toda a sociedade”, afirmou Marina Silva. A ministra reforçou que a crise climática demanda políticas estruturadas e investimentos em projetos sustentáveis, com foco na educação ambiental, incentivo à economia de baixo carbono e proteção das comunidades tradicionais.
Povos indígenas e o papel da sociedade
Outro ponto central da entrevista foi a defesa dos povos indígenas, considerados guardiões da floresta. Marina Silva destacou a necessidade de respeitar seus direitos, fortalecer sua participação em decisões sobre territórios e garantir condições adequadas de vida. Segundo a ministra, a preservação ambiental e a proteção dos povos indígenas estão diretamente conectadas: proteger uma causa é proteger a outra.
“Os povos indígenas não são apenas parte da história do Brasil; eles são protagonistas na preservação da Amazônia. Garantir seus direitos é também garantir a saúde do nosso planeta”, explicou. Ela também frisou que a sociedade precisa estar engajada em cobrar políticas públicas efetivas e acompanhar de perto o cumprimento das metas ambientais.
Trajetória política e desafios
Durante a conversa, Marina Silva revisitou sua trajetória política, marcada por superação e pioneirismo. Nascida em 8 de fevereiro de 1958 na comunidade de Breu Velho, no Seringal Bagaço, em Rio Branco (AC), a ministra começou a vida pública aos 28 anos. Em 1988, elegeu-se vereadora de Rio Branco com votação expressiva, assumindo papel de destaque na política local. Dois anos depois, tornou-se deputada estadual, e, em 1994, aos 35 anos, foi eleita a senadora mais jovem da história da República.
Marina foi ministra do Meio Ambiente em 2003 e candidata à Presidência da República em 2010, 2014 e 2018, sempre defendendo pautas de sustentabilidade e justiça social. Hoje, reassume o cargo de ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, trazendo experiência acumulada e um olhar estratégico sobre como enfrentar a crise climática e consolidar políticas de preservação ambiental no Brasil.
Compromisso com a transformação
A entrevista também explorou a visão de Marina sobre o papel do governo e da sociedade na construção de um futuro sustentável. Segundo ela, além de ações de fiscalização e políticas públicas, é necessário engajar cidadãos, empresas e organizações para que haja uma mudança efetiva. A ministra ressaltou que cada decisão individual ou coletiva tem impacto direto sobre o meio ambiente e o futuro das próximas gerações.
“A crise climática exige que repensemos nossos hábitos, políticas e prioridades. Não é mais uma questão de escolha; é uma questão de sobrevivência”, disse Marina Silva, ao lembrar que enfrentar o desmatamento e implementar políticas sustentáveis é uma responsabilidade de todos, incluindo a sociedade civil e o poder público.
