
A noite de quarta-feira (22) promete ser especial para os amantes da boa música. O Conversa com Bial recebe dois nomes que representam o encontro entre talento, sensibilidade e parceria: Céu e Pupillo. Companheiros na vida e na arte, os artistas compartilham com Pedro Bial suas trajetórias, influências e o modo como a convivência diária inspira o processo criativo de ambos.
No programa, Maria do Céu Whitaker Poças, conhecida pelo nome artístico Céu, fala sobre a jornada que a transformou em uma das vozes mais respeitadas da música brasileira contemporânea. A artista relembra o início da carreira, a estreia em 2005 com o disco Céu — que a levou a figurar na Billboard 200 e lhe rendeu uma indicação ao Grammy Awards, um marco histórico para um artista brasileiro.
Ao lado do baterista, compositor e produtor Pupillo, ex-integrante da Nação Zumbi, ela reflete sobre os bastidores da criação musical, a parceria entre os dois e como a arte se torna uma extensão da vida em comum.
Céu: da MPB ao reconhecimento internacional
Céu, nascida em São Paulo em 17 de abril de 1980, construiu uma carreira marcada pela originalidade e pela fusão de estilos. Do samba ao reggae, do eletrônico ao soul, sua sonoridade atravessa fronteiras e gerações. Após o sucesso de seu álbum de estreia, ela lançou Vagarosa (2009), trabalho que recebeu aclamação internacional e a colocou entre os 100 brasileiros mais influentes segundo a revista Época.
Em 2016, Céu consolidou seu nome com o disco Tropix, uma obra ousada e experimental que lhe rendeu dois Grammys Latinos e reconhecimento como uma das maiores representantes da nova MPB. Mais tarde, com o álbum APKÁ (2019), venceu novamente o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.
Seu trabalho mais recente, Novela (2024), foi eleito pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como um dos 50 melhores discos do ano e recebeu indicação ao Prêmio da Música Brasileira 2025, reafirmando o vigor criativo da cantora.
Pupillo: o ritmo que moldou gerações
Romário Menezes de Oliveira Jr., o Pupillo, nasceu em Recife em 8 de março de 1975 e é um dos bateristas e produtores mais respeitados do país. Por mais de duas décadas, integrou a lendária banda Nação Zumbi, um dos pilares do manguebeat, movimento que revolucionou a música brasileira nos anos 1990.
Com uma carreira marcada pela versatilidade, Pupillo também é produtor musical e compositor de trilhas sonoras para o cinema. Fundador do selo Candeeiro Records, já trabalhou com nomes como Gal Costa, Erasmo Carlos, Otto, Lirinha, Paulo Miklos e, claro, Céu.
No “Conversa com Bial”, o músico comenta sobre essa trajetória multifacetada e a importância de estar em constante reinvenção. “A música é um organismo vivo. Ela muda, se transforma, e o artista precisa acompanhar esse movimento”, reflete Pupillo.
Parceria dentro e fora dos palcos
Mais do que uma conversa sobre carreira, o episódio mergulha na relação entre amor e criação artística. Céu e Pupillo compartilham como a convivência cotidiana influencia o processo musical e como aprendem a equilibrar a vida pessoal com o trabalho criativo.
“O mais bonito é ver como a gente cresce junto. Cada um tem sua linguagem, mas a música acaba unindo tudo. É o nosso idioma comum”, comenta Céu.
O casal também fala sobre o respeito mútuo que sustenta a parceria. “A Céu tem uma visão muito própria sobre som e estética. Trabalhar com ela é um aprendizado constante”, afirma Pupillo, destacando que o diálogo entre ambos é essencial para que a arte flua naturalmente.
Entre o passado e o futuro da música brasileira
Durante o programa, Bial conduz uma reflexão sobre o papel da música brasileira na contemporaneidade. Céu e Pupillo falam sobre as transformações no mercado, o avanço da tecnologia e os novos modos de criação artística.
“A música brasileira é infinita”, diz Céu. “Ela se renova, se mistura, atravessa fronteiras. A gente vive um momento muito fértil, com artistas incríveis surgindo e experimentando sem medo.”
Pupillo complementa: “O Brasil tem uma riqueza rítmica e cultural única. Cada região tem sua identidade, e isso faz da nossa música uma das mais diversas do mundo.”





