
Nesta segunda-feira, 27 de outubro, os fãs de Cangaço Novo ganharam um motivo especial para comemorar. A atriz Alice Carvalho, intérprete da destemida Dinorah, confirmou em seu perfil no X (antigo Twitter) que a segunda temporada da aclamada série brasileira está a caminho e chegará em 2026 no Amazon Prime Video.
“Não demora”, escreveu Alice em resposta a um seguidor que perguntou sobre o retorno da produção. A mensagem curta, mas direta, foi o suficiente para incendiar as redes sociais e reacender a ansiedade do público, que já esperava há meses por novidades.
Embora a atriz não tenha revelado uma data exata, o tom otimista da publicação indica que a nova leva de episódios deve estrear ainda na primeira metade de 2026. A confirmação oficial de que a série continuaria foi feita pelo próprio Prime Video em fevereiro de 2024, cerca de seis meses após o lançamento da primeira temporada — um período em que a produção conquistou crítica, público e o topo dos rankings da plataforma.

Uma história que mistura ação, emoção e o coração do sertão
A série foi uma das maiores surpresas do streaming nacional nos últimos anos. Lançada em agosto de 2023, a série rapidamente se tornou um fenômeno — não apenas no Brasil, mas também em diversos países, incluindo nações africanas e europeias.
A trama acompanha Ubaldo (Allan Souza Lima), um bancário frustrado da zona urbana de São Paulo que, após descobrir a existência de uma herança e duas irmãs no sertão cearense, vê sua vida mudar completamente.
Ao chegar à fictícia cidade de Cratará, Ubaldo conhece Dilvânia (Thainá Duarte), que lidera um grupo de cangaceiros deixado por seu falecido pai, e Dinorah (Alice Carvalho), a única mulher em uma temida gangue de ladrões de banco. Entre confrontos, alianças e reviravoltas, ele acaba sendo chamado a cumprir um destino inesperado: tornar-se o novo líder mítico do cangaço moderno.
A série mescla com maestria drama familiar, crítica social e sequências intensas de ação, retratando um sertão pulsante e multifacetado. As disputas políticas também estão no centro da história — em meio a eleições, corrupção e alianças perigosas, o enredo expõe a luta por poder e sobrevivência em uma região marcada tanto pela tradição quanto pela modernidade.
Um sertão cinematográfico e quase mítico
Um dos grandes trunfos de “Cangaço Novo” é seu visual arrebatador. Dirigida por Fábio Mendonça e Aly Muritiba, a série adotou uma estética inspirada no chamado “nordestern” — um termo que une “Nordeste” e “western”, o gênero clássico dos filmes de faroeste americanos.
Essa fusão rendeu à série uma atmosfera única: o sertão vira quase um personagem à parte, com sua aridez, sua força e sua poesia. A fotografia e a direção de arte evocam referências de obras como “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, “Bacurau” (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “Sertânia” (2020), de Geraldo Sarno.
Além disso, o trabalho de Mendonça no projeto vem de longa data — foram nove anos de desenvolvimento até o início das gravações. A parceria com os roteiristas Mariana Bardan e Eduardo Melo trouxe novas camadas à narrativa, equilibrando momentos de brutalidade com passagens poéticas e introspectivas.

Da crítica ao público: o fenômeno “Cangaço Novo”
Desde sua estreia, “Cangaço Novo” foi recebida com entusiasmo tanto pelo público quanto pela crítica especializada. A série foi considerada um marco do audiovisual brasileiro contemporâneo, por abordar temas complexos — como desigualdade, violência, política e pertencimento — com uma linguagem moderna e acessível.
A atuação do elenco foi amplamente elogiada. Allan Souza Lima entregou um protagonista dividido entre a moral urbana e a brutalidade sertaneja, enquanto Alice Carvalho roubou a cena com a intensidade e vulnerabilidade de Dinorah, uma mulher forjada na violência, mas guiada por um senso profundo de lealdade.
A série também foi celebrada por romper com estereótipos e apresentar o sertão de forma multifacetada, sem caricaturas. A série é tanto sobre o Nordeste quanto sobre o Brasil, revelando contradições, injustiças e a resistência de um povo que vive entre o sol, a fé e a luta.
Sucesso global e impacto internacional
O êxito da produção foi além das fronteiras brasileiras. A trama alcançou o primeiro lugar no Top 10 do Prime Video em países como Argélia, Angola, Benim, Burkina Faso e Moçambique, tornando-se a série brasileira mais assistida da história da plataforma no Brasil.
Na África, o impacto foi notável: a obra figurou entre as mais vistas em Costa do Marfim, Mali, Congo e Quênia, demonstrando a força universal de sua narrativa. Ao todo, a série entrou no Top 10 em 49 países, incluindo Canadá, Paraguai, Emirados Árabes, Papua-Nova Guiné e Portugal — onde ocupou o quarto lugar no ranking.





