Série AYÔ, de Lucas Oranmian, será exibida no Festival Mix Brasil e celebra novas narrativas negras e LGBTQIAP+

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Foto: Reprodução/ Internet

Depois de emocionar o público no Festival do Rio, onde suas sessões lotaram duas salas, a série AYÔ chega agora ao Festival Mix Brasil da Cultura da Diversidade, um dos eventos mais importantes do país dedicados à representatividade e à inovação no audiovisual. A exibição acontece no dia 17 de novembro, às 19h, no CineSesc, em São Paulo, e promete repetir o sucesso da estreia, reunindo elenco, equipe e público em uma noite de celebração da arte e da pluralidade.

Criada, roteirizada e protagonizada por Lucas Oranmian, AYÔ nasce de um desejo profundo de ocupar o centro da narrativa com um personagem que raramente tem esse espaço: um homem negro, gay e artista, vivendo a intensidade da vida contemporânea em São Paulo. A série, composta por seis episódios, apresenta o cotidiano desse protagonista entre afetos, escolhas profissionais, desejos e incertezas, enquanto reflete sobre o que significa buscar pertencimento em um mundo que ainda impõe tantas barreiras.

A direção é assinada por Yasmin Thayná e a produção por Gabriel Bortolini, formando uma tríade criativa que dá vida a uma obra profundamente sensível e política. No elenco, nomes como Breno Ferreira, Aretha Sadick, Caio Blat, Lázaro Ramos, Tânia Toko, Caio Mutai, Odá Silva e Gilda Nomacce ajudam a construir um mosaico de personagens que representam a multiplicidade da capital paulista — seus encontros, seus contrastes e sua pulsação.

Para Lucas, AYÔ é mais do que um projeto artístico: é um gesto de afirmação. Ele explica que sempre sentiu falta de ver personagens negros em papéis que pudessem simplesmente viver — amar, errar, desejar e sonhar — sem serem definidos apenas pela dor ou pela luta. “Quis criar um personagem comum, mas complexo. Um cara que ama, que trabalha, que tem sucesso e fracassos, como qualquer outro. Isso, por si só, ainda é uma transgressão”, compartilha o ator e roteirista.

A série não se propõe a oferecer respostas, mas a provocar um diálogo sobre como a arte pode refletir a pluralidade do país e questionar o lugar do corpo negro e LGBTQIAP+ na tela. Ao combinar poesia visual, humor e crítica social, AYÔ cria uma linguagem própria — contemporânea, vibrante e afetiva — que se aproxima de produções internacionais como I May Destroy You e Atlanta, mas com um ritmo e uma sensibilidade que só o Brasil tem.

A diretora Yasmin Thayná define a experiência de dirigir AYÔ como um marco pessoal e coletivo. “Dirigir essa série foi uma oportunidade de olhar para a sensibilidade de um homem negro de uma forma que raramente vemos. E foi também um momento de encontro entre profissionais que estão assinando seus primeiros trabalhos de direção e criação. Isso é histórico. Essas oportunidades só existem porque políticas públicas culturais tornam possível a diversidade de olhares e vozes”, afirma.

O produtor Gabriel Bortolini complementa que a obra é fruto de um processo colaborativo que reflete o próprio espírito da diversidade. “AYÔ é sobre afeto, mas também sobre estrutura. Foi preciso reunir uma equipe que acreditasse na importância de construir novas imagens sobre o que é ser negro e LGBTQIAP+ no Brasil. Quando colocamos essas histórias no centro, o resultado é revolucionário — porque muda o imaginário coletivo.”

Com fotografia cuidadosa, trilha envolvente e uma estética urbana que traduz o pulsar de São Paulo, AYÔ convida o público a se enxergar em seus personagens — com suas vulnerabilidades, potências e contradições. A obra reafirma que a representatividade não é uma tendência, mas uma urgência cultural.

A série é uma produção da REPRODUTORA, que completa 10 anos de trajetória em 2025, e conta com patrocínio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal e Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo.

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