
Na noite deste sábado, 8 de novembro, a Record TV traz à Super Tela um dos filmes mais impactantes da última década: Até o Último Homem (Hacksaw Ridge). Dirigido por Mel Gibson, o longa combina guerra, drama e espiritualidade de forma profunda, mostrando que o verdadeiro heroísmo pode nascer da recusa em usar a violência.
Baseado em uma história real, o filme retrata a trajetória de Desmond Doss, um jovem soldado americano que decidiu servir ao seu país durante a Segunda Guerra Mundial, mas com uma convicção inabalável: jamais empunhar uma arma. Sua fé, coragem e humanidade transformaram o campo de batalha em um espaço de compaixão — e sua história continua a emocionar quem acredita que a paz também pode ser uma forma de resistência. As informações são do AdoroCinema.

Um herói que acreditava na vida
Desmond Doss não era o tipo de soldado que a guerra esperava. Membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ele acreditava profundamente no mandamento “não matarás”. Ainda assim, quis se alistar como médico de combate para ajudar a salvar vidas no front.
Durante a Batalha de Okinawa, uma das mais sangrentas da guerra, Doss se recusou a portar qualquer tipo de arma. Enquanto todos lutavam para sobreviver, ele enfrentava o fogo inimigo armado apenas de fé e coragem. O resultado foi um feito impressionante: mais de 75 homens salvos, um por um, sob intenso bombardeio.
Por esse ato de bravura, Doss se tornou o primeiro objetor de consciência — termo usado para quem se recusa a combater por motivos de crença — a receber a Medalha de Honra, a mais alta condecoração militar dos Estados Unidos.
Andrew Garfield entrega uma atuação inesquecível
Interpretar um homem tão extraordinário exigia sensibilidade. E Andrew Garfield oferece uma das atuações mais emocionantes de sua carreira. Longe do carisma do Homem-Aranha ou do ritmo intenso de A Rede Social, aqui ele é puro silêncio e sinceridade. Garfield mostra que a força pode vir da fragilidade, e que um ideal de fé pode se tornar uma arma mais poderosa que qualquer rifle.
O olhar tímido e a fala calma de Desmond Doss escondem uma determinação inabalável. Garfield traduz esse contraste com uma sutileza comovente, que fez o público e a crítica o colocarem entre os melhores atores de 2016. Não à toa, o papel lhe rendeu indicações ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao BAFTA.
Mel Gibson e o poder de contar histórias sobre fé e sacrifício
Depois de anos afastado das grandes produções, Mel Gibson retornou à direção com um projeto ambicioso e pessoal. Conhecido por filmes intensos como Coração Valente e A Paixão de Cristo, ele mais uma vez se debruça sobre temas como redenção, convicção e sacrifício.
Em Até o Último Homem, Gibson encontra o equilíbrio perfeito entre o realismo brutal da guerra e a espiritualidade que move o protagonista. As cenas de combate são filmadas com um detalhamento quase sensorial — o espectador sente o medo, o barulho e o desespero. Mas, entre explosões e tiros, há sempre um fio de esperança: a fé de Doss em salvar vidas, mesmo quando tudo parece perdido.

Um elenco à altura da história
O elenco que acompanha Garfield também contribui para o impacto do filme. Sam Worthington, conhecido por Avatar, interpreta o severo capitão Glover, que inicialmente duvida das convicções de Doss, mas acaba reconhecendo sua coragem.
Luke Bracey vive Smitty, um soldado cético que representa o preconceito que Doss enfrenta dentro do próprio exército. Sua transformação ao longo da trama é um dos arcos mais humanos da história.
Teresa Palmer dá vida à enfermeira Dorothy, a esposa de Doss, em uma performance cheia de ternura e força silenciosa. Ela é o vínculo que ancora o protagonista ao mundo fora da guerra.
E há ainda Hugo Weaving, em um papel marcante como o pai de Doss — um veterano traumatizado pela Primeira Guerra Mundial. Sua atuação é comovente e mostra como as cicatrizes da guerra ultrapassam gerações.
A coragem de não revidar
O que mais impressiona em Até o Último Homem é a maneira como o filme trata o conceito de coragem. Em vez de exaltar a força física ou o patriotismo cego, Mel Gibson foca na resistência moral de um homem que escolhe permanecer fiel a seus princípios, mesmo diante da humilhação e do perigo.
Há uma cena em especial que resume todo o espírito do longa: sozinho no campo de batalha, ferido e exausto, Doss repete em voz baixa — “só mais um, Senhor… só mais um”. A frase se torna um mantra, uma oração que o impulsiona a continuar salvando vidas quando todos já haviam desistido.
É uma sequência simples, mas de uma força devastadora. É ali que o filme transcende o gênero de guerra e se transforma em um retrato de fé e humanidade.
Um sucesso que atravessou fronteiras
Lançado em 2016, o longa-metragem arrecadou mais de US$ 175 milhões em bilheteria mundial — um feito notável para uma produção com orçamento de cerca de US$ 40 milhões. O público se conectou com a história por motivos diferentes: uns pela mensagem espiritual, outros pela força visual e emocional da narrativa.
A crítica também reconheceu o impacto do filme. Foram seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Diretor e Ator, com vitórias em Melhor Edição e Melhor Mixagem de Som. O longa ainda recebeu indicações no Globo de Ouro e levou 12 prêmios no AACTA, o principal prêmio do cinema australiano.
Por que ainda vale (muito) assistir
Passados quase dez anos de seu lançamento, o filme continua atual. Em tempos em que o ódio e a intolerância ainda falam alto, a história de Desmond Doss soa como um lembrete poderoso de que é possível resistir com bondade. O filme mostra que fé não precisa ser sinônimo de imposição e que a bravura pode nascer da empatia. É uma história sobre não desistir de ser quem se é, mesmo quando o mundo inteiro tenta te mudar.
Onde posso assistir?
Além da exibição na Super Tela, quem quiser rever Até o Último Homem também pode assistir ao filme nas principais plataformas digitais. O longa está disponível no Diamond Films+ (para assinantes) e pode ser alugado no Prime Video, com preços a partir de R$ 11,90. Ou seja, dá pra escolher entre ver de graça na TV aberta ou curtir a experiência completa via streaming — e se emocionar com essa história inspiradora quantas vezes quiser.





