Foto: Reprodução/ Internet

Na noite desta quinta, 13 de novembro, o site americano Nexus Point News movimentou a comunidade nerd ao afirmar que a Marvel começou, bem timidamente, a estruturar o próximo filme do Doutor Estranho. Nada de roteiro fechado, nada de diretor escolhido — é aquele início de projeto em que todo mundo finge que está tudo muito claro, mas na verdade a equipe ainda está montando o quebra-cabeça.

O que chamou atenção foi o suposto envolvimento maior de Benedict Cumberbatch nas conversas iniciais. Não apenas como ator, mas opinando sobre caminhos criativos, possibilidades de direção e até o tom do longa. Não é comum ver a Marvel abrir tanto espaço para seus protagonistas nesse estágio, então o sinal é interessante: talvez o estúdio esteja tentando deixar o personagem com uma identidade mais sólida, depois de anos de altos e baixos no Multiverso.

Fontes dizem ainda que a Marvel está vasculhando o mercado atrás de um roteirista e um diretor. Sam Mendes, nome desejado por Cumberbatch, chegou a ser comentado, mas o timing não ajuda — ele está completamente envolvido com seu gigantesco projeto sobre os Beatles, o que praticamente o tira do jogo. Ainda assim, fica a curiosidade: como seria um Doutor Estranho dirigido por um cineasta de prestígio britânico e pegada dramática?

Enquanto isso, o passado bate à porta. E que passado.

Relembrando o furacão de 2022

É impossível falar do próximo passo da franquia sem esbarrar em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, lançado em 2022. Aquele foi um filme que carregou expectativas enormes — talvez até demais — e que acabou se tornando um dos títulos mais curiosos e controversos da Fase 4 do MCU.

Com direção de Sam Raimi, o longa trouxe Benedict Cumberbatch e boa parte do elenco original de volta, com destaque absoluto para Elizabeth Olsen, que praticamente dominou a história como a instável e devastadora Wanda Maximoff. No centro da trama, estava também America Chavez, interpretada por Xochitl Gomez, abrindo caminho para o público conhecer uma personagem que literalmente atravessa realidades.

Entre viagens por universos, ameaças ocultas, versões alternativas e decisões desesperadas, o filme mergulhou fundo na mistura de terror, humor e fantasia — a marca registrada de Raimi.

Uma sequência que quase não existiu

Pouca gente lembra, mas os planos para o segundo filme começaram lá atrás, ainda embalados pelo sucesso do Doctor Strange de 2016. O diretor original, Scott Derrickson, queria fazer um longa mais sombrio. Chegou a anunciar o projeto, fechou contrato… e depois pulou fora. O motivo oficial? “Diferenças criativas”. O motivo real? Bom, Hollywood raramente conta.

Entra em cena Michael Waldron, roteirista de Loki, e depois Sam Raimi — uma escolha inesperada, mas que deu ao filme uma personalidade própria. Porém, como quase tudo na Fase 4, os bastidores foram cheios de tropeços: pandemia, pausa nas gravações em Londres, retomada meses depois, e por fim, refilmagens nos EUA para ajustar o tom.

Mesmo assim, o filme brilhou nas bilheterias: quase 1 bilhão de dólares mundialmente. Foi o quarto maior sucesso de 2022, mesmo com a recepção dividida entre quem amou a ousadia e quem achou tudo corrido demais.

E o que sobrou para a sequência? Muita coisa. Talvez até demais.

Multiverso da Loucura deixou vários nós para amarrar. O de Wanda, o de America Chavez, o das variantes, o do terceiro olho que mudou tudo, e claro, o surgimento de Clea, interpretada por Charlize Theron, na cena pós-créditos.

Além disso, o MCU só se complicou mais desde então. Tivemos Loki, Sem Volta Para Casa, The Marvels, séries que mexeram com linhas do tempo, realidades, incursões e conceitos que agora fazem parte do cotidiano do Doutor Estranho. Ou seja: o próximo filme não pode simplesmente ignorar essa bagunça — ele precisa abraçá-la ou dar um novo rumo ao personagem.

Com Cumberbatch participando mais ativamente, especula-se que o filme pode explorar:

  • o impacto psicológico do Darkhold no Strange;
  • o destino incerto (e emocionalmente carregado) da Wanda;
  • o treinamento de America Chavez;
  • as consequências das incursões entre universos;
  • e até onde vai o relacionamento complicado entre Strange e Christine.

Sem falar de Clea, que abre a porta para um lado ainda mais místico do MCU.

O que está acontecendo agora — de verdade

Neste momento, tudo indica que o filme está no comecinho do comecinho. Há brainstorming, há reuniões, há sondagens. Mas não há produção em andamento, não há filmagens marcadas, não há cronograma público.

E mesmo assim, o fato de a Marvel já se mexer diz muito. O estúdio sabe que Strange é um dos pilares que ainda funcionam diante da fase turbulenta da franquia. Trazer o personagem de volta com peso, profundidade e narrativa mais coesa parece ser uma prioridade.

Diretor? Ninguém sabe. Roteirista? Também não. Mas o projeto está vivo, respirando e, pela primeira vez em anos, com o ator principal sentado à mesa de decisões.

Esdras Ribeiro
Além de fundador e editor-chefe do Almanaque Geek, Esdras também atua como administrador da agência de marketing digital Almanaque SEO. É graduado em Publicidade pela Estácio e possui formação técnica em Design Gráfico e Webdesign, reunindo experiência nas áreas de comunicação, criação visual e estratégias digitais.

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