Foto: Reprodução/ Internet

O seu domingo à noite vai ganhar outra temperatura com a escolha da Globo para o Domingo Maior. Hoje, 16 de novembro, o público acompanha O Negociador, um thriller daqueles que grudam a gente no sofá e só largam quando os créditos sobem. Lançado em 1998, dirigido por F. Gary Gray e estrelado pelos gigantes Samuel L. Jackson e Kevin Spacey, o filme continua sendo um dos suspenses policiais mais tensos e bem construídos do cinema dos anos 90.

E, convenhamos, poder rever — ou descobrir — Samuel L. Jackson interpretando um negociador de reféns com a vida virada do avesso já é motivo suficiente para ficar ligado na TV.

Uma armadilha, um desespero e um homem encurralado

De acordo com a sinopse do AdoroCinema, no filme Danny Roman (Samuel L. Jackson) é um dos melhores negociadores da polícia. Calmo, preciso e especialista em lidar com situações explosivas, ele vê sua vida virar de cabeça para baixo quando é acusado injustamente de desfalque e assassinato. De repente, o homem que sempre dedicou a carreira a salvar vidas se torna o principal suspeito de um crime que não cometeu.

Recém-casado e encarando a possibilidade real de passar anos — talvez a vida inteira — atrás das grades, Roman toma uma decisão extrema e desesperada. Ele assume o controle de um prédio, faz reféns e passa a exigir respostas. Não por ego, mas porque sabe que a verdade dificilmente virá à tona se ele simplesmente confiar que o “sistema” fará justiça. Para ele, essa é a única forma de descobrir quem armou a emboscada que destruiu sua reputação.

A partir daí, o filme mergulha numa montanha-russa de tensão, jogos psicológicos, segundas intenções e uma investigação que se desenrola como um verdadeiro tabuleiro de xadrez.

Um duelo de mentes brilhantes

Para lidar com a situação, a polícia chama Chris Sabian (Kevin Spacey), um negociador tão habilidoso quanto Roman — mas completamente externo a toda a conspiração envolvendo o nome do colega.

O duelo entre Roman e Sabian é o coração do filme. Não é só refém e sequestrador. Não é simples. São dois homens extremamente inteligentes, calculistas e com faro apurado para mentiras. Eles falam a mesma língua — e é exatamente isso que torna cada diálogo mais eletrizante.

O que o filme faz de melhor é justamente explorar essa dinâmica: a confiança que pode quebrar a qualquer segundo, a dúvida que paira no ar, a sensação de que qualquer palavra pode acender o pavio.

O elenco que sustenta o suspense

Além da dupla principal, o longa-metragem conta com um elenco que segura o filme com firmeza e entrega momentos que ampliam ainda mais a tensão da história. David Morse (À Espera de um Milagre, Contato), como o Comandante Adam Beck, aparece sempre com aquela postura rígida que deixa no ar a sensação de que ele sabe mais do que demonstra. Já Ron Rifkin (Alias, LA Confidential), interpretando o Comandante Grant Frost, traz um ar calculado que reforça o clima de desconfiança que permeia toda a narrativa.

John Spencer (The West Wing, Cop Land), no papel do Chefe Al Travis, representa a figura da autoridade que tenta manter a ordem no meio do caos, enquanto J.T. Walsh (Um Dia de Fúria, Pleasantville), como o enigmático Inspetor Niebaum, é crucial para o mistério que envolve Danny Roman. A presença de Paul Giamatti (Sideways, O Mundo de Andy), vivendo o nervoso e atrapalhado Rudy Timmons, adiciona uma dose equilibrada de humor e humanidade no meio do conflito. Regina Taylor (Mudança de Hábito, The Unit) entrega emoção genuína como Karen Roman, esposa de Danny, reforçando o impacto pessoal que a acusação tem na vida do protagonista.

Completam o elenco nomes como Siobhan Fallon (Homens de Preto), Michael Cudlitz (The Walking Dead, Southland) e Carlos Gómez (Desperado, Chasing Papi), cada um ocupando pequenas, mas essenciais peças do quebra-cabeça que o filme monta diante do espectador. E claro, não dá para ignorar: Samuel L. Jackson (Pulp Fiction, Tempo de Matar) está no ápice, explosivo sem perder a precisão, enquanto Kevin Spacey (Seven, Los Angeles: Cidade Proibida) oferece um contraponto perfeito — frio, analítico e sempre imprevisível. Juntos, eles criam um duelo interpretativo que faz O Negociador nunca perder o ritmo — nem por um segundo.

Por que o filme ainda funciona tão bem?

O filme continua funcionando como um relógio suíço porque aposta em elementos que simplesmente não envelhecem: personagens bem construídos, atuações intensas e um roteiro que conversa com o público sem subestimar ninguém. A trama não entrega respostas fáceis, não trata o espectador como distraído e não sacrifica coerência por ação exagerada. Cada cena acrescenta uma camada, cada diálogo carrega tensão e cada revelação abre espaço para uma nova dúvida.

Décadas após sua estreia, o filme permanece atual porque temas como corrupção policial, manipulação interna e a luta por justiça continuam ecoando fortemente — talvez até mais hoje do que na época do lançamento. A narrativa, cheia de reviravoltas bem amarradas, mergulha o espectador no caos emocional dos personagens, onde ninguém é completamente confiável e qualquer detalhe pode virar o jogo de um minuto para o outro.

É justamente essa construção cuidadosa, densa e humana que mantém o filme vivo na memória de quem já assistiu e tão impactante para quem está prestes a conhecer.

Para quem é o filme de hoje?

Se você é do tipo que se amarra em thrillers inteligentes, daqueles que te fazem prestar atenção em cada movimento e cada frase, este filme é totalmente sua praia. O Negociador também é perfeito para quem ama suspense policial com aquele clima clássico dos anos 90, cheio de fumaça, tensão, telefone tocando e corredores cheios de policiais tentando ficar um passo à frente.

Para quem curte duelos psicológicos entre protagonistas fortes, esta é uma das melhores opções do gênero. E se você aprecia filmes com ritmo firme, diálogos afiados e surpresas que realmente funcionam, não precisa procurar mais nada para fechar o final de semana.

Esdras Ribeiro
Além de fundador e editor-chefe do Almanaque Geek, Esdras também atua como administrador da agência de marketing digital Almanaque SEO. É graduado em Publicidade pela Estácio e possui formação técnica em Design Gráfico e Webdesign, reunindo experiência nas áreas de comunicação, criação visual e estratégias digitais.

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