
A Tela Quente desta segunda, 17 de novembro, chega com um daqueles filmes que deixam a gente tenso no sofá, quase segurando a respiração sem perceber. Estamos falando de A Fera, o thriller de sobrevivência lançado em 2022 que coloca Idris Elba — sempre imponente, sempre magnético — diante de um leão feroz, selvagem e completamente fora de controle. É o tipo de história que mexe com nossos medos mais primitivos, mas também com algo ainda mais profundo: a sensação de perder alguém, a culpa que fica e a necessidade urgente de se reconectar antes que seja tarde demais.
Dirigido pelo islandês Baltasar Kormákur, especialista em narrativas de ação e resistência física, e escrito por Ryan Engle a partir de uma história de Jaime Primak Sullivan, o thriller é aquele filme que pega tudo de mais tenso no gênero “homem vs. natureza” e transforma numa jornada emocional sobre paternidade, luto e coragem. No centro disso, Idris Elba segura o filme com uma entrega impressionante, mas ele não está sozinho — e isso faz toda a diferença. As informações são do AdoroCinema.
Quem são as grandes estrelas do filme?
Se tem algo que faz A Fera funcionar além do suspense bem amarrado, são as atuações. Idris Elba vive o Dr. Nate Samuels, um pai tentando reconstruir os fragmentos de sua vida depois de perder a esposa para o câncer. Ao lado dele, duas jovens talentos em plena ascensão brilham: Iyana Halley e Leah Jeffries, que interpretam Meredith e Norah, filhas que carregam suas próprias dores, incompreensões e um carinho profundo que ainda precisa encontrar espaço para respirar.
E, claro, há Sharlto Copley — sempre vibrante — como Martin Battles, o biólogo e amigo de longa data da família que conhece cada pedaço da reserva africana onde a história se passa. É ele quem tenta equilibrar razão e instinto enquanto tudo começa a sair do controle. Mesmo com pouco tempo de tela, Copley é fundamental para a carga emocional da trama.
Mas há um “ator” que domina tudo: o próprio leão. Mesmo criado digitalmente, ele é tão bem construído que se torna um personagem com camadas, dor e fúria. Não é apenas um predador; é uma criatura traumatizada, reativa, quebrada — e isso torna tudo mais complexo.
Sobre o que realmente fala o filme?
Por trás da perseguição brutal e das cenas de ação, a história começa de forma até serena. Nate leva as filhas para a Reserva Mopani, na África do Sul, numa tentativa de unir novamente a família depois de meses — talvez anos — de distância emocional. Foi ali, afinal, que ele conheceu a esposa, e é ali que espera encontrar algum tipo de cura. Mas o reencontro com Martin e com o ambiente que a esposa amava tão profundamente logo se transforma numa viagem pelas sombras da savana.
O perigo aparece rápido. Martin percebe que algo está errado quando encontra um leão ferido e, mais tarde, descobre uma comunidade Tsonga praticamente dizimada. Nate tenta ajudar um sobrevivente, sem sucesso, e é nesse contraste entre vida e morte que o filme encontra seu tom. A partir do momento em que o leão passa a caçar a família, A Fera se transforma numa corrida desesperada — e quase ininterrupta — por sobrevivência.
Cada ataque é inesperado, cada silêncio é ameaçador. A tensão cresce de uma forma quase física, como se o espectador estivesse ali, preso no carro amassado, em meio ao mato alto, ouvindo passos que podem significar o fim.
Um vilão que também é vítima
Uma das escolhas mais interessantes do filme é rejeitar a ideia do “animal monstruoso” sem motivo. O leão se torna o que é porque caçadores furtivos destruíram sua alcateia. Ele não mata por esporte: mata porque perdeu tudo. É o resultado de uma violência humana que o filme não tenta esconder. E esse detalhe dá uma camada emocional inesperada a um longa que, à primeira vista, parece focado apenas na adrenalina.
A sequência mais intensa
Em um dos momentos mais marcantes, Martin se sacrifica para proteger Meredith e Norah, provocando uma explosão que deixa o leão gravemente ferido. É um choque para Nate e para as meninas — e para o público. Essa morte impulsiona a família para o momento final: um confronto ainda mais brutal.
Numa escola abandonada que servia de esconderijo aos caçadores furtivos, Nate faz o que um pai faria sem hesitar: coloca o próprio corpo entre o perigo e suas filhas. Ao entrar em combate direto com o leão, quase em luta corporal, ele se torna uma representação crua e visceral do instinto de proteção. A cena é impactante porque não glamouriza o sacrifício — é feia, violenta, desesperada.
A salvação só chega quando dois leões do bando natural da reserva — Kuda e Kawe — intervêm. O simbólico aqui é inevitável: a própria natureza, ferida pelo homem, é quem encerra o ciclo de violência.
Um final que abraça a dor e aponta para o futuro
No hospital, Nate enfim diz às filhas aquilo que a viagem inteira tentava arrancar dele: um “eu amo vocês” cheio de verdade. Depois, já recuperados, os três recriam uma foto da mãe das meninas ao lado de sua árvore favorita. É uma cena simples, mas que amarra tudo de forma poética, quase catártica, mostrando que A Fera é, acima de tudo, um filme sobre cura.
Qual foi a bilheteria do filme?
Mesmo com boa recepção da crítica e com o nome de Idris Elba atraindo público, olonga-metragem teve uma bilheteria considerada modesta. Internacionalmente, arrecadou cerca de US$ 59,1 milhões, valor que supera o orçamento de US$ 36 milhões, mas permanece distante de grandes sucessos comerciais.
Nos Estados Unidos e Canadá, fez US$ 31,8 milhões, competindo diretamente com Dragon Ball Super: Super Hero, que liderou o fim de semana de estreia. O filme abriu com US$ 11,6 milhões e manteve desempenho estável por algumas semanas, impulsionado sobretudo pelo público adulto — especialmente homens acima de 35 anos.





