
Hollywood sempre parece funcionar a partir de dois motores: o barulho das grandes franquias e o charme irresistível das comédias que chegam de surpresa, trazendo aquele toque de humanidade que o cinema às vezes esquece. E é justamente nesse segundo universo que Judd Apatow retorna com força — desta vez ao lado de Glen Powell, um dos nomes mais queridos e ascendentes da nova geração.
Depois de semanas de especulações, veio a confirmação: a fotografia principal da nova comédia está prevista para começar no início do próximo ano, em uma janela que coincide com a primavera norte-americana, entre março e junho. A informação, divulgada pelo site World of Reel, trouxe um misto de alívio e animação para quem aguarda o próximo projeto de Apatow, conhecido por transformar pequenas crises humanas em grandes histórias de humor e sensibilidade.
A Universal Pictures confirma que está financiando e distribuirá o filme mundialmente, reforçando que o estúdio acredita no potencial da produção — e principalmente no apelo de Glen como protagonista.
do teatro infantil ao estrelato
Para muitos espectadores, Powell pode ter estourado recentemente, mas sua história com os palcos é antiga. Antes de virar um nome quente em Hollywood, Powell cresceu imerso em teatro musical. Passou por montagens como The Music Man, Oliver e The Sound of Music, desenvolvendo cedo a capacidade de ocupar o palco com carisma, ritmo e emoção — características que hoje o acompanham no cinema.
Entre 1999 e 2003, ele integrou a premiada trupe Broadway Texas Players, experiência que ajudou a moldar sua compreensão sobre performance, timing e entrega cômica. E ainda jovem, começou a construir currículo também na televisão, participando de séries como Into the West, Jack and Bobby, CSI: Miami, Without a Trace e a queridinha Scream Queens.
Nos últimos anos, Powell passou de promessa a realidade. O sucesso de filmes como O Sobrevivente e o reconhecimento por sua versatilidade dramática e humorística fizeram dele um rosto cada vez mais procurado por diretores e roteiristas. Agora, ao se unir a Apatow — um mestre da comédia moderna — o ator entra em uma nova fase da carreira, com uma oportunidade de protagonizar uma obra que mescla humor, música e drama com potencial para alcançar públicos amplos.
O retorno ao terreno onde se sente em casa
Para quem acompanha a trajetória de Judd, a notícia de um novo filme já acende expectativas. Ele é responsável por alguns dos maiores sucessos da comédia dos anos 2000 e 2010, como Ligeiramente Grávidos e O Virgem de 40 Anos, mas também por obras que encontram a emoção mesmo quando não estão tentando ser dramáticas. Apatow tem o dom raro de retratar pessoas imperfeitas, confusas, em crise, mas profundamente humanas — personagens que poderiam ser nossos vizinhos, amigos ou até nós mesmos.
Nesta nova produção, Apatow retorna não apenas como diretor, mas como co-roteirista, dividindo a autoria da história com Glen. Essa parceria já chama atenção por si só: é raro ver o protagonista envolvido de forma tão direta na construção da própria narrativa, o que sugere que o filme terá um toque pessoal, carregado de nuances e provavelmente inspirado em reflexões reais sobre fama, fracasso e reinvenção.
Um astro do country em queda livre
Por enquanto, o que se sabe sobre o enredo é sucinto, mas revelador. O filme acompanha um astro da música country em queda livre, alguém que, após chegar ao topo, se vê confrontado com a própria humanidade — e com a necessidade de reconstruir quem é longe dos holofotes.
Esse tipo de narrativa é terreno fértil para Apatow, que gosta de explorar crises existenciais com humor ácido, mas também com afeto. E Powell, com seu histórico teatral e sua crescente versatilidade, parece o intérprete perfeito para esse tipo de personagem: alguém carismático, mas também frágil; engraçado, mas cheio de dores internas; confiante por fora, em ruínas por dentro.





