
A jornada de Gachiakuta continua se expandindo para além das páginas do mangá e das telas da televisão. Neste domingo, dia 21, foi anunciado que a obra criada por Kei Urana ganhará uma adaptação em live-action em um formato pouco convencional para produções do gênero: uma peça de teatro. O espetáculo terá apresentações programadas entre maio e junho de 2026, passando por Tóquio e Kyoto, duas das cidades mais importantes do cenário cultural japonês.
A novidade reforça o crescimento constante da franquia, que vem conquistando público desde sua estreia na Weekly Shōnen Magazine, da Kodansha, em fevereiro de 2022. Escrita e ilustrada por Kei Urana, com colaboração visual de Ando Hideyoshi, responsável pelos marcantes grafites que definem a identidade estética da obra, Gachiakuta rapidamente se destacou por sua proposta ousada, tanto em narrativa quanto em estilo artístico. Até novembro de 2025, a série teve seus capítulos reunidos em 17 volumes tankōbon, consolidando sua presença no mercado editorial.
O reconhecimento da obra ultrapassou as páginas do mangá. Entre julho e dezembro de 2025, a história ganhou uma adaptação em anime produzida pelo estúdio Bones Film, conhecida por trabalhos de grande impacto visual e narrativo. A boa recepção do público e da crítica levou ao anúncio de uma segunda temporada, confirmando o interesse contínuo pela história e por seu universo sombrio e provocador.
No centro da narrativa está Rudo, um jovem que vive nas favelas de uma sociedade extremamente desigual. Ele pertence aos chamados “tribais”, descendentes de criminosos e pessoas banidas da cidade principal, a Esfera. Desde cedo, Rudo convive com o desprezo da elite, que trata tudo o que considera inútil como lixo, incluindo vidas humanas. Esses descartes são lançados em um gigantesco abismo conhecido como Poço, um local cercado por medo e estigmas.
Criado por seu pai adotivo, Regto, Rudo cresce observando a crueldade do sistema que governa a Esfera. Regto lhe conta que seu pai biológico foi jogado no Poço antes mesmo de seu nascimento, acusado de um crime. Essa revelação molda profundamente a visão de mundo do garoto e fortalece seu sentimento de revolta contra a classe dominante, que vive cercada de privilégios enquanto descarta tudo aquilo que não lhe convém.
A história ganha contornos ainda mais trágicos quando Rudo encontra Regto assassinado ao retornar para casa. Preso no local do crime, ele é imediatamente acusado do homicídio, sem qualquer investigação justa. Por ser um tribal, Rudo é tratado como culpado desde o início. Condenado, ele é lançado no Poço, repetindo o destino de tantas outras pessoas excluídas pela sociedade. Antes de cair, o jovem faz um juramento silencioso de vingança contra aqueles que o condenaram injustamente.
No fundo do Poço, Rudo desperta em um cenário hostil, formado por montanhas de lixo, estruturas abandonadas e criaturas monstruosas criadas a partir dos resíduos descartados pela Esfera. Sua sobrevivência só é possível graças à intervenção de Enjin, um homem misterioso que o resgata e revela uma verdade chocante: o Poço não é o fim do mundo, mas a superfície, onde tudo aquilo que é rejeitado acaba se acumulando.
Enjin apresenta a Rudo os Limpadores, um grupo formado por indivíduos conhecidos como Doadores, capazes de extrair poder emocional de objetos e transformá-los em armas chamadas instrumentos vitais. Esses artefatos são usados para combater as criaturas que infestam o local. Mesmo relutante, Rudo aceita se juntar aos Limpadores, enxergando nessa escolha a única chance de sobreviver e, um dia, retornar à Esfera para confrontar o sistema que o destruiu.





