
O cinema de terror encontrou em A Hora do Mal um marco de sofisticação narrativa e psicológico. Lançado nos cinemas em 7 de agosto de 2025, com distribuição da Warner Bros. Pictures no Brasil e da Cinemundo em Portugal, o longa escrito, dirigido e produzido por Zach Cregger conquistou crítica e público, arrecadando mais de US$ 260 milhões mundialmente e consolidando-se como um dos filmes mais lucrativos do ano.
Disponível agora para compra e aluguel nas principais plataformas digitais, o filme se destaca por unir suspense, horror psicológico e drama humano em uma narrativa construída a partir de múltiplos pontos de vista interligados, mostrando como o medo e a culpa podem transformar vidas e relações.
Um enredo que prende do começo ao fim
Situado na pequena cidade de Maybrook, Pensilvânia, o longa acompanha o misterioso desaparecimento de 17 crianças de uma mesma sala de aula, que saem de suas casas às 2h17 da manhã sem deixar rastros. Apenas Alex Lilly permanece em casa, testemunha involuntária do terror que se abate sobre a comunidade.
A trama acompanha a professora Justine Gandy (Julia Garner), que se vê marginalizada e em crise após o desaparecimento dos alunos. Colocada de licença pelo diretor Marcus Miller, Justine enfrenta a pressão da comunidade e recai no alcoolismo, buscando apoio no ex-namorado, o policial Paul Morgan. Entre visitas à casa de Alex e tentativas de descobrir a verdade, a professora se vê cada vez mais envolvida em eventos inexplicáveis e ameaçadores.
Paralelamente, Archer Graff (Josh Brolin), pai de uma das crianças, inicia sua própria investigação. Frustrado com a lentidão da polícia, ele descobre através de imagens de câmeras de segurança que todas as crianças estavam se dirigindo a um ponto específico da cidade, ainda desconhecido, enquanto sonhos perturbadores e visões de uma mulher maquiada como palhaço aumentam a tensão psicológica.
O suspense se intensifica com a presença de Tia Gladys (Amy Madigan), figura enigmática cujo conhecimento e ações se tornam cruciais para desvendar o mistério. Ela é revelada como uma bruxa poderosa capaz de enfeitiçar pessoas, drenando sua energia vital e manipulando situações para seu próprio benefício. A tensão culmina em uma série de confrontos dramáticos e aterrorizantes, nos quais a coragem e a inteligência dos protagonistas são testadas até o limite.
Elenco de peso eleva a narrativa
O filme conta com performances marcantes de Julia Garner, Josh Brolin e Amy Madigan, atores que imprimem profundidade emocional aos personagens. Julia Garner, em particular, equilibra fragilidade e determinação, criando uma Justine que se conecta com o público não apenas pelo medo, mas também pela humanidade de suas escolhas.
Josh Brolin traz a intensidade de um pai desesperado, enquanto Amy Madigan oferece uma interpretação inquietante, transformando Gladys em uma presença ameaçadora que domina a narrativa sem precisar recorrer a clichês de terror. Outros nomes do elenco, como Cary Christopher, Alden Ehrenreich, Austin Abrams e Benedict Wong, complementam o drama com atuações que reforçam a sensação de realismo e urgência.

Da bilheteria à crítica especializada
O sucesso do filme vai além das telas: com US$ 260 milhões arrecadados, o longa entrou para a lista dos 20 filmes mais lucrativos de 2025. Mais do que números, a crítica elogiou o roteiro, a direção e a construção de suspense psicológico, apontando o filme como um dos mais bem avaliados desde 2020. Segundo especialistas, o longa demonstra o potencial do gênero de terror moderno, que não depende apenas de sustos imediatos, mas da exploração de medos profundos, traumas e conflitos humanos, tornando a experiência cinematográfica mais rica e memorável.
Influência de David Fincher nos bastidores
Além do talento de Zach Cregger, o filme contou com a orientação do renomado David Fincher. Conhecido por clássicos como “O Clube da Luta”, Fincher auxiliou na escolha de lentes, ângulos e técnicas de edição, ajudando a criar uma estética sombria e detalhista. Essa colaboração contribuiu para que o longa tivesse uma narrativa visual envolvente, reforçando a tensão e a sensação de claustrofobia que permeia Maybrook.
Segundo Cregger, Fincher atuou como mentor durante toda a produção, sugerindo experiências visuais e narrativas que elevaram o filme, especialmente na construção de cenas-chave, como confrontos entre personagens e sequências de pesadelo que mesclam realidade e terror psicológico.
O significado por trás do título
O título original, Weapons (“armas”), gerou debate entre fãs antes da estreia. De acordo com interpretações do próprio diretor, o nome é uma metáfora: não apenas objetos físicos, mas emoções como medo, culpa e luto podem se tornar armas nas mãos de forças externas, causando destruição e sofrimento. Em entrevista à Variety, Cregger afirmou: “Eu ouvi algumas pessoas falando sobre o porquê de o filme ter esse título, e acho que elas estão certas. Provavelmente escolhi esse nome no início do roteiro e nunca mais pensei sobre isso.”
Estrutura narrativa e múltiplos pontos de vista
Um dos grandes trunfos de “A Hora do Mal” é a narrativa fragmentada. O filme alterna entre diferentes perspectivas — Justine, Archer, Paul, James e o narrador infantil — permitindo ao público reconstruir a história e mergulhar na psique de cada personagem. Além disso, sonhos recorrentes e visões de pesadelo reforçam o suspense psicológico, aproximando a audiência da experiência emocional dos protagonistas. Essa abordagem não só intensifica o medo, mas também cria empatia, tornando o terror mais impactante e memorável.

Ambientação do terror
A cidade de Maybrook funciona como personagem adicional. Pequena e aparentemente pacata, a cidade se transforma em cenário de horror, com casas vazias, ruas silenciosas e a presença ameaçadora de Gladys. A ambientação cuidadosamente construída reforça a tensão constante, tornando a experiência do espectador ainda mais imersiva.
A combinação de cenários sombrios, trilha sonora estratégica e iluminação que destaca sombras e silhuetas contribui para uma atmosfera de constante suspense, característica que diferencia o longa dentro do gênero.
Impacto psicológico e legado do filme
“A Hora do Mal” não se limita a sustos. O longa aborda as consequências do trauma, o peso da culpa e a manipulação psicológica. Personagens como Justine e Archer, assim como as crianças, enfrentam os efeitos duradouros do medo e da opressão. Mesmo após a resolução do mistério, muitos permanecem catatônicos, lembrando ao público que os efeitos do trauma nem sempre são visíveis, mas sempre presentes. A crítica destaca que o filme oferece uma reflexão sobre responsabilidade, coragem e resiliência, provando que o terror contemporâneo pode ser profundo, emocionalmente envolvente e intelectualmente estimulante.





