Alan Ritchson revela os bastidores intensos de “Reacher” após acidente durante gravações da 4ª temporada

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Um olho roxo, um post bem-humorado e um alerta silencioso sobre o que é ser um herói fora das telas. Foi assim que os fãs de Reacher foram surpreendidos esta semana: Alan Ritchson, protagonista da série de ação da Amazon Prime Video, apareceu em seu perfil oficial no Instagram com um hematoma evidente logo acima do olho esquerdo. A legenda? Uma mistura de ironia e franqueza: “Sim, estou com um pequeno roxo. Filmar Reacher tem sido difícil este ano.” As informações são da CNN.

Para quem acompanha de perto a carreira de Ritchson, o post não causou exatamente espanto — preocupação, talvez. Afinal, essa não é a primeira vez que o ator se machuca no set. Em março, durante a gravação de uma sequência da terceira temporada, ele chegou a ficar inconsciente após ser arremessado violentamente contra uma mesa de madeira. A decisão de gravar sem dublê partiu dele, mesmo após alertas da equipe técnica.

A nova lesão, apesar de menos grave, é mais uma cicatriz num corpo que virou palco real da ação que tantas vezes admiramos na ficção. E levanta uma questão que vai além do entretenimento: até onde vale se doar por completo por um personagem?

Não é só interpretação. É entrega.

Alan Ritchson é do tipo que não gosta de meias medidas. Quem o conhece nos bastidores diz que ele é metódico, dedicado e, sobretudo, obstinado. Ele vive Jack Reacher com o corpo todo — literalmente. E essa escolha tem deixado marcas visíveis ao longo das temporadas.

“Quero que as pessoas sintam que aquilo poderia acontecer de verdade. Que vejam o suor, o sangue, a dor… porque ela existe”, disse ele numa entrevista meses atrás. E, olhando para o hematoma recente, dá pra dizer que ele está conseguindo.

Ao longo das gravações da quarta temporada, a palavra que mais tem se repetido entre a equipe é “exaustão”. A temporada está mais física, mais crua, mais intensa. Ritchson, aos 42 anos, ainda mantém a forma invejável que o ajudou a conquistar o papel. Mas os limites do corpo começam a pesar — e os sinais aparecem em postagens que tentam disfarçar a dor com humor.

“É só um roxinho”, escreveu ele. Mas os olhos atentos dos fãs sabem que, por trás da brincadeira, existe cansaço. Existe esforço. Existe o peso de uma série que exige tudo de seu protagonista.

Reacher: uma série que não faz concessões

Lançada em fevereiro de 2022, Reacher se tornou rapidamente uma das séries de ação mais populares do catálogo da Amazon Prime Video. Baseada nos livros de Lee Child, a produção trouxe para as telas o personagem Jack Reacher em sua versão mais próxima da literatura: um ex-policial militar imponente, solitário, impiedoso com criminosos e dotado de um senso de justiça que não se curva.

Se nos filmes estrelados por Tom Cruise o personagem foi reinterpretado com uma abordagem mais técnica e tática, em Ritchson o público encontrou a brutalidade física descrita nos livros. E essa fidelidade virou diferencial.

A primeira temporada, baseada em Dinheiro Sujo (1997), apresentou Reacher chegando à fictícia cidade de Margrave, na Geórgia, onde é preso injustamente por assassinato. A trama rapidamente se desenrola numa teia de corrupção, violência e segredos. Foi o bastante para que a série ganhasse uma legião de fãs — e a Amazon, claro, não perdeu tempo: renovou a produção apenas três dias após a estreia.

Subindo o nível a cada temporada — e o risco também

A segunda temporada estreou em dezembro de 2023 e adaptou o livro Bad Luck and Trouble. Ali, Reacher se vê diante de um novo mistério envolvendo seus antigos companheiros de unidade especial. Mais combates. Mais riscos. Mais intensidade.

Mas foi a terceira temporada, lançada em fevereiro de 2025, que elevou ainda mais a aposta. Baseada em Persuader, o sétimo livro da série, ela exigiu do ator a atuação mais física até então. Reacher se infiltra no submundo para resgatar um informante mantido por um velho inimigo — o que rendeu cenas de luta extremamente coreografadas e tomadas arriscadas.

Foi nessa temporada que Ritchson perdeu a consciência ao gravar uma cena. “Quis fazer eu mesmo, sem dublê. Sabia que era perigoso, mas queria que fosse real”, revelou ele em um podcast semanas depois. O susto foi grande, mas não o suficiente para fazê-lo mudar de abordagem.

Agora, com a quarta temporada em andamento, a preocupação volta à tona. O novo hematoma é mais um lembrete de que o ator está pagando um preço alto pela autenticidade.

A pressão invisível de ser um “homem de aço”

Não é só o corpo que sofre. Existe uma pressão silenciosa sobre Alan Ritchson para manter uma imagem de força absoluta. O personagem Reacher não chora, não se abala, não recua. E isso, vez ou outra, parece transbordar para o homem que o interpreta.

“Existe uma cobrança constante para ser o cara durão. E às vezes isso machuca mais por dentro do que por fora”, disse Ritchson em uma live durante o lançamento da terceira temporada. “Já tive crises de ansiedade antes das gravações. Já me perguntei se eu estava à altura.”

Essa vulnerabilidade raramente vem à tona nos posts ensaiados das redes sociais. Mas está lá. Às vezes escondida sob um emoji de risada. Às vezes marcada na pele em forma de hematoma.

Do anonimato ao protagonismo: quem é Alan Ritchson

Antes de ser Reacher, Alan Ritchson já tinha uma trajetória cheia de altos e baixos. Ele começou a carreira como modelo e cantor, mas foi na televisão que encontrou sua vocação. Passou por séries como Smallville (onde interpretou o Aquaman), Blue Mountain State e Titans (como Rapina), sempre com papéis que exigiam mais do físico do que da emoção.

Foi em Reacher, no entanto, que ele encontrou o papel da vida. Um personagem à altura de sua estatura, mas também do seu talento. A série o colocou no centro das atenções, rendeu indicações a prêmios, propostas para novos filmes — como Velozes e Furiosos 10 — e, principalmente, uma conexão emocional com o público.

A quarta temporada ainda está por vir — e cheia de expectativa

A Amazon ainda não anunciou uma data oficial para a estreia da nova temporada, mas a expectativa é de que ela chegue ao catálogo no primeiro semestre de 2026. Enquanto isso, as gravações continuam — com ou sem hematomas.

Nos bastidores, a equipe já estuda formas de proteger mais o ator sem comprometer a estética realista da série. “Ele é cabeça dura. Quer fazer tudo. Mas estamos tentando encontrar um meio-termo”, comentou um dos produtores que preferiu não se identificar.

Se depender de Ritchson, ele vai até o limite. “Estou inteiro. Só um pouco roxo. Nada que um café forte e um pouco de gelo não resolvam”, disse ele em tom leve, durante um bate-papo com fãs.

“Reacher” além do entretenimento: por que essa série nos prende tanto?

Talvez Reacher funcione tão bem porque resgata uma fantasia que muitos têm: a de que ainda existem heróis dispostos a lutar, mesmo quando a batalha parece perdida. E Alan Ritchson, com seu corpo em constante risco, personifica essa ideia melhor do que qualquer CGI.

Ver seus ferimentos é, de certa forma, um lembrete de que ainda há verdade por trás das telas. Que por trás do figurino impecável e das coreografias milimetricamente ensaiadas, existe um ser humano disposto a se machucar — não por vaidade, mas por autenticidade.

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