
Seis anos. Foi esse o tempo que a gente ficou sem ouvir uma música inédita da Ana Carolina. Mas quem disse que ela estava parada? Ela seguiu rodando o Brasil, enchendo teatros, deixando o público arrepiado com cada verso cantado de olhos fechados. Só que agora chegou o momento que os fãs esperavam: ela voltou pro estúdio. E voltou com a alma inteira.
O novo EP “Ainda Já – Vol. 1” não é só um lançamento — é tipo aquela mensagem que chega no fim do dia e muda tudo. São cinco músicas autorais, todas novinhas em folha, lançadas como parte da comemoração dos seus 25 anos de carreira. Mas se engana quem acha que é só nostalgia. Tem cheiro de futuro nesse disco.
“Ainda Já”: um título que nem precisa de explicação (mas que a gente sente)
O nome já entrega o tom: Ainda Já soa como quem tá vivendo o agora com as raízes fincadas no que construiu. Um paradoxo bonito, meio filosófico, bem a cara da Ana. É como se ela dissesse: “eu ainda sou eu, mas já mudei”. E o mais legal? A gente sente isso nas músicas — sem precisar racionalizar muito.
Parceiros novos, voz de sempre
Nesse EP, Ana abre a porta do estúdio pra uma galera nova: Umberto Tavares, Jefferson Júnior, Pedro Breder, Carol Marcílio, entre outros. Gente que vem de outras praias, mas que soube entrar no universo dela com respeito e criatividade. E claro, tem os reencontros que aquecem: Antonio Villeroy, Bruno Caliman, Edu Krieger — nomes que fazem parte da costura emocional de quem cresceu ouvindo Ana Carolina.
Múltiplas Anas num mesmo disco
Sabe aquela Ana do violão e da voz que te desmonta? Ela tá aqui. Mas também tem a Ana que experimenta, que flerta com o pop, que brinca com marchinha, que assopra uma bossa sem pedir licença. Cada faixa é uma faceta — às vezes leve, às vezes densa, sempre honesta. Nada soa forçado. É como se ela dissesse: “não preciso escolher uma versão de mim”.
Produção feita em casa (literalmente)
Não bastasse compor e cantar, Ana também assina a produção e direção artística do EP, ao lado de Iuri Rio Branco. Ou seja: o controle criativo é dela do começo ao fim. É um disco que respira liberdade — desses que não foram feitos pra cumprir contrato ou seguir tendência, mas pra dizer o que precisa ser dito com voz limpa e sem medo.
Travessia. Esse é o nome do jogo.
Em palavras da própria Ana: “Esse trabalho representa uma travessia — uma ponte entre quem eu fui até aqui e a artista que escolho me tornar daqui pra frente.”
E é isso. “Ainda Já – Vol. 1” não vem pra agradar todo mundo. Vem pra quem escuta com o peito. Pra quem sabe que mudança não significa ruptura, mas continuidade com coragem. Um disco que, como ela mesma, não precisa levantar a voz pra ser imenso.
E o melhor? É só o começo
Se tem “Volume 1” no nome, a gente sabe que vem mais por aí. Mas só esse EP já é suficiente pra matar a saudade e lembrar por que a Ana Carolina é, há 25 anos, uma das artistas mais consistentes, sensíveis e relevantes da música brasileira. E se ela demorou pra lançar coisa nova, tudo bem. Porque quando chega, a gente sente que valeu a pena esperar.
















