
Nesta quinta-feira, 20 de novembro, às 21h, o Arquivo A apresenta uma edição especial dedicada ao debate sobre o racismo no Brasil, alinhada às reflexões do Dia da Consciência Negra. Sob a condução da jornalista Gabriele Dutra, a produção da TV Aparecida reúne histórias, dados e iniciativas que ajudam a compreender como o racismo estrutural continua moldando a vida de milhões de brasileiros — e, ao mesmo tempo, como a resistência se manifesta de forma criativa, coletiva e potente.
O programa revisita capítulos fundamentais da história brasileira que, apesar de determinantes para a construção do país, muitas vezes são silenciados ou omitidos. A edição relembra escritores negros que marcaram a literatura nacional — entre eles Machado de Assis, cujo apagamento racial ainda é tema de debate — e discute como a falta de representatividade permanece evidente em áreas como televisão, cinema, literatura e até mesmo nas histórias em quadrinhos.
Outro ponto de destaque é a análise dos dados recentes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que apontam crescimento nas denúncias de racismo e injúria racial, especialmente no espaço digital. Esses números reforçam o alerta sobre como discursos discriminatórios se multiplicam nas redes, afetando diretamente a autoestima e o bem-estar da população negra.
A edição também viaja até Aparecida (SP) para apresentar iniciativas que transformam dor em ação e promovem pertencimento. Entre elas, o grupo afro-brasileiro Namíbia, que há anos constrói um espaço de resistência cultural e afirmação identitária, e o Centro Cultural Quidala, onde ancestralidade, arte e cuidado formam um ambiente de acolhimento e valorização da cultura afro-brasileira.
O Arquivo A visita ainda organizações comprometidas com a formação de jovens negros em contextos educacionais muitas vezes excludentes. A Uneafro, em São Paulo, é destaque por oferecer cursos preparatórios para vestibulares, Enem e concursos públicos, atuando como ponte para oportunidades que historicamente foram negadas. Já o Instituto Baobá, em Guaratinguetá (SP), surge como exemplo de projeto que promove educação antirracista e fortalece o protagonismo negro desde a infância.
Empreendedorismo negro como força transformadora
A reportagem também dedica espaço ao empreendedorismo negro, revelando histórias inspiradoras que unem identidade, resistência e inovação. Entre as iniciativas apresentadas está um salão especializado em cabelos cacheados e crespos, que se tornou referência não apenas pela qualidade do trabalho, mas por promover autoestima, pertencimento e visibilidade dentro de um mercado ainda marcado por padrões excludentes.





