
Você já se perguntou o que tornava um faraó tão temido e reverenciado no Antigo Egito? Como esses líderes eram capazes de inspirar devoção quase divina enquanto governavam com mão firme um império milenar? A partir do dia 6 de agosto, às 22h, o canal History2 convida os curiosos, os apaixonados por história e os caçadores de mitos a embarcar numa viagem épica com a estreia da série “Ascensão e Queda dos Faraós” (Pharaohs: Rise and Fall). Em seis episódios, a produção resgata mais de três mil anos de história — e não economiza em intriga, glória, conquistas e colapsos.
Deuses na Terra ou mestres da propaganda?
Muito antes dos presidentes, imperadores ou reis modernos, havia os faraós. E para o povo egípcio, eles não eram apenas líderes: eram divindades vivas. Essa aura de sacralidade não era por acaso — fazia parte de uma engrenagem política e simbólica que os mantinha no topo por gerações. A obra vai além da superfície das pirâmides e dos sarcófagos dourados. A série investiga como esses governantes usavam templos, monumentos e até arte em pedra para afirmar sua autoridade e se manterem no imaginário coletivo como figuras quase eternas.
E por trás de cada estátua colosal ou mural colorido, havia uma estratégia bem pensada. Como explica um dos especialistas da série, as construções monumentais — que hoje encantam turistas e estudiosos — tinham um papel claro: reforçar a imagem do faraó como alguém inquestionável, conectado diretamente aos deuses. Mais do que fé, era política em alto estilo.
Do primeiro unificador à última rainha
A série começa com Narmer, o primeiro faraó documentado da história egípcia, por volta de 3150 a.C. Foi ele quem teria unificado o Alto e o Baixo Egito — um feito que, na época, representava mais do que controle territorial: era o nascimento de uma nova era. Mas como manter um reino unido pela força? A resposta pode estar em um dos primeiros registros de propaganda já criados pela humanidade: a famosa Paleta de Narmer, um artefato que mostra o faraó literalmente esmagando seus inimigos. Uma imagem poderosa, feita para espalhar temor e respeito.
E assim segue a jornada da série, atravessando os séculos com outras figuras marcantes, como Ramsés II, que deixou como legado monumentos que desafiam o tempo, e chegando até Cleópatra VII — a mulher cuja história ainda hoje divide historiadores entre a lenda e a realidade. Ela foi a última faraó do Egito, e sua queda marcou o fim de uma civilização que, por mais de três mil anos, moldou a ideia de poder absoluto.
Uma história contada com novos olhos
O grande mérito da série é trazer uma abordagem contemporânea a um tema milenar. A série reúne egiptólogos renomados, historiadores e arqueólogos que, com paixão e conhecimento, reconstroem o quebra-cabeça das dinastias egípcias. O foco não está apenas nos feitos — mas também nos erros, nos conflitos internos, nas traições palacianas e nas escolhas políticas que, muitas vezes, aceleraram a ruína de impérios inteiros.
E o melhor: tudo é apresentado com ritmo envolvente, imagens impactantes e reconstituições visuais de tirar o fôlego. É quase como caminhar pelas margens do Nilo há milhares de anos, observando o esplendor dos templos e o burburinho dos mercados enquanto o faraó passa em sua carruagem dourada.
Uma jornada pelo tempo e pelo poder
Mais do que um documentário histórico, Ascensão e Queda dos Faraós é um convite à reflexão sobre como o poder funciona — ontem e hoje. Por que algumas lideranças duram séculos e outras desmoronam rapidamente? Como a imagem de um líder pode ser usada como ferramenta de domínio? E o que resta, no fim das contas, quando a glória passa?
A série não oferece respostas fáceis, mas provoca o espectador a pensar. E faz isso com narrativa cativante, misturando o fascínio do passado com perguntas que ainda ecoam no presente. Se você gosta de história, política, psicologia do poder ou simplesmente quer entender por que até hoje somos hipnotizados pelas pirâmides, essa série é pra você.
















