
Charlize Theron está prestes a lançar um feitiço sobre os cinéfilos. No último sábado (28), durante a pré-estreia de The Old Guard 2, a atriz sul-africana revelou à Variety que interpretará Circe, a icônica feiticeira da mitologia grega, em A Odisseia, próximo longa-metragem de Christopher Nolan.
Com o habitual sorriso enigmático no rosto, Theron confirmou que ainda não gravou suas cenas, mas que mergulhou de cabeça na preparação para a personagem. “Ela é um daqueles papéis que você não interpreta apenas com o corpo, mas com a alma. Circe é poder, dor, ironia, medo… tudo ao mesmo tempo”, disse a atriz.
Uma deusa, uma ilha, e o poder de transformar
Para quem não se lembra da história, A Odisseia é uma epopeia clássica que narra a árdua jornada de Odisseu (ou Ulisses), tentando voltar para casa após a guerra de Troia. No meio do caminho, ele encontra Circe, uma deusa que vive isolada numa ilha e que tem o péssimo hábito de transformar homens em porcos — literalmente.
Mas a Circe de Charlize Theron promete ir além do clichê da vilã mitológica. Com o olhar certeiro de Nolan por trás das câmeras, a personagem deve ganhar densidade, camadas e humanidade. Charlize, que já nos presenteou com mulheres fortes e multifacetadas em Mad Max: Estrada da Fúria e Monster, parece ter nas mãos mais uma chance de brilhar — dessa vez com aura divina e olhar fatal.
Nolan, de volta ao épico — com deuses e monstros
A Odisseia marca o retorno de Christopher Nolan ao cinema grandioso e existencial. Conhecido por levar o público a viagens que desafiam o tempo (A Origem, TENET), o espaço (Interestelar) e a própria história (Oppenheimer), o cineasta agora mira um território novo — e milenar: a mitologia grega.
Mas não espere uma adaptação literal dos versos de Homero. Nolan promete mergulhar na alma dos personagens, especialmente na do herói Odisseu, interpretado por Robert Pattinson, e no caos emocional que a guerra e a saudade impõem ao guerreiro. O elenco ainda traz Mia Goth, Jon Bernthal, John Leguizamo e outros nomes de peso.
A equipe técnica que acompanha Nolan também retorna: Hoyte Van Hoytema assina a fotografia (como em Oppenheimer, Dunkirk e Interestelar), enquanto Ludwig Göransson, vencedor do Oscar de trilha sonora por Oppenheimer, compõe mais uma trilha que promete estremecer salas de cinema ao redor do mundo.
Uma história de retorno, reinvenção e sobrevivência
Mais do que uma jornada física, A Odisseia é um mergulho na identidade. Quem é você depois de anos de guerra? Quem você se torna ao enfrentar monstros — e si mesmo? É nesse território que o filme parece querer pisar: entre os mitos e as feridas, entre o herói e o homem perdido.
Charlize Theron entra nesse quebra-cabeça como Circe, não apenas uma deusa isolada, mas um espelho de Odisseu: ambos guardam cicatrizes, ambos controlam os outros como forma de defesa. E, talvez, ambos estejam cansados de serem lendas.
















