
No Cinemaço deste domingo, 28 de setembro, a TV Globo traz de volta às telas um dos maiores clássicos do cinema: Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida. Lançado em 1981, o longa dirigido por Steven Spielberg e produzido por George Lucas não apenas apresentou ao mundo um dos personagens mais icônicos da sétima arte, como também redefiniu o gênero de aventura para as gerações seguintes.
Mais de quatro décadas depois de sua estreia, o filme segue conquistando novos fãs e mantendo viva a paixão daqueles que o assistiram pela primeira vez ainda nos anos 80. A exibição no Cinemaço representa uma oportunidade de revisitar não só um marco da cultura pop, mas também uma obra que ajudou a consolidar a parceria criativa entre dois dos maiores nomes de Hollywood.

Como nasceu Indiana Jones: a ideia de George Lucas e a visão de Spielberg
A origem de Indiana Jones está diretamente ligada ao desejo de George Lucas, já consagrado com Star Wars, de resgatar a essência dos seriados de ação e aventura que marcaram as matinês dos anos 1930 e 1940. Lucas queria criar um herói que fosse ao mesmo tempo destemido e humano, capaz de enfrentar vilões cruéis e armadilhas mortais, mas também vulnerável e falível.
Ao lado do roteirista Lawrence Kasdan e do amigo Steven Spielberg, Lucas transformou essa ideia em realidade. Spielberg, que vinha de sucessos como Tubarão (1975) e Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977), assumiu a direção e trouxe sua marca de dinamismo, humor e narrativa visual sofisticada.
O resultado foi um personagem único: Indiana Jones, arqueólogo aventureiro que mescla carisma, coragem e imperfeições humanas, interpretado com perfeição por Harrison Ford, já conhecido como Han Solo, mas que em Indy encontrou o papel de sua vida.
O elenco: estrelas que deram vida a uma lenda
Um dos grandes trunfos de Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida está no elenco escolhido a dedo para equilibrar ação, humor e emoção. Harrison Ford, já consagrado como Han Solo em Star Wars, assumiu o papel de Indiana Jones e entregou uma performance que mesclava carisma, coragem e vulnerabilidade, transformando o arqueólogo em um ícone cultural. Ao seu lado, Karen Allen (O Animal de Vidro, 1979) deu vida à destemida Marion Ravenwood, garantindo que a figura feminina não fosse mero adorno, mas parte essencial da narrativa. O britânico Paul Freeman (O Cão dos Baskervilles, 1982) trouxe sofisticação e astúcia ao vilão René Belloq, enquanto John Rhys-Davies (Shōgun, 1980) conquistou o público com o carismático Sallah.
Completam o núcleo Ronald Lacey (A Rosa e a Espada, 1977) como o ameaçador agente nazista Toht e Denholm Elliott (O Leitor de Cartas, 1971) como Marcus Brody, o aliado acadêmico de Indy. Esse conjunto de atores, cada um com sua marca, foi fundamental para dar credibilidade à trama e transformar o filme em muito mais do que uma simples aventura.

A trama: arqueologia, nazistas e a busca pela Arca da Aliança
O filme se passa em 1936, em plena ascensão do nazismo. A história começa quando Indiana Jones é recrutado por agentes do exército americano para impedir que os nazistas encontrem a lendária Arca da Aliança, um artefato bíblico que, segundo as escrituras, contém os Dez Mandamentos e concede um poder devastador a quem a possuir.
Para essa jornada, Indy reencontra Marion Ravenwood (Karen Allen), sua antiga paixão, e conta com a ajuda do amigo escavador Sallah (John Rhys-Davies). No caminho, enfrenta o rival arqueólogo René Belloq (Paul Freeman), que trabalha ao lado dos nazistas, além do cruel agente Arnold Toht (Ronald Lacey).
A aventura se desenrola em cenários que vão do Nepal ao Egito, recheados de perseguições eletrizantes, enigmas arqueológicos, armadilhas mortais e confrontos épicos. A narrativa culmina em uma das sequências mais memoráveis do cinema: a abertura da Arca, que revela o poder sobrenatural do artefato e destrói aqueles que ousaram desafiar sua sacralidade.
Bastidores: aventuras também fora da tela
As filmagens de Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida ocorreram entre junho e setembro de 1980, passando por locações no Havaí, Tunísia, França, Inglaterra e na Califórnia. Spielberg, determinado a imprimir agilidade ao longa, manteve um cronograma apertado e apostou em efeitos práticos para criar algumas das cenas mais icônicas.
A famosa perseguição de caminhão no deserto, por exemplo, foi filmada sem o uso de computação gráfica — algo inexistente na época — e exigiu uma combinação perfeita de dublês, coordenação de equipe e uma câmera que não perdia nenhum detalhe da ação.
Outro momento lendário é a cena de abertura, com a bola de pedra rolando atrás de Indy. Spielberg revelou em entrevistas que o artefato cenográfico pesava centenas de quilos e precisou ser controlado com precisão para não colocar Harrison Ford em risco.
O impacto: bilheteira, prêmios e aclamação crítica
O filme estreou em 12 de junho de 1981 e rapidamente se tornou o maior sucesso de bilheteira do ano, arrecadando cerca de US$ 390 milhões no mundo todo — um número impressionante para a época.
A crítica foi unânime em reconhecer a inovação e a energia do longa. Spielberg foi elogiado por revitalizar o gênero de aventura com uma linguagem moderna, enquanto Harrison Ford consolidou-se como astro definitivo de Hollywood.
No Oscar de 1982, Os Caçadores da Arca Perdida recebeu nove indicações, incluindo Melhor Filme, e venceu em quatro categorias: Melhor Direção de Arte, Melhor Edição, Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais, além de um prêmio especial por Edição de Efeitos Sonoros.
















