Cliff Booth volta à ação! Spin-off de “Era Uma Vez em… Hollywood” com Brad Pitt já está em produção

0
Foto: Reprodução/ Internet

Foi sob o sol ardente de Los Angeles, em pleno verão americano, que começaram oficialmente as filmagens de “The Adventures of Cliff Booth”, o aguardado derivado de Era Uma Vez em… Hollywood, filme que conquistou a crítica e o público em 2019. A produção marca o retorno de Brad Pitt ao papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante — o dublê misterioso, fiel e perigosamente carismático Cliff Booth. As informações são do World of Reel.

O novo longa-metragem é dirigido por David Fincher, cineasta conhecido por obras densas e psicológicas como Clube da Luta, Zodíaco e Garota Exemplar. Já o roteiro — afiando facas na interseção entre a nostalgia e a brutalidade — fica por conta de ninguém menos que Quentin Tarantino, o mesmo responsável por criar o universo original, repleto de referências cinéfilas, violência estilizada e devaneios históricos.

Mas desta vez, Tarantino não está na cadeira de diretor. Ele entrega as rédeas visuais a Fincher — um gesto raro, simbólico e ousado. Uma mudança que, por si só, torna esse projeto algo maior do que um simples spin-off. É, de fato, uma segunda era em Hollywood.

Cliff Booth sob nova ótica

Longe de ser um herói tradicional, Cliff Booth é um daqueles personagens que, mesmo com poucas palavras, diz muito. No filme original, ele orbitava ao redor de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) — ator em decadência, preso entre o glamour e o fracasso — e era visto como seu braço direito, motorista, dublê e… talvez algo mais sombrio.

Agora, Booth se torna protagonista de sua própria história, o que levanta uma pergunta inevitável: quem é esse homem, de verdade?

O novo filme nos leva ao fim dos anos 70, quase uma década depois dos eventos do primeiro longa. Cliff, agora mais velho, já não vive nas sombras de outro homem. Seu novo papel dentro da indústria cinematográfica é o de “faz-tudo” de estúdio — um tipo de solucionador de problemas que opera entre bastidores, subornos, segredos e talvez cadáveres.

Com a assinatura fria, calculada e meticulosa de David Fincher, o filme promete um mergulho psicológico e existencial em Cliff. Um homem marcado pela guerra, pelos silêncios, pelas violências internas e externas. E isso tudo sob o pano de fundo de uma Hollywood em transição: saem os westerns, entram os blockbusters; saem os galãs clássicos, entram os anti-heróis.

Uma parceria rara e promissora

É difícil imaginar uma colaboração entre dois diretores tão autorais quanto Tarantino e Fincher. De um lado, a anarquia estética e narrativa de Tarantino. Do outro, a precisão cirúrgica e o controle de Fincher. O que uniu esses dois? Brad Pitt.

Segundo fontes próximas à produção, foi o próprio ator que sugeriu Fincher como diretor — proposta que Tarantino, surpreendentemente, aceitou. Os três têm histórias entrelaçadas: Pitt estrelou Clube da Luta e O Curioso Caso de Benjamin Button sob direção de Fincher e, ao mesmo tempo, brilhou sob a batuta de Tarantino em Bastardos Inglórios e Era Uma Vez em… Hollywood.

Essa espécie de “triângulo criativo” pode ser a chave para uma narrativa que combine o existencialismo soturno de Fincher com a metalinguagem afiada de Tarantino.

Elenco de peso, mistério na trama

Além de Brad Pitt, o elenco confirmado até agora é recheado de nomes fortes:

  • Carla Gugino, sempre intensa em suas performances, dá um ar de mistério a sua personagem, ainda não revelada.
  • Elizabeth Debicki, estrela de The Crown e Tenet, entra como uma figura intrigante no mundo das celebridades setentistas.
  • Yahya Abdul-Mateen II, conhecido por Watchmen e Aquaman, promete ser um contraponto físico e moral ao protagonista.
  • Scott Caan, com seu estilo rebelde e carismático, também se junta ao elenco.
  • E há rumores persistentes de uma participação especial de Leonardo DiCaprio, ainda que não confirmada oficialmente.

A trama, mantida sob sigilo, gira em torno da atuação de Booth como “homem de confiança” dos grandes estúdios — alguém que apaga incêndios antes que cheguem à imprensa. Ele negocia com chantagistas, ameaça jornalistas, manipula situações para proteger astros e diretores. Uma espécie de detetive silencioso, mas com os métodos pouco convencionais que só Cliff Booth poderia ter.

O cenário: um novo jogo em Hollywood

A Hollywood dos anos 60 — retratada com tanto esmero por Tarantino no primeiro filme — já não existe. Em seu lugar, surge um novo cenário: pós-Vietnã, auge da cocaína, pré-explosão dos blockbusters, início do cinema autoral norte-americano e de movimentos feministas mais ativos. A estética muda. As ambições também.

Nesse mundo, Cliff Booth se sente deslocado, mas ainda é necessário. E é aí que o filme se debruça: como sobreviver quando seu tempo parece ter passado? O personagem se vê em conflitos morais, entre lealdade e autopreservação, entre o velho código de honra e o cinismo moderno da indústria.

Os rumores sugerem que o roteiro não seguirá uma estrutura tradicional. Como o primeiro filme, haverá passagens oníricas, sequências que desafiam a lógica linear e até inserções de trechos “fictícios” — filmes dentro do filme, programas de TV da época, comerciais falsos.

Brad Pitt: no auge do controle

Aos 61 anos, Brad Pitt parece mais à vontade do que nunca para escolher projetos que desafiem seu próprio legado. E The Adventures of Cliff Booth é exatamente isso: um retorno às raízes, mas também uma ruptura.

Em entrevistas recentes, o ator tem falado com naturalidade sobre a ideia de envelhecer em cena, de interpretar personagens mais introspectivos, menos impulsivos. Booth, nesse sentido, representa uma síntese: a violência do passado em confronto com a melancolia do presente.

O personagem carrega culpas e fantasmas — algo que o público sentiu, mas nunca entendeu completamente no primeiro filme. Agora, o véu será levantado.

Uma carta de amor (e raiva) à indústria

Se no primeiro longa Tarantino entregou uma carta de amor aos estúdios, ao cinema clássico e à Los Angeles da sua juventude, agora é possível que vejamos a carta de despedida. Ou melhor: a resposta amarga e crítica ao que sobrou daquilo tudo.

Fincher, com sua lente menos nostálgica e mais analítica, deve construir uma obra mais seca, mais cruel — mas igualmente fascinante. E Tarantino, ao não dirigir, mas ainda escrever, mostra que confia na força da palavra mais do que nunca.

Lançamento e expectativas

Com filmagens iniciadas no final de julho de 2025, a previsão de estreia gira em torno do início de 2026, com lançamento mundial nos cinemas seguido de exibição na Netflix, que adquiriu os direitos de distribuição global.

O orçamento, segundo estimativas da imprensa americana, ultrapassa os US$ 100 milhões, impulsionado por incentivos fiscais da Califórnia e pelo apelo do elenco estrelado.

E a expectativa do público? Alta. Muito alta. O primeiro filme faturou mais de US$ 374 milhões mundialmente, além de ter recebido 10 indicações ao Oscar, vencendo três. Para os fãs, este novo capítulo representa não apenas uma continuação, mas um novo gênero dentro de um mesmo universo.

COMENTE

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui