
Nesta segunda-feira, 25 de agosto de 2025, o programa Conversa com Bial recebe o diretor João Viana e os atores Raphael Elias e Walerie Gondim para uma conversa especial sobre o espetáculo “Djavan – O Musical”, que homenageia a trajetória de um dos maiores artistas da música brasileira. Em um encontro que promete emoção e memória, os convidados falam sobre os bastidores da produção, a responsabilidade de traduzir em cena a obra de Djavan e a importância de revisitar sua arte justamente no ano em que o cantor completa 50 anos de carreira.
“Djavan – O Musical” não é apenas um espetáculo baseado em canções de sucesso. Ele busca narrar a vida e a obra de Djavan como um verdadeiro mosaico cultural, misturando teatro, dança, poesia e, claro, música. A ideia é conduzir o público por diferentes fases da vida do cantor, desde a infância em Maceió até o reconhecimento internacional, sempre com a trilha de composições que marcaram gerações.
Segundo o diretor João Viana, a proposta do musical vai além de um tributo. É um mergulho na essência criativa de Djavan, um artista que sempre se destacou pela originalidade e pela habilidade de misturar universos sonoros diversos. “Queríamos mostrar o Djavan humano e ao mesmo tempo o Djavan que virou lenda. A dramaturgia conversa com a poesia das músicas, e cada cena é um diálogo entre a vida dele e o Brasil que ele ajudou a traduzir em canção”, comenta Viana no programa.
Raphael Elias e Walerie Gondim: a missão de viver Djavan em cena
No palco, os atores Raphael Elias e Walerie Gondim assumem papéis fundamentais na condução da narrativa. Raphael Elias dá vida a momentos-chave da trajetória de Djavan, representando a energia, a timidez e o magnetismo do cantor. Já Walerie Gondim interpreta personagens que transitam entre figuras femininas marcantes da vida do artista e a personificação de sua inspiração musical.
Djavan: quem é o homenageado?
O espetáculo não existiria sem a figura central que inspira sua criação. Djavan Caetano Viana, nascido em 27 de janeiro de 1949, em Maceió (AL), é considerado um dos maiores compositores e intérpretes da música brasileira. Filho de Virgínia, lavadeira que o apresentou às primeiras canções populares, e de Virgílio, um caixeiro-viajante que deixou a família quando Djavan ainda era criança, o cantor cresceu em um ambiente simples, mas carregado de referências culturais.
Sua trajetória poderia ter sido nos gramados: Djavan chegou a jogar futebol no time juvenil do CSA de Maceió. Mas o destino o levou para a música. Aos 16 anos, aprendeu violão e logo se destacou como integrante do grupo vocal Luz, Som, Dimensão, que interpretava Beatles e sucessos internacionais em praças e clubes alagoanos.
Aos 23 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a cantar em boates. Foi crooner em casas noturnas tradicionais e acabou participando de trilhas de novelas da TV Globo. Em 1975, ganhou destaque ao apresentar a música “Fato Consumado” no Festival Abertura, conquistando o segundo lugar. No ano seguinte, lançou seu primeiro álbum, que trazia o sucesso “Flor de Lis” — uma das canções mais emblemáticas da MPB.
Um artista de múltiplas linguagens
Djavan sempre se destacou por sua versatilidade. Seus álbuns atravessaram estilos como samba, bossa nova, jazz, soul, blues, funk, flamenco e ritmos nordestinos, sempre com arranjos sofisticados e letras poéticas. Essa mistura garantiu a ele não apenas uma legião de fãs, mas também o respeito da crítica e de músicos consagrados.
Entre seus grandes sucessos estão “Meu Bem Querer”, “Lilás”, “Sina”, “Eu Te Devoro”, “Pétala”, “Oceano”, “Samurai”, “Açaí” e “Nem Um Dia”. Muitas dessas canções embalaram novelas da TV Globo e viraram hinos de diferentes gerações.
Internacionalmente, Djavan também se projetou. Gravou álbuns em Los Angeles, trabalhou ao lado de Stevie Wonder e teve músicas gravadas por artistas estrangeiros, como Carmen McRae, que transformou “Flor de Lis” em “Upside Down”. Essa ponte entre o Brasil e o mundo consolidou Djavan como uma das vozes universais da música.
Um legado que inspira
O programa também destaca como a obra de Djavan permanece atual. Suas canções são revisitadas por novos artistas, regravadas em diversos estilos e constantemente descobertas pelas gerações mais jovens. Além disso, o cantor acumula quase 30 discos e já venceu quatro Grammys Latinos, consolidando seu lugar no cenário internacional.
Djavan segue em atividade, lançando novos projetos e realizando turnês, provando que sua música não envelhece. “Djavan – O Musical” vem justamente para reforçar essa atemporalidade. É uma obra que celebra não apenas o passado, mas também o presente e o futuro de sua arte.
















