Nesta quarta-feira, 15 de outubro de 2025, o Conversa com Bial traz uma edição especial dedicada à arte, à memória e à força do teatro brasileiro. Os convidados da noite são Soraya Ravenle e Flávio Marinho, dois nomes consagrados da cena cultural, que estão em cartaz com o espetáculo “Duas ou Três Coisas Que Eu Sei Dela”. Em um bate-papo descontraído e cheio de afeto, eles relembram momentos marcantes de suas trajetórias, refletem sobre o ofício artístico e compartilham bastidores de suas carreiras.
Soraya Ravenle, nascida em Niterói, é uma atriz e cantora de trajetória sólida e admirada. Filha de imigrantes poloneses judeus que chegaram ao Brasil antes da Segunda Guerra Mundial, cresceu cercada por referências culturais e musicais. Formada no curso de atores do Calouste Gulbenkian em 1986, estreou nos palcos no espetáculo A Estrela Dalva, ao lado de Marília Pêra. Desde então, Soraya nunca mais se afastou do teatro, consolidando-se como uma das vozes mais respeitadas do teatro musical brasileiro.
Na televisão, sua estreia aconteceu em 1988 na novela “Vale Tudo”, um clássico da teledramaturgia nacional. No ano seguinte, participou de “Que Rei Sou Eu?”, e, ao longo das décadas seguintes, conquistou o público em produções como “Laços de Família” (2000), “Beleza Pura” (2008), “Paraíso” (2009) e “I Love Paraisópolis” (2015). Nesta última, interpretou a costureira Eva, mãe de Danda (Tatá Werneck) e mãe de criação de Marizete (Bruna Marquezine), personagem que lhe rendeu grande reconhecimento do público.
Paralelamente à atuação, Soraya também construiu uma carreira sólida na música. Em 1992, integrou a turnê de Fernanda Abreu no show Sla 2 – Be a Sample, e, entre 1995 e 1999, foi integrante do grupo Arranco de Varsóvia, com o qual lançou dois álbuns dedicados ao samba e à obra de Cartola. Com mais de três décadas de carreira, Soraya é considerada uma artista completa — dona de uma voz marcante, presença cênica refinada e sensibilidade rara.
Ao lado dela, Flávio Marinho é outro destaque do programa. Escritor, dramaturgo, tradutor e diretor, ele é responsável por algumas das produções mais aclamadas do teatro nacional. Com mais de 90 espetáculos no currículo, Flávio construiu uma carreira que transita com leveza entre o drama, o humor e o musical. Entre suas obras mais conhecidas estão Judy: O Arco-Íris É Aqui — premiada com o APTR de Melhor Autor e o É Sobre Musicais de Melhor Texto e Melhor Espetáculo —, Cauby! Cauby! Uma Lembrança! e Se Eu Fosse Você – O Musical.
Além de autor, Flávio também é tradutor de importantes obras do teatro mundial, como O Manifesto, de Brian Clark, e A Rosa Tatuada, de Tennessee Williams. Fora dos palcos, ele deixou sua marca na televisão, colaborando em programas como “Escolinha do Professor Raimundo”, “Zorra Total” e no roteiro do especial “Roberto Carlos 94”. Como escritor, publicou livros que resgatam personagens e bastidores da cultura nacional, entre eles A Vingança do Espelho – A História de Zezé Macedo, lançado em 2012.
Durante a conversa com Pedro Bial, Soraya e Flávio relembram histórias de bastidores, comentam sobre o impacto da arte na formação do público brasileiro e falam sobre a importância de manter viva a tradição do teatro. O tom do episódio é leve, nostálgico e inspirador, misturando humor, emoção e reflexões sobre o papel da cultura no país.
